quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Nova ortografia em 2010?


O processo ainda pode ser parado", diz o escritor Vasco Graça Moura, um dos mais activos críticos. "Não pode avançar sem haver ratificação por todos os países. Se o objectivo é a unidade da grafia, basta que um não avance para que não faça sentido." Tal como o Governo recuou no caso da localização do novo aeroporto, também deve recuar no Acordo Ortográfico, defende. "Quem não está a aceitar isto são umas baratas tontas na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] que têm que arranjar um pretexto para terem alguma actividade.""Não há nenhuma possibilidade de recuo, o acordo está em vigor", contrapõe José Mário Costa, fundador e coordenador do site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Favorável ao acordo (uma posição pessoal), justifica: "O português arrisca-se a ter não duas ortografias oficiais, mas oito e isso não pode acontecer numa língua que pretenda ser universal."O linguista António Emiliano, outro crítico, considera que a decisão do Ministério da Educação de não avançar com o acordo já em 2010 é "do mais elementar bom senso". "Desafio qualquer pessoa a aplicar o Acordo Ortográfico. As ambiguidades são tão grandes que há casos em que não sabemos o que fazer." Neste momento "ninguém sabe aplicar o acordo".Malaca Casteleiro, também linguista e um dos responsáveis pela elaboração do acordo, lamenta a forma "desorganizada" como se está a avançar para a aplicação (depois de o Ministério da Cultura ter dito que começaria a ser aplicado em Janeiro de 2010, a ministra esclareceu que seria apenas a agência Lusa a fazê-lo), e reconhece que, como em tudo, "há sempre coisas que podem ser melhoradas". Mas "fazer uma revisão agora seria muito complicado" num acordo que envolve oito países e que "foi aprovado há quase 20 anos".
Para Emiliano o problema está precisamente na suposta necessidade de um acordo. "O português europeu [a norma seguida também nos PALOP] e o do Brasil estão em processo tão acelerado de divergência que é um disparate achar que um acordo vai resolver algum problema." Este tem sido um dos principais argumentos dos opositores: a unificação da ortografia não vai ultrapassar o facto de o português de Portugal e o do Brasil serem já muito diferentes.Para o linguista, porém, o mais grave, sobretudo para o ensino, é o facto de "o acordo falar repetidamente de facultatividade". Um exemplo: "Posso passar a escrever o meu nome como António ou Antônio, as duas formas passam a ser oficiais. Posso até escrever António numa linha e Antônio na seguinte e ninguém pode dizer que está errado." É por causa de o acordo deixar várias opções em aberto que todos - críticos e defensores - consideram indispensável uma ferramenta prevista no acordo e que o Brasil já tem: um Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), uma autoridade máxima que, em caso de dúvidas, seja a referência oficial da língua.Em Portugal há o risco de confusão, dado que tudo indica que possa haver três VOLP. Um já está editado, pela Porto Editora, e foi coordenado por Malaca Casteleiro. Outro está em preparação pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC), será gratuito (foi apoiado pelo Fundo da Língua Portuguesa) e deverá estar disponível on-line no Portal da Língua Portuguesa a partir de 4 de Janeiro (150 mil palavras para já, enquanto um dicionário de nomes próprios, outro de gentílicos e topónimos e um conversor, e mais 50 mil palavras serão acrescentadas até Março). E um terceiro está a ser elaborado pela Academia das Ciências. " O que se espera é que haja especialistas que façam a interpretação através do Vocabulário", diz Margarita Correia. A grande dúvida, segundo José Mário Costa, é qual, entre os três VOLPs, virá a ser considerado oficial e quem tomará a decisão, dado que a língua envolve os ministérios da Cultura, Negócios Estrangeiros e Educação. "Falta definir quem manda na língua."


Os críticos defendem que ainda se vai a tempo de travar a aplicação do Acordo Ortográfico e os defensores respondem que ele já está em vigor. A nova ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, parece partilhar as convicções do antecessor, José António Pinto Ribeiro, e diz que quanto mais depressa o aplicarmos, melhor será para afirmar a língua portuguesa no mundo. A ministra da Educação, Isabel Alçada, pede tempo para a introdução das novas regras nas escolas. Em que ficamos?



Fonte: Jornal Público

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sherlock Holmes


Em "Sherlock Holmes", Guy Ritchie - realizador de filmes como "Um Mal Nunca Vem Só", "Snatch, Porcos e Diamantes" ou "Rocknrolla" (mas eternamente referido como o ex-marido de Madonna) - resolve reinventar a figura do detective de Baker Street e transformá-lo num personagem de filme acção, capaz dos maiores malabarismos físicos, como subir a um ringue de boxe ou de atravessar o rio Tamisa a nado.
O papel deste novo Sherlock Holmes cabe a Robert Downey Jr., enquanto que o eterno parceiro do detective, Watson, é interpretado por Jude Law. Juntos vão atravessar a Londres de 1890 para impedirem o sinistro Lord Blackwwod, de levar a cabo um violento ritual assassino.
O vilão acaba por ser detido e executado, mas parece regressar logo de seguida do reino dos mortos, preparando-se para concretizar um plano para tomar conta dos destinos de Inglaterra.
Mais uma vez caberá à dupla Holmes/Watson fazer os impossíveis para salvar a honra e os destinos da pátria, agora juntando à invulgar inteligência e perspicácia a agilidade e destreza física.
Robert Downey Jr. brilha no papel de Sherlock, Jude Law faz o que lhe compete com a sua personagem Watson e Rachel McAdams dá o toque feminino ao filme.

Para quem ainda não viu e pretende ver, que se prepare para assistir a um longa-metragem mais focada em acção, efeitos visuais e lutas do que qualquer outra coisa. Isto pode soar mal aos fãs ávidos da obra de Arthur Conan Doyle que esperam um retrato exacto do investigador britânico, pois o Sherlock de Ritchie tem um ar sedutor que mais lembra James Bond. O “novo” Holmes usa o seu conhecimento e as suas famosas deduções inteligentes para soluccionar crimes e, também, para vencer opositores em lutas movimentadas que por alguns instantes podem remeter-nos a cenas de Snatch – Porcos e Diamantes, outro trabalho do realizador.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Chegar...

Saltar...pular...
Coragem! A aragem do desconhecido ao se chegar a lugar algum...
Um, dois, três! Três saltos para se respirar o sufoco de não se chegar a lugar nenhum...
Ouvem-se gritos quando se chega e não se quer gritar...
Ecos que apregoam normas e novidades para se assentar.
Sentar. Saltar. Pular. Um, dois, três... chegar e assentar.
Sentar por breves instantes no lugar,
Vale Maria em forma de bolacha...
Sentar para trincar o olhar, o cheiro, o respirar...
Um, dois, três...coragem!
Uma viagem tem sempre um destino por mais que se goste do caminho até se chegar...
Quando se chega há que saltar,
Aproveitar para barrar a noite de dia,
Para o lugar teimar sempre em...
Em nunca se transformar em lugar algum...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Definição de avó



"Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros.

As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem 'Despacha-te!'. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.

As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam historias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes. As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão."


Artigo redigido por uma menina de 8 anos e publicado no Jornal do Cartaxo.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sopa de Caldudo


Ingredientes:
Castanhas secas
Água
Açúcar
Leite


Preparação:
Juntar as castanhas piladas à água e deixar ferver.
Quando começarem a ferver, junta-se-lhe o acúcar e deixa-se ferver mais um pouco.
Retira-se a panela do lume e esmagam-se as castanhas. No fim, junta-se leite.



Hum, ainda bem que amanhã já estou na terrinha e posso pedir à mãe uma sopa de caldudo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Começa hoje o Inverno...


O Inverno chegou hoje com chuva, frio e neve.
“Os primeiros dias de Inverno vão ser chuvosos”, disse Idália Mendonça, do Instituto de Meteorologia, acrescentando que a previsão disponível neste momento vai até dia 27 de Dezembro (domingo).

domingo, 20 de dezembro de 2009

Importamos quatro vezes mais cultura do que aquela que exportamos


Portugal importa quase quatro vezes mais bens culturais do que aqueles que exporta. A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE) que divulgou os dados relativos ao relatório “Cultura 2008”. No documento refere-se que as exportações nacionais ultrapassaram os 72 milhões de euros enquanto as importações ultrapassaram os 277 milhões.

Livros, brochuras e impressos semelhantes” foram os principais bens exportados, com os países africanos de expressão portuguesa, a União Europeia e o Brasil a serem os compradores dominantes (88 por cento do total). O valor destas exportações, de acordo com o INE, atingiu os 47,8 milhões de euros.No segundo lugar dos bens enviados para o exterior contam-se os “objectos de arte, de colecção ou antiguidades”, cujas vendas ascenderam a 8,9 milhões de euros.

Mas, culturalmente, Portugal é um país que compra muito mais do que vende. “Jornais e publicações periódicas”, bem como “livros, brochuras e impressos semelhantes” constituíram o grosso das aquisições com, respectivamente, 32 e 22 por cento da totalidade. Seguem-se os “objectos de arte, de colecção e antiguidades”, com 14 por cento, os quadros, pinturas e desenhos”, com dez por cento, e os instrumentos musicais, cujas aquisições ascenderam aos oito por cento.Tal como acontece em relação às exportações, também a União Europeia e o Brasil constam como os principais locais de proveniência das importações.

O estudo do INE faz também uma referência à participação cultural dos portugueses. Desta feita os números disponíveis são de 2007 e dizem que 45,2 por cento dos cidadãos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos tinham ido pelo menos uma vez ao cinema. Os que assistiram a um filme pelo menos uma vez por mês foram apenas 6,7 por cento.No ano passado estavam contabilizados 182 recintos de cinema em Portugal, os quais exibiram 740 filmes (234 em estreia). Acorreram a esses locais 16 milhões de espectadores e as receitas de bilheteira quase atingiram os 69 milhões de euros.O montante angariado no cinema é, portanto, bem mais significativo do que obtido nas salas de teatro, as quais se ficaram pelos 11 milhões de euros.Os espectáculos ao vivo também captaram, de algum modo a atenção dos portugueses, uma vez que 58 por cento dos inquiridos confirmaram ter ido, pelo menos uma vez, ao teatro, a um concerto, a uma ópera ou a um espectáculo de bailado ou dança. Os que foram pelo menos 12 vezes no ano foram somente 3,4 por cento.

A prática de actividades culturais é algo que parece muito distante dos hábitos dos portugueses, pois apenas 7,2 por cento confirmaram ter participado em actividades que envolveram canto, dança, representação ou música. Mais simpatizantes tiveram a fotografia, os filmes e os vídeos, que reuniram 25,3 por cento de preferência. A prosa, a poesia e os contos foram responsáveis por 5,9 por cento das actividades culturais desempenhadas e a pintura, desenho, escultura ou desenho gráfico, que representaram 7,9 por cento.

Os hábitos de leitura continuam um pouco distantes dos portugueses. Foram 43,7 por cento os que leram, por lazer, um só livro durante um ano. Os que leram pelo menos 12 livros no ano inteiro perfizeram 4,6 por cento.Os números dos livros são, no entanto, mais elevados que os dos jornais. É que estes tiveram apenas uma percentagem de 40,7 de leitores diários. Quase 33 por cento disseram ser leitores semanais e 7,4 por cento afirmaram que só leram um jornal uma vez por mês. Mais de 13 por cento dos inquiridos confessaram não ter lido um único jornal durante 2008.

Quanto aos gostos dos portugueses relativamente a visitas, constata-se que os museus, os jardins zoológicos, os jardins botânicos e os aquários, num total de 321, tiveram 11,6 milhõe4s de visitantes. Os zoológicos, os jardins botânicos e os aquários reuniram 28 por cento das preferências. Seguiram-se os museus de arte, com 21,9 por cento, os museus de História, com 17,7 por cento e os museus especializados, com nove por cento.Os números gerais da adesão dos portugueses ás actividades culturais passam, também, pelo financiamento que essas mesmas actividades tiveram.

O INE concluiu que as câmaras municipais do país investiram no sector cerca de 526 milhões de euros, o que representou um acréscimo de 7,5 por cento face a 2007. Os maiores aumentos do investimento verificaram-se na Madeira (mais de 80 por cento), no Alentejo (mais de 14 por cento) e em Lisboa (mais de oito por cento). Os açores e o Algarve, refere o estudo, desinvestiram, respectivamente, 6,7 e 3,3 por cento.

Fonte: Jornal Público

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Finalmente...


Aminatu Haidar já regressou ao seu país, o Sara Ocidental.

“A primeira coisa que vou fazer é beijar a minha mãe e os meus filhos”, declarou pouco antes de entrar no avião.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tremor de terra




1h:37m. Tinha acabado de me deitar. Ouvi um barulho no guarda-fatos. Levantei a cabeça e gritei aos meus gatos: "Parem quietos!" Entretanto apercebi-me que os gatos estavam comigo na cama. Assustei-me! O guarda-fatos continuava a tremer. O meu gato assustou-se também. Acendi a luz. Tive receio de que algo estivesse dentro do guarda-fatos. Depois, para impedir que a imaginação aumentasse mais o susto, pensei e repeti o pensamento algumas vezes:"Só pode ser um sismo. Amanhã se não se falar de sismo algum nunca mais durmo neste quarto." Felizmente, esta manhã não se falava em outra coisa. Foi mesmo um sismo e foi classificado pelo presidente do Instituto Nacional de Meteorologia como o maior sismo registado desde 1969 em Portugal. Com a duração de alguns minutos, mas sentido apenas por alguns segundos por muitos portugueses, o sismo teve o epicentro no Oceano Atlântico, a 185 km de Faro e a Oeste de Gibraltar. O abalo foi sentido um pouco por todo o país, mas foi na região sul que foi registado com mais intensidade.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Aminatu Haidar


Aminatu Haidar é o mais recente rosto da luta pelos direitos humanos.A activista sarauí está em greve de fome há 31 dias na ilha espanhola de Lanzarote após ter sido expulsa da cidade de El Aaiún, em Marrocos, tudo porque escreveu no documento de entrada que era uma cidadã sarauí.Aos 42 anos, Aminatu Haidar luta pela independência do Saara Ocidental, causa que lhe valeu 4 anos de prisão na década de oitenta onde foi torturada. À clausura Haidar decidiu juntar uma greve de fome de 50 dias. Em 2005 voltaria a estar detida durante quatro meses por ter participado numa manifestação.O ano passado Aminatu Haidar foi galardoada com o Prémio Direitos Humanos Robert Kennedy e depois de o ter recebido e regressar a Marrocos acabou por ser expulsa pelas autoridades.Ao vigésimo-sexto dia de luta, os médicos alertaram para o perigo de vida da activista e referem que cada dia que passa é menos um dia que Haidar tem de vida. À medida que os dias vão passando vão agravando-se os sintomas de fraqueza, desde intolerância à luz, dores musculares e ósseas, até tonturas e dificuldade em manter-se em pé.Actualmente, União Europeia, Estados Unidos e a ONU estão empenhadas (dizem eles) em pressionar o Gorverno marroquino para encontrar uma solução para a activista sarauí que afirma querer regressar à região viva ou morta. Quando é para ser galardoada ou receber prémios as coisas acontecem à velocidade da luz, mas agora e quando Aminatu necessita de respeito e dignidade, a luz está lá no fundo de um túnel repleto de interesses políticos. Aminatu Haidar luta pela autodeterminação do povo do Saara Ocidental ocupado por Marrocos e exige que a comunidade internacional aplique a lei internacional da autodeterminação à semelhança do que aconteceu com Timor-Leste. O objectivo é que se realize um referendo onde se encontre a Independência como uma das hipóteses de escolha. Hoje estou mesmo chateada com esta apatia internacional...até quando Aminatu vai esperar? Por agora sobrevive corajosamente e com a morte à espreita.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ágora


Parece ser um épico histórico romântico mas afinal é um ensaio sobre a ignorância e o conhecimento: entrámos numa história de amor impossível e acabamos numa crítica feroz dos fundamentalismos religiosos, num hino à tolerância e à razão, num ensaio sobre a ignorância e o conhecimento.
A figura central do filme de Alejandro Amenábar (cinco anos depois de "Mar Adentro") é a elipse - a elipse que define a órbita da Terra em volta do Sol que a filósofa Hipátia busca durante todo o filme, numa sede insaciável de conhecimento. Estamos em 391 depois de Cristo, quando o cristianismo se começa a espalhar pela Europa, e Amenábar centra a história no saque da lendária biblioteca de Alexandria e na imparável ascensão ao poder dos cristãos do Médio-Oriente. Mas tudo isto é contado através de um improvável triângulo romântico: Hipátia, a filósofa e cientista que abdicou da sua vida e das suas emoções em nome da ciência; Davus, o escravo fascinado pelo conhecimento que, uma vez libertado num novo mundo onde a ciência já não tem o mesmo lugar, se dedica à violência em nome da religião para preencher o vazio; Orestes, o romântico incurável que sempre procurou o compromisso impossível entre a ciência e a religião. E de repente percebemos que, por trás destes amores nunca consumados encontra-se um filme muito mais ardiloso do que parece, que usa a estrutura e a forma do género para criar um épico onde a cabeça e não a acção comanda, e, ao mesmo tempo, para criticar a sua própria estrutura. Um filme sobre a força e o poder e o perigo das ideias. Um filme que debate religião, ciência, conhecimento e intolerância.
A maior fraqueza de "Ágora", que não é de todo uma obra prima, é a importância (necessária ao desenrolar do filme) dada à figura feminina Hipátia, que naquela época seria muito menor e a precisão histórica, que está muitas das vezes muito aquém do que é esperado. As reacções de certas personagens, atitudes e pensamentos naquela altura simplesmente não existiam. Amenábar corre ainda o risco do seu filme ser rotulado de anti – Cristianismo (foi a primeira impressão com que fiquei, confesso.), mas depois de tantos filmes em que cristãos são perseguidos, chicoteados, atirados vivos a leões, e etc, estava na altura de mostrar um outro lado da história.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Efeméride

Quiribati
Tonga
Nauru



A 14 de Novembro de 1999, faz hoje precisamente dez anos, as Repúblicas de Nauru e de Quiribati e o Reino de Tonga aderiram às Nações Unidas. Estes povos das ilhas do Pacífico só alcançaram a sua independência nos anos 60 e 70, e às portas do novo milénio.
Quiribati, localizada no coração do Pacífico, é um dos paraísos da Terra que estão em risco de "ir ao fundo" por causa da subida do nível das águas do mar. O arquipélago de 23 atóis estende-se por 3500 quilómetros e foi descoberto pelo navegador britânico Thomas Gilbert em 1788. Em 1979 obteve independência do Reino Unido e tornou-se uma república.
Nauru, é o país mais pequeno do mundo com apenas 21 quilómetros. Situado entre a Micronésia e a Polinésia, tem como alcunha, Ilha Agradável. Nauru foi anexado pelo império alemão, depois passou para a administração das vizinhas Austrália e Nova Zelândia. A independência só chegou em 1968.
Tonga, a norte da Nova Zelândia, é composta por 169 ilhas e foi descoberto por Thomas Cook em 1773. Embora sob domínio britânico, o povo nunca se deixou colonizar e até tinha um rei. Em 1970 tornaram-se independentes. Hoje são a única monarquia nas ilhas do Pacífico.
Fonte:Diário de Notícias

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Deolinda destacados pelo jornal "Sunday Times"


O álbum de estreia dos Deolinda, "Canção ao lado", foi considerado pelo jornal britânico "Sunday Times" o terceiro melhor do ano na categoria de world music.
"Ana Bacalhau e a sua jovem banda combinam sonoridades de fado com a sensibilidade pop e um piscar de olho ao coração dos portugueses. A melodia é fabulosa", escreve o jornal.
À frente dos portugueses ficaram os Mulatu Astatke & the Heliocentrics, cujo compositor é da Etiópia, com o álbum "Inspiration/Information"; e o quarteto norte-americano Kronos Quartet, com o álbum "Floodplain".
Entre os dez primeiros estão ainda os álbuns "Vagarosa", da brasileira Céu; "Eclipse", da cabo-verdiana Lura; e "Bairro", do angolano Bonga.
Os Deolinda são constituídos por Ana Bacalhau, Pedro Martins e o irmão Luís Martins nas guitarras clássicas e José Pedro Leitão no contrabaixo.
O grupo surgiu há três anos, em Lisboa, quando Pedro Martins mostrou a Ana Bacalhau três músicas que tinha composto: "Não sei falar de amor", "Fado não é mau" e "Ai rapaz".
"Ouviu as músicas que fiz, cantou-as e ficaram logo tão bem na voz dela que nasceram ali os Deolinda", disse o músico, guitarrista e autor de todas as músicas desta formação.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Espólio integral de Fernando Pessoa online em 2010


O espólio integral de Fernando Pessoa vai estar disponível online no próximo ano através da Biblioteca Nacional Digital, departamento da Biblioteca Nacional de Portugal que disponibiliza 10.500 títulos em formato electrónico.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Monday Night


É pelo Bairro Alto que geralmente começamo as noites de folias. Hoje foi noite de Tasca&Tertúlia. A Tertúlia do Bairro Alto (www.novatertulia.com) situa-se na Rua do Diário de Notícias. É um bar calmo, bom para o princípio de noite, e selectivo o quanto baste. Apresenta, frequentemente, exposições de pintura e fotografia e tem um piano para quem quiser mostrar quanto valem as suas mãos. A Tertúlia está aberta até às 2h da madrugada e encerra as suas portas ao Domingo. Na mesma rua a Tasca do Chico convida-nos a ouvir um fado. Antiga tasca portuguesa de fado vadio, aqui a tradição mantém-se viva, com fados cantados ao som da guitarra portuguesa. Está é sempre cheio de gente e chega a ser difícil estar lá dentro.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Se...

Coragem... Se soprasse uma brisa, qualquer aragem, eu já tinha partido.
Assim parto os pés e as pernas de cada vez que cobardemente caminho contra a minha própria vontade.
Vontade...Se tivesse sempre apetite já me tinha saciado.
Assim satisfaço a minha gula e nunca a minha fome.
Fome...Se uma cabeça de peixe aparecesse constantemente à mesa eu já tinha viajado.
Assim viajo a imaginação e deixo o corpo preso ao leme.
Leme…Se eu soubesse nadar já me tinha primeiro afundado.
Assim, vou até ao fundo do meu ser e quase que morro angustiada.
Angústia…Se o vento me acalmasse eu já tinha sossegado.
Assim sossego os outros enquanto eu me deixo estar...
Estar… Se me ensinassem como é talvez não quisesse regressar
Assim regresso em cada verso com mais vontade de amar.
Amar… Se o tempo me empurrasse eu já tinha fugido
Assim fujo em busca do empurrão…
Só não quero ficar...
Quero correr mesmo com os pés partidos, mesmo cheia de fome,
Quero quebrar o leme mesmo que me afunde,
Só não quero estar com vontade de amar,
Só quero cair para não ter que ficar...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Festival Super Bock em Stock


Um dos pontos fortes do festival Super Bock em Stock é o mapa do programa de concertos. No meio da avenida da Liberdade, no centro de Lisboa, a organização da empresa Música do Coração conseguiu reunir um conjunto de espaços que permite ao público circular facilmente entre concertos, permitindo conhecer bandas de música independente internacional (que inclui alguns nomes portugueses).
O passe (à venda por 40 euros nas bilheteiras do cinema S. Jorge) dá acesso livre a todos os 34 projectos musicais que fazem parte do cartaz das duas noites do festival. A única condicionante é a lotação das salas, o que se pode tornar um problema quando se chega tarde às actuações dos artistas mais desejados.
Na primeira noite, Voxtrot levantou as pessoas da cadeira para as pôr a dançar. "Adoramos esta cidade", dizia o vocalista. "Alguém quer casar comigo, para eu poder ter uma casa e passar a cá viver?
No Maxime, os Blacklist (de Brooklyn, Nova Iorque) não convenceram tão bem a audiência, que esteve mais preocupada em usufruir do charme do espaço e da possibilidade de se poder fumar no recinto, mas que acabaram por ser compensados pela calorosa prestação no outro lado da avenida de The Legendary Tigerman, um português (Paulo Furtado) cada vez mais apreciado pelo grande público, enchendo por completo a plateia, o primeiro e o segundo balcões do teatro Tivoli.
Para os verdadeiros noctívagos, o fim impunha-se no mais exótico dos espaços do Super Bock em Rock: o estacionamento subterrâneo do Marquês de Pombal, no cimo da Avenida da Liberdade. Uma óptima discoteca improvisada, confinada a um canto do parque de estacionamento. Era para lá que confluíam os resistentes às duas da manhã, descendo a rampa até ao piso -1, onde os portugueses Orelha Negra foram substituídos por Marcelinho da Lua, DJ à altura da tarefa de fechar a noite com um misto de surpresa e de frescura.
Para Sábado à noite: Beach House (às 22h15 no teatro Tivoli), os portugueses Oioai (às 22h15 na sala 2 do S. Jorge), Piano Magic (à meia-noite na sala 2 do S. Jorge), Patrick Watson (às 00h45 na sala 1 do S. Jorge), DR Ramos (às 2h00 no parque de estacionamento do Marquês de Pombal) e Zé Pedro DJ (uma hora depois, no mesmo sítio).

terça-feira, 1 de dezembro de 2009