quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Casa das Histórias apresenta nova temporada

A Casa das Histórias Paula Rego (Cascais) vai estender as exposições "Oratório" e "O corpo tem mais cotovelos", ambas com encerramento previsto esta sexta-feira, até aos dias 5 e 19 de Fevereiro, respectivamente. Com 52 mil visitantes registados desde a inauguração destas duas exposições, em Julho, a afluência de público ao museu é o motivo para extensão da vida em sala destas peças.
No entanto, caberá ao artista plástico Bruno Pacheco o arranque oficial da programação para 2012, com o primeiro espaço de autor na Casa das Histórias (até agora, dedicada exclusivamente à obra de Paula Rego). O projecto de Bruno Pacheco inaugura no dia 1 de Março e será composto por pinturas de grandes dimensões que "desenvolve poderosas narrativas visuais que questionam os modelos de representação na arte contemporânea", descreve um representante da Casa das Histórias.
A 24 de Junho, data em que encerra o espaço dedicado a Bruno Pacheco, inauguram em simultâneo duas outras exposições, "Damas e Pé de Cabra", um diálogo entre obras de Paula Rego e Adriana Molder, que estará patente até ao fim de 2012, e "Mood/humor", uma remontagem da série "Possession", de Paula Rego, pertencente ao Museu de Serralves e inédita em Cascais e Lisboa.
No mesmo dia, a instituição inaugura uma remontagem a partir de algumas pinturas importantes da colecção expostas em Paris, com curadoria de Catarina Alfaro, e apresenta também um diálogo entre uma obra de Paula Rego - "O Anjo" (1998) - e parte de uma série inédita de trabalhos em desenho de Pedro Calapez. Esta mostra tem curadoria de Helena Freitas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A nova voz de Cabo Verde será uma filha da diáspora

As candidatas à sucessão de Cesária Évora como "a voz de Cabo Verde" são cabo-verdianas nascidas em outras partes do mundo, na maior parte dos casos em Lisboa. Mayra Andrade, a mais bem colocada, nasceu em Cuba e vive em Paris.
Se Cesária Évora, falecida no sábado, era, é, "a voz de Cabo Verde" e o maior emblema internacional do país, o desaparecimento físico da diva dos pés descalços deixa vago, de certa forma, o lugar que a filha do Mindelo até aqui ocupava no panorama musical internacional. As candidatas à sucessão são várias e mais ou menos conhecidas, tendo em comum o facto de, ao contrário de Cesária, não terem nascido em Cabo Verde e serem, antes, filhas da diáspora crioula.
A principal candidata a desempenhar doravante o lugar de voz de Cabo Verde é, apesar da sua grande juventude, Mayra Andrade. Nasceu em Cuba e é possuidora da biografia mais peculiar de todas. Passou os primeiros anos na capital de Cabo Verde, mas desde cedo começou a percorrer várias capitais do mundo seguindo o padrasto, que era diplomata. Aos seis anos, instalou-se no Senegal, depois em Angola e na Alemanha, vivendo actualmente em Paris. É, Cesária à parte, a artista cabo-verdiana mais conhecida internacionalmente, lugar que conquistou logo com o primeiro disco, "Navega", premiado em vários países europeus.
Logo atrás, na preferência do público, estará Lura. Com uma carreira de vários anos, consistente, nasceu em Lisboa, em 1975, e editou o disco de estreia, "Nha Vida", em 1996. "Na-ri-na", tema de Orlando Pantera incluído no álbum "Di Korpu Ku Alma", de 2005, valeu-lhe o primeiro grande sucesso, posição que consolidou com o excelente "M´bem di fora", de 2006. "Eclipse", o seu último trabalho, não teve, porém, a mesma repercussão.
Outro nome incontornável, apesar da carreira internacional ainda incipiente, é o de Nancy Vieira. Nascida na Guiné-Bissau em 1975, vive em Lisboa desde os 14 anos e atingiu com o álbum "Lus", de 2007, um dos momentos mais refinados da música cabo-verdiana mais recente. Antes disso, tinha trabalhado com alguns dos nomes grandes da música portuguesa, como Rui Veloso e Luís Represas, tendo publicado mais dois álbuns a solo e conquistado alguma notoriedade com o tema "Peca sem dor".
Entre as mais conhecidas "cabo-verdianas" conta-se ainda Sara Tavares, a antiga vencedora do concurso televisivo Chuva de Estrelas, a qual, após um início de carreira titubeante, enveredou, nos últimos trabalhos, por uma ligação às suas raízes cabo-verdianas, cantando frequentemente em crioulo. Nasceu também em Lisboa, em 1978, e, embora não siga uma linha muito próxima daquelas que são as principais tradições musicais de Cabo Verde, tem vindo a cimentar uma carreira internacional da área da world music.
Também nascida em Lisboa, em 1981, Carmen Souza é outra das "cabo-verdianas" que tem vindo a cimentar uma carreira internacional importante. Funde a tradição musical das ilhas com sonoridades do jazz , tem já publicados três discos a solo e esteve pré-nomeada para os Grammies em 2010, na categoria de melhor álbum de da world music contemporânea.
Entre as menos conhecidas em Portugal está Maria de Barros, uma cabo-verdiana nascida no Senegal e que vive no EUA. A sua música combina a inspiração da morna com outras sonoridades latinas, nomeadamente a Salsa.
Outros nomes ainda em ascensão são os de Danae (nascida há 26 anos em Cuba, como Mayra Andrade) e Isa Pereira, a qual, embora viva em Cabo Verde desde os primeiros meses de idade, nasceu também em Lisboa. O seu primeiro trabalho discográfico, "Kriola Enkantu", foi considerado um dos melhores de 2011 em Cabo Verde.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Morreu Cesária Évora

A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde. O funeral está marcado para terça-feira à tarde no Mindelo.
A "diva dos pés descalços", como a imprensa se referiu muitas fez a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente no seio de uma família de músicos.
Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez, afirmou: "tudo à minha volta era música". O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza.
"Cize" como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Moraes e Bana.
Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: "Cantava ao ar livre nas praças da cidade para afastar coisas tristes". Aos 16 anos canta nos bares das cidade e nos hotéis começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como
"rainha da morna".
A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um "período negro" da cantora que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área.
Em 1985 a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, Cize vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é "descoberta" e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo.
Em 1988 grava "La diva aux pied nus", álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva.
Em 1992 Cesária Évora gravou "Miss Perfumado" e aos 47 anos torna-se uma "estrela" internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos.
Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, "Sôdade".
Em 2004 recebeu um Grammy para o Melhor Álbum, de world music contemporânea pelo disco "Voz d'Amor". "Cize" não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal.
"Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas", confidenciou certa vez.
A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns "sustos" como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria.
Em 2009 o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgico que a levou a temer pela vida.
Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uma digressão como a gravação de um novo que deveria sair no próximo ano.
No dia 24 de setembro numa entrevista ao Le Monde a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da "diva dos pés descalços", e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer. Nesse mesmo dia ao princípio da tarde a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido "mais um acidente vascular cerebral (AVC)". A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado dando conta que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era "reservado".
Hoje faleceu Cize, aos 70 anos, completados no passado 27 de agosto, e após uma curta visita a Lisboa onde pediu para passear a pé pelo bairro de São Bento.
Ao longo da carreira, além das inúmeras digressões e atuações em televisões, gravou 24 álbuns, um DVD, "Live in Paris", e registou dezenas de colaborações em discos.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Melancolia

Com a Terra à beira da catástrofe, o choque com outro planeta, decorrem os dias de duas irmãs, interpretadas por Charlotte Gainsbourg e Kirsten Dunst. A primeira hora é dedicada ao casamento de Dunst, e Lars quer que se repare na proeza. Na segunda, o mundo abeira-se do fim, Dunst está já sem marido, e nem a irmã que a protegia lhe vale. O filme nunca satisfaz a expectativa da catástrofe nem se distingue por existir de forma silenciosa e plácida na catástrofe.
Em Melancolia, os planos do banho de lua de Kirsten Dunst, de caras o momento mais surpreendente do filme, indicam-no com bastante força. Fora fogachos como este, contudo, Melancolia (que nada tem de esteticamente repulsivo como Anticristo”) continua a carecer de uma mão à altura da amplitude do gesto: a primeira parte, no casamento, é pobre, em estilo reportagem (câmara à mão) sem vigor nenhum); e a segunda, incapaz de resolver se espera pelo fim do mundo como metáfora ou como facto, arrasta as personagens (também elas perdidas entre a composição e a simples silhueta) num corrupio esvaído de qualquer angústia, ou... melancolia, especial. Nada de repulsivo, apenas de muito enfadonho.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Morreu Carlo Peroni, um dos criadores de Calimero

Ao lado dos irmãos Nino e Toni Pagot, criou o famoso pintainho preto com parte de uma casca de ovo na cabeça, conhecido por Calimero, que preencheu páginas de banda desenhada e teve direito a inúmeras séries de televisão. Carlo Peroni, conhecido pelo pseudónimo Perogatt, morreu esta terça-feira aos 82 anos em Itália, anunciou hoje a sua família.
Carlo Peroni, que nasceu em Novembro de 1929 em Ancona, na Itália, começou por trabalhar no restauro de pinturas e na criação de frescos, só depois se dedicou a tempo inteiro ao desenho e à criação de bandas desenhadas.
Durante anos trabalhou para vários jornais e revistas não só italianas como estrangeiras, para a televisão pública italiana RAI e ainda para a indústria cinematográfica, para a qual desenhou muitos dos cenários e dos efeitos especiais dos famosos estúdios de cinema onde muitos clássicos foram rodados, os Cinecittá.
É entre este percurso, em 1963, que surge a personagem do Calimero, inicialmente criada para uma publicidade. Mas o pintainho que passa a vida a queixar-se de ser vítima de perseguição e que se tornou famoso com a frase "É uma injustiça, não é?", rapidamente se tornou popular e ganhou uma série de animação com o seu nome.
Draghiottino, Slurp, Gianconiglio, Tio Boris, Nerofumo, Paciocco e o Inspetor Perogatt foram outras das personagens criadas por Carlo Peroni.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tesouros da animação vão ser leiloados em Hollywood

Um megaleilão no dia 17 junta mais de 600 'itens' da história da animação dos EUA. Alguns estão avaliados em milhões de dólares.
Um esboço da personagem de Pinóquio, para o filme animado homónimo de Walt Disney; um estudo para uma curta-metragem animada do Pato Donald, dos anos 30; uma imagem de um cartoon de Tom e Jerry autografada pelos seus criadores, Bill Hanna e Joseph Barbera. Estes são apenas alguns dos mais de 600 tesouros pertencentes à história do cinema de animação americano, que vão à praça no dia 17, em Hollywood, num leilão apropriadamente baptizado Icons of Animation, promovido pela leiloeira especializada Profiles in History. Haverá a possibilidade de licitar online.

domingo, 11 de dezembro de 2011

"Sangue do Meu Sangue" vence prémio para melhor filme em festival francês

O mais recente filme de João Canijo, Sangue do Meu Sangue voltou a ser distinguido num festival internacional. Depois de San Sebastian, em Espanha, foi a vez de Pau, em França, onde arrecadou o prémio para melhor filme.
Sangue do Meu Sangue estava em competição com outros seis filmes, no Festival International du Film de Pau, que vai apenas na segunda edição. O evento chega neste sábado à noite ao fim, com a entrega de prémios. A actriz Anabela Moreira, que acompanhou o filme, vai receber o galardão.
Na mesma nota em que dá conta do prémio em França, a produtora, a Midas Filmes, sublinha ainda que o filme estará também em competição no Miami International Film Festival, em Março do próximo ano. Em Setembro, saiu do festival de San Sebastian, em Espanha, com o prémio da crítica internacional e uma menção honrosa.
João Canijo trabalhou durante três anos em Sangue do Meu Sangue, escrito em parceria com o elenco, que inclui Rita Blanco, Cleia de Almeida, Anabela Moreira, Rafael Morais, Nuno Lopes, Beatriz Batarda e Marcello Urgeghe. É um melodrama familiar, que narra o amor de uma mãe pela filha, nos subúrbios de Lisboa.
Sangue do Meu Sangue, que sucede a Mal Nascida e a Fantasia Lusitana na filmografia de João Canijo, está há dez semanas em sala, em Portugal. É, de acordo com os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, o filme português com maior receita bruta deste ano.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Musicbox comemora cinco anos com quatro noites de festa

O espaço nocturno Musicbox, no Cais do Sodré, em Lisboa, comemora esta semana cinco anos de actividade com quatro noites com concertos de músicos portugueses e estrangeiros, exibição de filmes e actuações de DJ.
Desde Dezembro de 2006, o Musicbox foi palco de "milhares de concertos, alguns festivais e eventos muito especiais". Para o programador deste espaço, Alex Cortez, fazer um balanço dos últimos cinco anos "não é muito fácil".
Entre os muitos eventos realizados, Alex Cortez, destacou alguns "de referência", como o Lisboa Capital República Popular, uma série de concertos que se realiza desde 2009 em torno dos ideais de Abril adaptados ao actual cenário português, o Festival Silêncio, que teve início também em 2009, e a programação especial de aniversário, que os proprietários do Musicbox tentam que "seja sempre marcante".
Tudo somado, Alex Cortez faz um balanço "extremamente positivo" dos cinco anos de funcionamento da sala do Cais do Sodré.
De ano para ano "tem havido sempre um acréscimo de público", algo que Alex Cortez acredita dever-se à "qualidade dos artistas", mas também à comunicação feita pela sala de espectáculos.

domingo, 27 de novembro de 2011

O fado já é património mundial

O fado foi a última candidatura avaliada na sessão desta quinta-feira, que terminou às 20h30 (12h30, hora de Lisboa), depois de terem passado à votação mais de 30 propostas. E, mesmo assim, foi recebido com grande entusiasmo. Para esse clima de festa contribuiu, "e muito", o breve discurso de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entidade que formalizou a candidatura junto da UNESCO: "O Dr. António Costa decidiu terminar as suas palavras, já a fechar a intervenção de Portugal, chegando o seu iPhone ao microfone e deixando que a sala ouvisse Amália cantar ‘Que estranha forma de vida'. Foi uma emoção acabar com a voz de Amália num fado de [Alfredo] Marceneiro. A sala levantou-se num enorme aplauso."
A partir de agora, o fado não é apenas a canção de Portugal, a canção de Severa, Marceneiro, Amália, Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura e Carminho - é um tesouro do mundo. Um tesouro que fala de Portugal, da sua cultura, da sua língua, dos seus poetas, mas que também tem muito de universal nos sentimentos que evoca: a dor, o ciúme, a solidão, o amor.
O optimismo à volta da eventual entrada do fado para a Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade era grande desde que, em Outubro, a comissão de peritos da UNESCO considerou a candidatura portuguesa "exemplar", mas vê-la formalizada compensa definitivamente anos de trabalho de uma série de especialistas, músicos e intérpretes.
Foi em 2005 que Portugal começou a preparar mais seriamente esta candidatura que o Museu do Fado, em nome da Câmara Municipal de Lisboa, formalizou em Junho do ano passado (tinham passado apenas dois anos sobre a aprovação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial). Mas a ideia, ou o sonho, tem quase 20 anos - surgiu por altura da Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994, garantiu ao PÚBLICO há dias Ruben de Carvalho, vereador da CDU em Lisboa e um dos que mais apoiaram o projecto desde o início.
Em 2010, o fado apresentou-se à UNESCO como "símbolo da identidade nacional" e "a mais popular das canções urbanas" portuguesas, tendo por embaixadores dois intérpretes que, por motivos bem diferentes, fazem parte da sua história de forma incontestada: Carlos do Carmo e Mariza.
A canção que deve a Amália os primeiros grandes esforços de internacionalização foi uma das 49 candidaturas a património imaterial da humanidade avaliadas por delegados de 24 países até dia 29.
A lista do património imaterial - uma designação que abrange tradições, conhecimentos, práticas e representações que fazem a matriz cultural de um país e que, juntas, formam uma espécie de tesouro intangível do mundo - tinha até à reunião de Bali 213 bens de 68 Estados, como o tango ou o flamenco, só para falar em dois exemplos de universos semelhantes. O fado é o primeiro bem português, mas, se tudo correr bem, já não faltará muito para que o cante alentejano lhe faça companhia.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Arte Lisboa revela obras inéditas de artistas nacionais

Ponto de encontro do meio artístico contemporâneo nacional, o Pavilhão 1 da FIL, em Lisboa, recebe até domingo a 11.ª edição da Arte Lisboa
Mais de 500 obras, de artistas nacionais e estrangeiros, vão estar em exposição nos stands de 32 galerias de arte a partir de hoje e até domingo, durante a 11.ª edição da Arte Lisboa - oportunidade única para num só espaço conhecer algumas das mais recentes obras tanto de artistas consagrados como emergentes.
Sinal dos tempos, esta é uma das feiras menos participadas dos últimos cinco anos, sobretudo se se comparar com as 70 galerias de arte que marcaram presença na edição de 2008.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Kate Bush regressa com disco de Inverno

A primeira canção que escutamos em 50 Words For Snow, o novo álbum de Kate Bush que esta semana chega às lojas, conta-nos a história de um floco de neve (a quem o próprio filho da cantora dá voz) que nasceu numa nuvem e, ao cair, deseja encontrar alguém. Mais adiante narra-se o drama de um homem de neve que derrete depois de uma noite de paixão.
Ou de um fantasma que chama ao seu cão floco de neve. Cabendo depois ao actor Stephen Fry uma enumeração de 50 formas possíveis de enunciar neve, afinal seguindo a sugestão do título (que podemos traduzir como "50 palavras para Neve"). É o décimo álbum de originais de Kate Bush, o seu disco mais pessoal de sempre e o segundo que edita em menos de um ano, apenas poucos meses depois de Director"s Cut, onde apresentava novas interpretações para canções dos seus álbuns The Sensual World (1989) e Red Shoes (1993).

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"Viagem ao Tecto do Mundo, O Tibete Desconhecido"

Já está à venda o livro "Viagem ao Tecto do Mundo, O Tibete Desconhecido" do investigador e jornalista Joaquim Magalhães de Castro que foi adaptado para o documentário televisivo que estreou no dia 20 de Novembro, na RTP2: «Himalaias, Viagem dos Jesuítas Portugueses».
Joaquim Magalhães de Castro pretende mostrar ao mundo alguns universos e épocas por onde circulou a alma portuguesa e igualmente juntar ao rigor histórico dos factos, dos locais e das personagens, a dinâmica do jornalismo de investigação.
Natural das Caldas de S. Jorge (Santa Maria da Feira), Joaquim Magalhães de Castro é jornalista freelancer, fotógrafo e investigador da História da Expansão Portuguesa. Colabora na imprensa em Macau, onde habitualmente reside, e em Portugal, sendo presença regular nas revistas UP, Tempo Livre, Notícias Sábado e Volta ao Mundo. É autor dos livros Os Bayingyis do Vale do Mu - Luso Descendentes na Birmânia (2001) e A Maravilha do Outro - No Rasto de Fernão Mendes Pinto (2004), e dos documentários televisivos A Outra Face da Birmânia (2001) e Dund - Viagem à Mongólia (2004).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Arte Institute leva festival de "curtas" ao Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro, no Brasil, vai ser a próxima paragem do Festival Português de Curtas Metragens iniciado este ano em Nova Iorque pelo Arte Institute, um colectivo de jovens apostados na divulgação da cultura contemporânea portuguesa.
Ana Miranda, impulsionadora do colectivo que esteve recentemente ligado à exibição em Nova Iorque do documentário "José & Pilar", disse à Lusa que a recepção às "curtas" na metrópole norte-americana veio "mostrar a qualidade, o valor e a originalidade desta nova geração de realizadores portugueses".
"Ficou claro para nós que esta primeira edição do Festival não podia ficar por aqui e que deveria ser realizado noutros países como o Brasil, Espanha, Inglaterra e Alemanha", adiantou.
A edição do Rio de Janeiro, a 09 e 10 de Dezembro, terá lugar no Teatro Cacilda Becker, onde serão mostrados filmes de novos realizadores como Simão Cayatte ("A Viagem") e Yuri Alves ("Broken Clouds") e até o vídeo do artista Vhils para o tema "M.I.R.I.A.M" da banda portuguesa Orelha Negra.
O programa será idêntico ao de Nova Iorque e será encerrado com uma performance pelo artista João Garcia Miguel, que combina teatro, performance e artes visuais.
Paralelamente, o Arte Institute vai abrir no final de Dezembro o concurso para a segunda edição do NY Portuguese Short Film Festival, que acontecerá em Nova Iorque, em Junho do próximo ano.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

João Mota aceita convite para dirigir Teatro D. Maria em Lisboa

João Mota, encenador e fundador do Teatro A Comuna, aceitou esta sexta-feira o convite feito na véspera pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, para dirigir o Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), depois do afastamento de Diogo Infante do cargo de director artístico.
Questionado sobre as razões que o levam a aceitar assumir o cargo, confessa: "Nunca pensei em dirigir o Nacional. Aceitei porque é um desafio, tal como foi um desafio fundar A Comuna no pré 25 de Abril, sem dinheiro, sem apoios e em ditadura. Não sei se vou ser capaz, com tão pouco dinheiro e um corte tão grande. O Diogo [Infante] falou nisso muitas vezes nos últimos dias. Menos 36% é muita coisa, mas vou tentar, com muita energia." E conclui: "Tenho coragem para isso e também me dará muito prazer tentar. O país está em crise, todos temos obrigação de tentar, de fazer a nossa parte."
A substituição do ainda director artístico do teatro, Diogo Infante, foi anunciada quarta-feira, depois de o teatro nacional ter enviado para jornais, rádios e televisões um comunicado em que anunciava a suspensão da programação para 2012, caso o secretário de Estado não encontrasse uma solução para aumentar o orçamento do teatro para o próximo ano.
Diogo Infante, que foi nomeado em 2008 e que se encontrava em funções interinamente (o seu contrato terminou em Setembro), garantiu no referido comunicado que, com o corte orçamental previsto para 2012 - menos 36%, contando com as reduções acumuladas dos dois últimos anos, 2010 e 2011 - não teria condições para assegurar a programação do próximo ano, divulgada no Verão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Festival Rotas e Rituais

O Festival Rotas & Rituais está de volta a Lisboa, desta vez com o Cinema São Jorge a servir de palco. Entre quarta-feira e domingo passam pela sala lisboeta duetos entre músicos africanos e portugueses, cinema e uma instalação.
Tendo como mote o Ano Internacional dos Povos Afro Descendentes proclamado pela ONU, a IV edição do Rotas & Rituais convida a mais uma viagem, não só pelas história actuais, passadas e futuras, mas também pela língua e por um diálogo comum entre Portugal e os países africanos de língua oficial portuguesa.
O festival arranca hoje, dia 16, às 14h00 com a instalação A Minha Casa é Tua, de Bruno Gaspar. Trata-se de um cubo gigante coberto com imagens criadas por descendentes africanos de língua portuguesa. No interior, será projectada uma sequência de depoimentos que serão realizados com e sobre a comunidade. Às 21h30 é exibido o documentário Vozes de Moçambique, com a presença da realizadora Susana Guardiola.
A partir de quinta-feira, há um dueto por noite. Os primeiros a subir ao palco são Tcheka e Mário Laginha. Na sexta, Nancy Vieira convida Camané, sábado Mirri Lobo convida Rui Veloso e, por fim, Waldemar Bastos e Mingo Rangel encerram o programa musical do Rotas & Rituais.
Os bilhetes para cada filme custam €2 e para cada concerto €10, mas há desconto para quem quiser ir ver mais do que um concerto.
Podem ver o programa completo deste 4ª Rotas e Rituais aqui.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Labirintos

A adolescência e os seus caminhos, perturbações, fantasias e excessos. Obras da Colecção do CAM expostas na sede da Fundação Gulbenkian a propósito do Fórum Gulbenkian Saúde. Até 17 de Novembro.
“Labirintos da Adolescência” é o tema deste ano do Fórum Gulbenkian Saúde. A partir deste tema a comissária Leonor Nazaré escolheu obras da colecção do Centro de Arte Moderna Azeredo Perdigão, que podem ser vistas à luz desta parte do crescimento humano - a identidade, a determinação neurológica, cultural e psíquica.
“Estás seguro enquanto dormes?”, uma instalação de João Pedro Vale, “O Resto é Silêncio”, escultura de Noé Sendas e “As Vivian Girls como Moinhos de Vento”, pintura de Paula Rego são algumas das obras em exposição.

domingo, 13 de novembro de 2011

"Twilight Portrait" vence Lisbon & Estoril Film Festival

O filme, que constitui uma estreia da realizadora russa, retrata a história de Marina, uma assistente social que decide enfrentar o próprio passado traumático.

O Júri Oficial da edição 2011 do Lisbon & Estoril Film Festival foi composto pelos escritores John M. Coetzee, Nobel da Literatura, e ainda Don DeLillo, Paul Auster e Siri Hustvedt, o violinista Gidon Kremer e o artista plástico José Barrias.

"Une Vie Meilleure", do realizador francês Cédric Kahn, conquistou o Prémio Especial do Júri - João Bénard da Costa.

Esta película é protagonizada por Guillaume Canet e Leïla Bekhti e conta a história de Yann e Nadia, que decidem abrir um restaurante, mas cujo sonho ameaça ruir quando ela decide aceitar um emprego no estrangeiro.

A acontecer desde 4 de novembro, em Lisboa e no Estoril, o festival, dirigido por Paulo Branco, encerra este domingo com o anúncio dos premiados, no Cinema São Jorge, em Lisboa, e com a exibição do filme, em ante-estreia nacional, de "La piel que Habito" ("A pele onde eu vivo"), do cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

O júri decidiu ainda atribuir duas Menções Especiais às longas-metragens "Amnesty", de Bujar Alimani, filme albanês sobre um homem e uma mulher que se apaixonam enquanto os respectivos companheiros se encontram presos, e a "Oslo, August 31st", de Joachim Trier, que acompanha um dia na vida de um jovem toxicodependente em reabilitação, enquanto vagueia pela capital norueguesa.

"Une Vie Meilleure", de Cédric Kahn, também conquistou o Prémio Cineuropa, atribuição decidida por Cristina Soldano, dramaturga, cenógrafa e directora Artística do Festival de Cinema Europeu de Lecce.

O Encontro de Escolas Europeias promovido pelo Lisbon & Estoril Film Festival 2011 reuniu igualmente um júri para premiar curtas-metragens do certame, o Prémio MEO.

Este galardão foi atribuído ex-aequo às curtas metragens "Here I am", de Bálint Szimler, da University of Theatre and Film, de Budapeste, e "Aman (Safe and Sound)", de Ali Jaberansari, da London Film School.

O júri deste prémio foi constituído pela actriz e realizadora Valeria Bruni-Tedeschi, o director de fotografia Peter Suschtizky, o escritor e dramaturgo Peter Handke e o coreógrafo Rui Horta.

O júri atribuiu ainda Menções Honrosas aos filmes "Frozen Stories", de Grzegorz Jaroszuk, da Polish National Film Television and Theater School, em Lodz, e a "L'Estate che non Viene", de Pasquale Marino, do Centro Sperimentale di Cinematografia - Scuola Nazionale di Cinema, de Roma.

O Prémio L'Oreal, que distingue os mais promissores talentos do cinema nacional, foi entregue este ano ao actor Miguel Nunes.

O Prémio Canon foi atribuído à curta-metragem "Encadeados", realizada por Ana Delgado Martins.

Os filmes premiados vão ser exibidos este domingo no Cinema Monumental - "Une Vie Meilleure", de Cédric Kahn, às 19h30, e "Twilight Portrait", de Angelina Nikonova, às 22h00 - e, no Espaço Nimas, serão projectados "Here I am", de Bálint Szimler, "Aman (Safe and Sound)", de Ali Jaberansari, "Encadeados", de Ana Delgado Martins, "Amnesty", de Bujar Alimani, a partir das 21h30.

sábado, 12 de novembro de 2011

A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa Segunda parte: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)

Dando continuidade à exposição apresentada em 2010 sobre o tema da natureza-morta na Europa, a segunda parte será dedicada à modernidade do século XIX e às alterações fundamentais ocorridas na primeira metade do século XX.
A renovação do interesse pela natureza-morta por parte dos artistas da vanguarda francesa será documentada através das obras dos Realistas e também da nova linguagem do Impressionismo. Em exposição estará uma peça-chave deste contexto, a Natureza-Morta de Claude Monet, que faz parte das colecções do Museu Calouste Gulbenkian. A natureza-morta foi, no final do século XIX, tema que interessou de sobremaneira os pintores Pós-Impressionistas como Cézanne, Van Gogh e Gauguin, que estarão representados através de obras de referência.

21 de Outubro de 2011 a 8 de Janeiro de 2012
Galeria de Exposições da Sede
Museu Calouste Gulbenkian

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Estudo revela doenças nas múmias do Museu de Arqueologia

Mais de um ano depois de feitas radiografias e TAC às três múmias egípcias da colecção do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Lisboa, foram divulgados os primeiros resultados. Após estes exames de tomografia, feitos sem se abrirem os sarcófagos e que permitiram reconstituir, a três dimensões, todo o corpo mumificado, foi diagnosticado a uma das múmias, com cerca de 2300 anos, um cancro na próstata com extensões ósseas. Numa outra foi detectada uma lesão extensa com origem numa distensão.
Em Agosto de 2010 numa reportagem publicada no P2 no dia dos exames, um dos investigadores, o egiptólogo Luís de Araújo, do Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa, afirmava que tinham de "estar preparados para tudo". E sabia-se que poderiam conseguir saber que tipos de doenças tinham em vida e até, eventualmente, a causa de morte.
Confirmou-se. Este estudo mostra "o primeiro caso de cancro na próstata achado numa múmia egípcia que se encontra enfaixada, e sem terem sido usados métodos destrutivos", revelou ontem à Lusa o médico radiologista Carlos Prates, coordenador da equipa clínica do estudo "Lisbon Mummy Project". "É um caso único, sendo provavelmente o segundo mais antigo conhecido. Há um achado referente à mesma hipótese nuns ossos muito degradados encontrados na Sibéria, cujas análises presumem que as razões de morte tenham sido cancro na próstata, mas não há radiografia, nem imagens, e dão a idade de 2700 anos; a múmia de Lisboa tem à volta de 2300 anos", acrescentou o investigador. "Não há nenhum diagnóstico de cancro na próstata numa múmia egípcia, nem de patologia maligna numa múmia que não foi aberta para ser investigada, como era prática no século XIX, até à invenção do raio X".
Esta múmia, do período ptolemaico (305-30 antes de Cristo), foi designada cientificamente por "M1" no estudo "Lisbon Mummy Project", que contou com participações de outras entidades: da empresa Imagens Médicas Integradas (IMI) que disponibilizou as instalações e a equipa de investigação liderada por Carlos Prates, contando com os médicos radiologistas Sandra Sousa e Carlos Oliveira; da Siemens, que patrocinou o projecto e disponibilizou uma estação de trabalho de pós-processamento avançado da informação digital; e do MNA, cujo director, Luís Raposo, coordena uma equipa que integra Luís de Araújo e ainda o arqueólogo Álvaro Figueiredo, do University College de Londres. Houve ainda a colaboração da Fundação Gulbenkian, que patrocinou a vinda a Portugal da arqueóloga egípcia Salima Sikran que acompanha o estudo. "Uma das outras múmias [M2] pertence a um sacerdote, Pabasa de seu nome, e revelou uma lesão extensa com origem numa distensão, que lhe terá provocado entorses frequentes. "Terão sido dolorosas e, nessas fases, deveria coxear", disse ainda o investigador.
O "Lisbon Mummy Project" teve início em 2007 e os resultados finais deste trabalho "serão divulgados em breve, mas só depois da publicação numa revista científica". E só depois dessa publicação é que se podem revelar todos os pormenores desta investigação multidisciplinar, que também se estendeu a animais mumificados.

domingo, 6 de novembro de 2011

MIGUEL BRANCO. DESERTO

A exposição apresenta quatro núcleos distintos que ocupam as quatro salas do Pavilhão. Pensados a partir do espaço da galeria, em cada núcleo existe uma “figura chave” que amplifica e cria uma tensão com as restantes peças, estendendo ligações às diferentes salas. As peças desenvolvem ligações entre si, criando uma dinâmica espacial pela forma como se articulam com o espaço, com as suas escalas e com o percurso do observador.

Exposição comissariada por Bernardo Pinto de Almeida.
29 de Setembro a 13 de Novembro.
Pavilhão Branco/Museu da Cidade

sábado, 5 de novembro de 2011

Contágio

“Contágio” é um filme sobre um vírus fulminante que aparece do nada e se torna numa pandemia global enquanto o diabo esfrega um olho, os médicos coçam a cabeça, o pânico toma conta da população e a sociedade começa a desintegrar-se. É o tema perfeito para um filme catástrofe à moda antiga ou um grande filme de terror apocalíptico - mas Soderbergh, que aqui regressa às grandes produções depois de alguns filmes mais experimentais (o díptico “Che” ou “Confissões de uma Namorada de Serviço”) é conhecido por fazer tudo menos o que se espera e o seu apocalipse é de uma serenidade atordoante e metódica que desorienta o espectador ao recusar todas as suas âncoras habituais, até no modo como utiliza o seu elenco de vedetas. Mas, contraditoriamente, o que aqui acontece está longe de ser o grande filme assustador que poderia ser - o realizador americano transforma-o em algo de desapaixonado, cerebral e distante, exactamente como um vírus disposto a tudo para sobreviver. Os seus actores, a sua narrativa, a sua emoção, fica tudo pelo caminho deste projéctil admiravelmente formalista mas que, como convém aos vírus, se admira à distância sem nunca nos queremos engajar com ele.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Incendies - A Mulher que Canta

“Incendies” é um filme que merece ser visto numa sala de cinema. É um filme belo, apesar da temática que aborda, com interpretações de elevado nível, uma narrativa fluida e uma fotografia interessante.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sarah's Key

Julia Jarmond é uma jornalista americana que vive em Paris há 25 anos e é casada com o arrogante e infiel Bertrand Tézac, com quem tem uma filha de onze anos. Julia escreve para uma revista americana, e o seu editor pede-lhe que acompanhe e trabalhe o sexagésimo aniversário da grande concentração no Vélodrome d'Hiver - um estádio no qual dezenas de milhares de judeus ficaram presos antes de serem enviados para Auschwitz. Ao aprofundar a sua investigação, Julia constata que o apartamento para o qual ela e o marido planeiam viver pertenceu aos Starzynski, uma família judia imigrante que fora desalojada pelo governo francês da ocupação, e em seguida comprado pelos avós de Bertrand. Ela resolve descobrir o destino dos ocupantes judeus. É revelada então a história de Sarah, a única sobrevivente dos Starzynski. Ao escrever sobre o passado da França,Gilles Paquet-Brenner oferece em 'A Chave de Sarah' um retrato da França sob a ocupação nazista, revelando tabus e negações que circundam este doloroso período da História francesa.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lisbon & Estoril Film Festival revela programação

A quinta edição do Lisbon & Estoril Film Festival 2011, a primeira a abranger Lisboa, vai contar com dez antestreias nacionais, 11 filmes em competição e mais 11 fora da competição. Grandes nomes do cinema e realizadores emergentes são a aposta de Paulo Branco, produtor e director artístico do certame.
Os novos filmes de George Clooney ("Nos Idos de Março"), Pedro Almodóvar ("La Piel que Habito"), Gus van Sant ("Restless"), David Cronenberg ("A Dangerous Method"), Lars von Trier ("Melancholia"), Roman Polanski ("Carnage"), Nicolas Winding Refn ("Drive"), Bertrand Bonello ("L'Apollonide (souvenirs de la maison close)"), Jean-Pierre e Luc Dardenne ("Le Gamin au Vélo") e Agusti Villaronga ("Pa Negre") têm a antestreia nacional marcada para a edição deste ano.
Em competição, que segundo a organização no site do festival "privilegia sobretudo a abrangência de um vasto leque de territórios europeus de menor visibilidade internacional, dando a conhecer cinematografias que de outra forma não chegariam ao grande público", vai estar um filme português, "A Vingança de Uma Mulher", de Rita Azevedo Gomes, que se inspirou no conto "La vengeance d'une femme", que faz parte de "Les diaboliques" de Barbey d'Aurevilly, publicado em 1874.
O comité de selecção, responsável pela escolha dos filmes a concurso, seleccionou ainda os filmes: "Amnistia", de Bujar Alimani; "Don't Follow Me Around", de Dominik Graf; "One Minute of Darkness", de Christoph Hochhäusler; "Sport de Filles", de Patricia Mazuy; "Twilight Portrait", de Angelina Nikonova; "Beats Being Dead", de Christian Petzold; "La Guerre Est Déclarée", de Valérie Donzelli; "Oslo, August 31st", de Joachim Trier"; "Target", de Alexander Zeldovich; e "Une Vie Meilleure", de Cédric Kahn.
O júri do festival será composto pelos escritores J. M. Coetzee, Paul Auster, Peter Handke, Don de Lillo e Siri Hustvedt, pelo realizador Luca Guadagnino, pelo violinista Gidon Kremer e pelo artista plástico José Barrias.
Fora da competição, o festival vai exibir o vencedor do Leão de Ouro em Veneza, "Faust" de Alexander Sokurov, a mais recente obra de Philippe Garrel, "Un Été Brûlant", e "Killer Joe", de William Friedkin - objecto de uma retrospectiva, com oito filmes, entre os quais "Bug", "The Boys in the Banda", "The Birthday Party" ou "Viver e Morrer em Los Angeles". "I Wish", de Hirokazu Koreeda; "Los Pasos Dobles", de Isaki Lacuesta; "Las Razones Del Corazón", de Arturo Ripstein; "Tokyo Park", de Shinji Aoyama; "Abrir Puertas y Ventanas", de Milagros Mumenthanler; "La Folie Almayer", de Chantal Akerman; "Policeman", de Nadav Lapid; e "Saudade", de Katsuya Tomita, são os filmes que compõem esta secção paralela à competição.
Para lá das salas habituais (Centro de Congressos de Estoril, Casino Estoril, Casa de Santa Maria e Casa das Histórias), o festival prolonga-se este ano para os cinemas Monumental e Nimas (geridos por Paulo Branco), Centro Cultural de Belém, Torre de Belém, Mosteiro de São Vicente de Fora e Museus da Politécnica.
E estarão no festival Léos Carax, Matthew Barney, David Cronenberg, Yasmina Reza, Christopher Doyle, Paul Giamatti, Miquel Barceló, os Dardenne...
Aceda aqui à programação.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

DocLisboa

O que aí vem, ao longo de dez dias de festival que vão obrigar os interessados a desmultiplicarem-se por uma programação riquíssima e desafiadora, é um olhar lúcido, resoluto, não sobre "o mundo", mas sobre "os mundos" (tantos quantos podem caber dentro do planeta em que vivemos) e sobre os desafios à sua sobrevivência. O Doc abre hoje (Culturgest, 21h) com um olhar sobre um microcosmos - "Crazy Horse", de Frederick Wiseman, sobre os bastidores do célebre cabaré parisiense (em sala a 27 de Outubro) - e fecha a 29 (Culturgest, 21h), com um olhar sobre o tempo que passou na vida de um cineasta - "Photographic Memory", de Ross McElwee.
Entre ambos, o Doc 2011 promete ser um festival de apocalipses - palavra que significa, no seu sentido mais restrito, "revelação". O que descobrimos, no Doc 2011, são mundos que acabam, que começam, que acabam para que outros comecem.
Aceda aqui à programação.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Leonard Cohen anuncia novo álbum de originais para 2012

Depois de sete anos sem lançar nenhum disco, Leonard Cohen revelou, numa conferência em Oviedo, Espanha, que está agora a gravar Old Ideas, nome do seu novo álbum que deverá chegar às lojas em 2012. A notícia confirmou as declarações feitas pelo seu filho, Adam Cohen, na semana passada à BBC, nas quais disse ter ajudado o pai a preparar um novo disco.
O novo projecto de Cohen está a ser preparado em Los Angeles, segundo o El País, e conta já com algumas músicas originais. "Tenho dez canções novas e já as toquei para algumas pessoas e parece que gostaram", disse o músico em Oviedo, onde vai receber o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras de 2011.
Além de músico, o canadiano é também poeta e romancista. Por isso, aos 77 anos, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras pelo "imaginário sentimental" da sua escrita e música. O seu primeiro livro de poesia foi escrito em 1956, "Let us compare mythologies", e em 1963 saiu a sua primeira obra literária, "The Favourite Game". "A música e a poesia fazem uma cadeia que sugerem uma melodia ou um acorde, mas o processo não é linear", disse o músico sobre a sua relação com a música e a escrita.
Questionado ainda sobre o panorama actual de intervenção, Leonard Cohen confessou que sente uma certa "simpatia" pelas pessoas que se têm manifestado, porque tem amigos na mesma situação, enfatizando que "não nos podemos abstrair do que está a acontecer."
Para o sucessor de Dear Heather, de 2004, o cantor assegurou que não há para já data de edição. Revelou também que, apesar de terminado o novo álbum, que espera lançar em 2012, não sabe ainda se haverá uma digressão para o apresentar ao vivo

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Afinal Van Gogh não se suicidou, foi vítima de uma bala perdida

Uma nova biografia de Vincent Van Gogh, dos autores Steven Naifeh e Gregory White Smith, vencedores de um Pulitzer pela biografia de Jackson Pollock, defende a tese de que o pintor não se suicidou mas morreu alvejado acidentalmente por dois rapazes.
O mestre da pintura morreu em Auvers-sur-Oise, na França, a 29 de Julho de 1890, tinha apenas 37 anos. Segundo a história, Van Gogh, que teria muitos problemas na altura, suicidou-se com um tiro no peito mas a arma nunca foi encontrada. Foi sobre esta parte da história que os dois escritores centraram a investigação e chegaram às conlusoes agora apresentadas no livro "Van Gogh: The Life have claimed", que chegou esta segunda-feira às livrarias britânicas.
Depois de terem passado os últimos dez anos a investigar e a trabalhar com mais de 20 tradutores e investigadores, Steven Naifeh e Gregory White Smith, que tiveram ainda acesso a centenas de documentos escritos por Van Gogh, garantem a que tese que defendem é a que tem mais lógica.
Van Gogh, que morava em França, tinha por hábito passear pelos campos de trigo para se inspirar e pintar. Terá sido num desses passeios que o pintor terá disparado contra si, caminhado depois sozinho para o hotel onde estava hospedado, acabando por vir mais tarde a morrer. Esta é a história que se conta até hoje mas os autores da mais recente biografia têm outra explicação. "É muito claro para nós que ele não foi para os campos com a intenção de se matar", disse à BBC Steven Naifeh, explicando que a bala atingiu o abdómen de Van Gogh de um ângulo oblíquo, e não directamente como seria de esperar num suicídio.
De acordo com Steven Naifeh, no passeio aos campos, Van Gogh foi atingido por uma bala perdida de dois jovens que brincavam aos cowboys. "Aquilo que as pessoas que o conheciam [Van Gogh] contavam era que ele foi morto acidentalmente por dois rapazes e decidam protegê-los ao aceitar a culpa", continua o autor, citando os estudos que o historiador de arte John Rewald fez na altura em que visitou Auvers-sur-Oise, em 1930. O historiador terá viajado a França com o propósito de investigar a morte do pintor, tendo falado com os moradores da região.
"Estes dois rapazes, um deles estava até vestido de cowboy e tinha uma arma defeituosa, eram conhecidos por irem [para os campos] beber àquela hora do dia com o Vincent [Van Gogh]. Então tu tens dois adolescentes, uma arma defeituosa, um rapaz que gosta de brincar aos cowboys, tens três pessoas que provavelmente beberam todas de mais", diz o autor, explicando o acontecimento fatal. Por isso, Steven Naifeh considera a tese de "homicídio acidental" a mais lógica de acordo com a sucessão de acontecimentos.
Gregory White Smith explicou ainda que Van Gogh não queria morrer mas quando "ela chegou a si, ou quando lhe foi apresentada como uma possibilidade, ele abraçou-a". Para este autor, os problemas que enfrentava por não conseguir vender os seus quadros, terão abalado muito o pintor.
Nesta nova biografia, os autores escrevem ainda que a família de Van Gogh terá tentado internar o pintor, que sofria de epilepsia, num asilo. Steven Naifeh e Gregory White Smith defendem Van Gogh viva sob grande aflição e que terá sido a mistura de sentimentos, entre a mania e a depressão, que terão provocado a sua epilepsia. Num capítulo do livro, pode-se ler ainda que a relação do pintor com o seu pai era tão tumultuosa e violenta que alguns membros da família acusaram Van Gogh de matar o próprio pai.
O Museu Van Gogh, em Amesterdão, disse ao "El País" que é preciso encarar estes novos factos com calma, defendendo que a "teoria de homicídio acidental não está bem sustentada".

domingo, 16 de outubro de 2011

Enfant de yak, Christophe Boula



Rodeado pelas montanhas do Tibete, um casal de nómadas e uma menina de sete anos chamada Lhamo, vive do que a Terra dá e da criação de Yaks. Um dia a família recebe a visita de um miliciano Tibetano que exorta os pais a enviar a filha única para a escola. Procura ainda convencê-los a vender os animais para que possam mudar o seu secular modo de vida. Pela primeira vez, Lhamo abandona os imensos planaltos e as saborosas rotinas do seu dia a dia para confrontar as hierarquizadas estruturas do Estado. E esse confronto não será pacífico. Esta ficção sobre realidades distantes, participou na programação ONDA CURTA da FESTA DO CINEMA FRANCÊS 2011.

sábado, 15 de outubro de 2011

Sofia Dias e Vítor Roriz vencem prémio Jardin d'Europe

A dupla de coreógrafos portuguesa Sofia Dias e Vítor Roriz recebeu este sábado, em Bucareste, o prémio Jardim d'Europe, no valor de dez mil euros, atribuído por um júri internacional composto por oito críticos à peça "Um Gesto não passa de uma ameaça". Apresentada na passada quarta-feira no 6º Xplore Dance Festival que decorreu na capital romena, a coreografia distinguiu-se do conjunto dos trabalhos apresentados por nomes emergentes da cena europeia.
O Prémio Jardin d'Europe, na sua 4ª edição, é a mais importante distinção para a nova criação contemporânea europeia e resulta da colaboração de 14 instituições, entre elas o ImpulsTanz, em Viena, e a companhia Ultima Vez, em Bruxelas. O festiaval iDans, em Istambul ou a companhia Cullberg Ballet, em Estocolmo.
Dias e Roriz lançaram-se, literalmente, de corpo e alma, num intenso brainstorming motor, mental e verbal, e é dele que emana toda a Dinâmica dramatúrgica; contudo, sob a aparente associação livre, o cuidado com os ínfimos detalhes com que corpo e voz dão visibilidade cénica à insondável linha condutora que liga o material apresentado, denota decantação e selecção, prevalência do controlo sobre o risco".
"Um gesto que não passa de uma ameaça" é apresentado dias 22 de Outubro em Évora (Festival Internacional de Dança Contemporânea), 12 de Novembro em Estarreja (Cine-teatro de Estarreja), e de 24 a 26 de Novembro em Lisboa (Espaço Alkantara).

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um poeta da guitarra chamado Tcheka

Na capa vemos Tcheka, dedo acusador apontado, e em fundo uma paisagem marítima agitada. Não custa acreditar que se trata de Ribeira da Barca, Ilha de Santiago, Cabo Verde, local onde nasceu há 38 anos Manuel Lopes Andrade, seu verdadeiro nome.
Ao quarto álbum, Tcheka regressa ao local onde nasceu e de onde fez ressuscitar o batuque, um ritmo tradicional feminino da ilha de Santiago. Foi ali, ao pé do oceano Atlântico, que cresceu. Não espanta que agora acabe por cantar a realidade social dura e os problemas ambientais decorrentes do desgaste da natureza e da apanha da areia daquela zona. Mas apesar da foto enraivecida da capa, fá-lo de forma doce, talvez porque antes de ser militante é acima de tudo um poeta da guitarra capaz de contar histórias.
Este é um disco onde assume um papel mais ambicioso do que no passado, patente na forma como se encarrega da produção, dos arranjos e da composição - todos os temas são da sua autoria, com excepção de “Forti bu dan cu stango” de Norberto Tavares.
O centro da acção volta a ser a sua voz e guitarra acústica, capazes de expor com simplicidade um universo onírico e sensual, onde o sentimento de alegria se confunde com melancolia. Ao contrário de tantos outros músicos do continente africano, com exposição na Europa, fá-lo de forma enxuta mas complexa, não cedendo um milímetro à ilustração supérflua.
A sua voz tanto é capaz de mostrar fragilidade como vigor, acompanhada pela agilidade desconcertante com que toca guitarra, com as sonoridades que nos habituámos a qualificar como sendo pertencentes à música tradicional de Cabo Verde, complementadas pela presença subtil do jazz e por um naipe de influências diversas, que nunca se insinuam de forma abrupta.
Tcheka é um desses músicos que é capaz de reformular constantemente a sua linguagem a partir das fundações que definiu desde os dois álbuns iniciais (“Argui!” e “Nu Monda”), sem necessidade de divergir para grandes transformações. Mas a verdade é que elas acabam por acontecer, natural e pacificamente.

domingo, 9 de outubro de 2011

CONCERTO DE MÚSICA SACRA


CORO JUVENIL DE LISBOA

PROGRAMA

SIR CHARLES HUBERT PARRY (1848-1918)
Jerusalem

KARL JENKINS (1944)
REQUIEM (2005)
Lacrimosa

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791)
MISSA DA COROAÇÃO K317 (1779)
Kyrie

SERGEI RACHMANINOFF (1873-1943)
VÉSPERAS op.37 (1915)
Ave Maria

CHARLES GOUNOD (1818-1893)
MISSA SOLENE DE SANTA CECILIA (1854)
Sanctus

PATSY FORD SIMMS
ESPIRITUAL NEGRO
Climbin' up the mountain

GEORGE GERSHWIN (1898-1937)
ESPIRITUAL NEGRO
Promise Land

CORO JUVENIL DE LISBOA
soprano ANA COSME
tenor RUI ANTUNES
piano e direcção musical NUNO MARGARIDO LOPES


BASÍLICA DOS MÁRTIRES
RUA GARRET

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Festa do Cinema Francês arranca esta quinta-feira

A inauguração da festa acontece hoje no São Jorge com a exibição do lendário filme "Le voyage dans la lune", Georges Méliès, na versão restaurada estreada em Cannes 2011 que reproduz as tintagens coloridas com que estreou em 1902 e que traz uma nova banda sonora a cargo do grupo Air.
Carole Bouquet é, depois de Sandrine Bonnaire em 2010, a segunda "madrinha" do festival, e virá apresentar a Lisboa em ante-estreia o seu mais recente filme, "Impardonnables", de André Téchiné. Será igualmente alvo de uma pequena retrospectiva que incluirá "Este Obscuro Objecto do Desejo" de Luis Buñuel.
Já Anouk Aimée vem a Portugal acompanhar uma retrospectiva da sua carreira organizada com a Cinemateca Portuguesa, que acontece entre os dias 7 e 31 de Outubro. Os 16 filmes apresentados incluirão "La Dolce Vita" e "Fellini Oito e Meio" de federico Fellini, "Um Homem e uma Mulher" de Claude Lelouch, "Prêt-à-Porter" de Robert Altman, "A Tragédia de um Homem Ridículo" de Bernardo Bertolucci" e duas obras de Jacques Demy, "Lola" e "Model Shop". "Lola" será, aliás, editado em simultâneo em DVD pela Midas Filmes, no âmbito de uma caixa dedicada ao realizador que inclui ainda "A Baia dos Anjos" e "Um Quarto na Cidade".
Outros convidados da festa serão Radu Mihaileanu, o autor do êxito "O Concerto", que mostra o seu novo filme "La Source des femmes"; o chadiano Mahamat Saleh-Haroun, com "Un Homme qui crie", apresentado a concurso em Cannes 2010; a actriz portuguesa Maria de Medeiros, que apresentará os filmes "Hitler à Hollywood" de Frédéric Sojcher e "Ni à vendre, ni à louer" de Pascal Rabaté; e três das mais aclamadas jovens realizadoras francesas. Mia Hansen-Løve, autora de "O Pai das Minhas Filhas", mostra o novo "Un Amour de jeunesse"; a bretã Katell Quilléveré apresenta "Un Poison violent", exibido em Vila do Conde 2010; e Christine Laurent, habitual colaboradora de Jacques Rivette, traz a sua realização "Demain?", co-produção portuguesa com O Som e a Fúria.
As ante-estreias incluem ainda este ano "De Vrais mensonges", comédia de Pierre Salvadori com Audrey Tautou e Nathalie Baye; "Le Moine", de Dominik Moll ("Harry, Um Amigo que Lhe Quer Bem"), com Vincent Cassel; "Incendies", do canadiano Denis Villeneuve, candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro; "Et Maintenant on va où?", o novo filme de Nadine Labaki, autora de "Caramel"; ou "Elle s'appelait Sarah", de Gilles Paquet-Brenner, onde Kristin Scott Thomas desvenda segredos de família relacionados com o Holocausto num filme que está actualmente a fazer sucesso nos EUA. Destes vinte filmes, apenas cerca de metade estão adquiridos para distribuição em Portugal.
Um ciclo paralelo propõe dez obras de estreia apresentadas na Semana da Crítica do Festival de Cannes, em comemoração do 50º aniversário daquela secção, apresentadas por Xavier Leherpeur do comité de selecção da semana da crítica. Entre eles estão "O Cerco", de António da Cunha Telles, "Le Père Noël a les yeux bleus" de Jean Eustache, "Boy Meets Girl" de Léos Carax ou "Manual de Instruções para Crimes Banais" de Benoît Poelvoorde, Rémy Belvaux e André Bonzel.
E os mais pequenos não foram esquecidos, com a exibição em sessões escolares de um ciclo de animação que inclui os filmes de Sylvain Chomet "Belleville Rendez-vous" e "O Mágico" mas também obras mais recentes como "Les Contes de la nuit" de Michel Ocelot e "Une Vie de chat" de Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol.A Festa será acompanhada por um concerto da cantor-compositor Sorel, a 13 de Outubro, no IFP, e por uma exposição de André Graça Gomes inspirada pelo filme de Robert Bresson "Fugiu um Condenado à Morte".
Como habitualmente, a programação do evento irá viajar pelo país: depois de Lisboa, onde decorre no cinema São Jorge de 6 a 16 de Outubro, seguir-se-ão Almada (Forum Romeu Correia, 12 a 16 de Outubro), Porto (cinema Passos Manuel, 19 a 23 de Outubro), Guimarães (Centro Cultural Vila Flor, 19 a 23 de Outubro), Faro (Teatro Municipal, 22 a 30 de Outubro) e Coimbra (Teatro Académico Gil Vicente, 2 a 8 de Novembro).
Aceda aqui à programação.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Jessie J foi a grande vencedora dos Mobo Awards

Jessie J foi a grande vencedora da cerimónia dos Mobo Awards, levando para casa quatro dos cinco galardões para que estava nomeada. A 16ª edição deste prémio de música aconteceu esta quarta-feira em Glasgow, Escócia.
Melhor canção, com "Do It Like a Dude", melhor álbum, com "Who you are", melhor artista revelação e melhor actuação foram as quatro categorias que a cantora britânica Jessie J venceu na noite passada, em Glasgow. Adele estava nomeada para quatro categorias, entre elas melhor canção, com "Someone like You". Contudo, a artista apenas arrecadou um galardão, na categoria de melhor R&B/soul.
"Não estava nada à espera de ganhar. Só queria dizer que o maior agradecimento que vou deixar é para os meus fãs, porque ninguém sabia quem eu era [no início] e agora estou a vencer na categoria de melhor álbum. Isto é épico. Obrigado a todos", disse Jessie J no momento em que recebeu o prémio. O álbum "Who you are" já vendeu 600 mil cópias no Reino Unido.
Adele não pôde estar presente na cerimónia mas enviou uma mensagem em vídeo, para ser projectado no momento da sua distinção: "Muito obrigado por este Mobo Award, significa muito para mim."
O rapper Wretch 32, natural de Londres, foi o que ficou mais desapontado, uma vez que estava nomeado para quatro categorias, mas não recebeu nenhum galardão. O prémio de melhor actuação hip hop foi atribuído a Tinie Tempah.
Alguns críticos manifestaram o seu desagrado perante as nomeações deste ano, pois Jessie J é uma artista "branca" e foi a grande vencedora da noite, numa cerimónia que distingue música negra desde 1996. Numa entrevista ao jornal The Voice, Kanya Knig, fundadora do Mobo Awards, explicou o porquê das nomeações: "A premiação reflecte o que está a acontecer no mundo da música no Reino Unido. Agora, mais do que nunca, a música urbana é predominante".
Durante a cerimónia também foi homenageada Amy Winehouse, que morreu a 23 de Julho, na voz de Dionne Bromfield, afilhada da cantora, que interpretou "Love is a Losing Game".

sábado, 1 de outubro de 2011

CONCERTO CORO JUVENIL DE LISBOA


PROGRAMA

SIR CHARLES HUBERT PARRY (1848-1918)
Jerusalem

KARL JENKINS (1944)
REQUIEM (2005)
Lacrimosa

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791)
MISSA DA COROAÇÃO K317 (1779)
Kyrie

CHARLES GOUNOD (1818-1893)
MISSA SOLENE DE SANTA CECILIA (1854)
Sanctus

GIACOMO PUCCINI (1858-1924)
MADAME BUTTERFLY
Coro a Bocca Chiusa

GIUSEPPE VERDI (1848-1918)
LA TRAVIATA
Coro di zingarelle

IL TROVATORE
"Vedi le fosche notturne"

RADIOHEAD
Creep

COLDPLAY
The Scientist
Clocks

PATSY FORD SIMMS (arr.)
ESPIRITUAL NEGRO
Climbin' up the mountain

GEORGE GERSHWIN (1898-1937)
PORGY AND BESS
Oh, the train is at the station

JOHN KANDLER (1927)
New york! New York!

CORO JUVENIL DE LISBOA
soprano DORA RODRIGUES
tenor RUI ANTUNES
guitarra electrica MIGUEL JESUS
guitarra acústica VICTOR PALMA
contrabaixo PEDRO SOUSA
percussão HUGO LOPES
piano e direcção musica NUNO MARGARIDO LOPES

RUÍNAS DO CONVENTO DO CARMO

domingo, 25 de setembro de 2011

Filme de João Canijo vence prémio da crítica internacional em San Sebastian

Primeiro, uma menção honrosa. Agora, o Prémio da Crítica Internacional. O filme "Sangue do Meu Sangue", do realizador João Canijo, recebeu ontem mais um galardão não oficial do festival San Sebastian, que este sábado terminou em Espanha.
Em competição por este prémio estavam outros 15 filmes. Acabou por vencer o novo trabalho de Canijo, que na quinta-feira assegurou a difusão na estação de televisão pública espanhola ao receber a menção honrosa na atribuição do prémio Otra Mirada da TVE.
"Sangue do Meu Sangue", que o cineasta escreveu em parceria com os actores, narra o amor de uma mãe solteira pela filha, interpretadas por Rita Blanco e Cleia de Almeida.
Para a produtora Midas Filmes, a "atribuição destas duas distinções tem um significado muito especial", tanto pela participação "extremamente importante" da TVE no cinema nacional como por ser atribuído "por um grupo alargado e prestigiado de críticos", refere em comunicado.
A escolha pertenceu a cinco jornalistas de cinema da federação internacional da imprensa cinematográfica, a FIPRESCI, de um júri presidido por Paulo Portugal e do qual faziam ainda parte Horacio Bernades, da Argentina, Geri Krebs, da Suíça, Stanislav Ulver, da República Checa, e Imma Merino Serrats, de Espanha.
O filme estreia em Portugal a 6 de Outubro e continuará a ser exibido nos festivais internacionais - em Toronto, no Rio de Janeiro e em Busan (Coreia do Sul).

sábado, 24 de setembro de 2011

"José e Pilar" premiado em festival brasileiro dedicado à língua portuguesa

O candidato português aos Óscares do próximo ano, "José e Pilar", foi eleito o melhor documentário no CinePort - Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa. O prémio foi esta sexta-feira atribuído em João Pessoa, Paraíba, no Brasil, onde a quinta edição do festival decorre até domingo.

Esta é a segunda vez que o filme de Miguel Gonçalves Mendes é distinguido no Brasil, depois de ter arrecadado o prémio do público na Mostra de São Paulo, no ano passado. "José e Pilar" esteve depois em cartaz nas salas brasileiras, na quais teve, durante cinco meses, 40 mil espectadores.

O prémio no CinePort foi comunicado pela produtora do documentário, a Jumpcut, que informa ainda que "José e Pilar" voltará a ser exibido em Espanha amanhã, sábado, no Hay Festival de Segóvia. Pilar del Río, viúva do Nobel da Literatura português e presidente da Fundação José Saramago, estará presente.

O mercado espanhol foi de resto um dos quatro com distribuição comercial do filme, junto com Portugal, Brasil e Itália. México, Estados Unidos e Canadá são os países que se seguem. Mais imediata, a 4 de Outubro, é a exibição na Feira do Livro de Belgrado, que vai contar com a presença do realizador Miguel Gonçalves Mendes.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cesaria Evora termina a carreira aos 70 anos

A cantora cabo-verdiana Cesaria Evora pôs um ponto final na sua longa carreira, anunciou esta sexta-feira a sua editora, a Lusafrica. A cantora de 70 anos está fisicamente muito debilitada.
Cesaria Evora chegou há poucos dias a Paris para uma série de concertos e apresentações, agora cancelados.
O comunicado da editora explica que a cantora chegou a França num estado de "grande debilidade". "Os médicos que a seguem em Paris ordenaram o cancelamento da sua próxima digressão. Cesária decidiu então em conjunto com o seu produtor e agente, José da Silva, pôr um fim de maneira definitiva à sua carreira."
Os problemas de saúde de Cesaria Evora têm-se vindo a complicar desde 2008, quando em Março sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) durante um concerto na Austrália. "Os seus problemas de sáude são consequência das várias operações cirúrgicas a que tem sido submetida nos últimos anos, entre elas, uma operação a coração aberto em Maio de 2010", continua o comunicado.
A "Diva dos Pés Descalços", por cantar sempre descalça, completou em Agosto 70 anos e tem estado este ano a trabalhar num novo álbum, sucessor de "Nha Sentimento", lançado em 2009.
Em 2004, Cesaria Evora venceu o Grammy de Melhor Álbum World Music Contemporâneo com "Voz d'Amor".
Cesaria Evora é embaixadora de boa vontade da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), e foi condecorada, em 2007, pelo então Presidente francês Jaques Chirac com a Legião de Honra de França, país onde a artista encetou a sua carreira internacional, tornando-se a voz cabo-verdiana mais conhecida no mundo.
O ano passado, Cesária Évora foi homenageada no seu país, Cabo Verde, com um prémio carreira na gala dos Cabo Verde Music Awards.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Rosa Morena" de Carlos Oliveira conquista Prémio Melhor Filme do Festival Queer

O filme brasileiro "Rosa Morena", de Carlos Oliveira, conquistou o Prémio de Melhor Longa-Metragem da 15.ª edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico - Queer Lisboa, anunciou a organização na sessão de encerramento do certame.
O Prémio de Menção para o Melhor Actor foi para o chileno Roberto Farias pela interpretação em "Mi Último Round", de Julio Jorquera, e o Prémio de Menção para a Melhor Actriz foi atribuído por unanimidade à actriz alemã Corinna Harfouch no filme "Auf der Suche", de Jan Kurger.

Na cerimónia de encerramento que decorreu no Cinema São Jorge, em Lisboa, foi exibido um filme em retrospectiva: "Taxi zum Klo" (Alemanha, 1980), de Frank Ripploh.

Ainda segundo a organização, o Prémio de Melhor Documentário foi atribuído ao filme indiano "I Am", de Sonali Gulati. O galardão tem um valor de 3.000 euros e é atribuído pela RTP 2, pela compra dos direitos de exibição do filme neste canal.

No Prémio do Público para a Melhor Curta-Metragem foi distinguido o filme de ficção brasileiro "Eu Não Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro. Tem um valor de 1.000 euros, e é patrocinado pela Jameson.

O júri do Prémio de Melhor Longa-Metragem - no valor de 1.000 euros, patrocinado pela Absolut Vodka - foi composto por Beatriz Batarda, Albano Jerónimo e Sam Ashby, que justificou assim a atribuição: "Escolher foi muito difícil, mas acabámos por decidir reconhecer o filme que mais nos desafiou e que levantou o maior número de complexas questões morais".

Adiantou ainda que na escolha pesou "o corajoso e honesto retrato da luta desesperada e, por vezes perigosa, de um homem gay pelo seu direito a ser pai, tendo como pano de fundo o extraordinário cenário das favelas de São Paulo".

Para a eleição de Melhor Actor - o chileno Roberto Farias pela interpretação em "Mi Último Round", de Julio Jorquera, o júri justificou: "Pelo zelo, simplicidade e dedicação à jornada da sua personagem em direcção à aceitação de um inesperado estilo de vida, o ator caracteriza com verdade e humanidade a riqueza do ponto de vista do realizador sobre as contradições dentro de uma pequena comunidade masculina no Sul do Chile".

Em relação ao Prémio para Melhor Actriz - a alemã Corinna Harfouch no filme "Auf der Suche", de Jan Kurger - o júri justificou-a pela "interpretação sólida, económica e contida, da jornada de uma mãe para encontrar o seu filho enquanto lida com uma profunda inquietação interior".

O júri considerou que Corinna Harfouch "foi habilmente ao encontro da visão do realizador da batalha de uma mulher para superar-se a si mesma e atender às necessidades de um outro".

O júri do Melhor Documentário - que coube ao filme indiano "I Am", de Sonali Gulati - foi composto por Miguel Gonçalves Mendes, Claudia Mauti e Franck Finance-Madureira.

"Um filme forte e ao mesmo tempo tocante, numa história relatada de um modo pessoal que, começando na relação da realizadora com a sua mãe, se torna num retrato político e social de um país", justificou o júri.

O Prémio do Público da Secção Competitiva para a Melhor Curta-Metragem foi atribuído à curta-metragem de ficção brasileira "Eu Não Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro, com uma nota dos espetadores de 8,7 numa escala de um a dez.

A curta-metragem relata a história de Leonardo, um adolescente cego que tem de lidar com os sentimentos despertados pelo amigo Gabriel.

Nesta edição especial de 15 anos do Queer Lisboa foram exibidos 84 filmes de mais de 30 nacionalidades, com um total de cerca de 8.000 espectadores contabilizados nas sessões de cinema que decorreram durante nove dias no Cinema São Jorge.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Amadeus

A encenação está a cargo de Tim Carroll, um convite feito por Diogo Infante, que reconhece no encenador uma ”familiaridade com a língua inglesa” e também uma ”identificação com o humor inglês”. A sua vasta experiência na direcção de textos clássicos e óperas confirma o sucesso desta escolha, cujo resultado é uma peça muito bem encenada e perfeitamente interpretada.
Peter Shaffer afirmou durante a década de 90 que “A peça não é, na verdade, apenas sobre Mozart. É também sobre Salieri”. E de facto, na peça é Antonio Salieri, o compositor da corte austríaca no século XVIII, que assume o papel de actor principal, para além de narrador. A acção inicia-se em 1823, com Salieri na sua velhice e a assumir-se como confessor, interpelando o público para que o oiça. Para isso, tranforma-se num jovem Salieri que nos reconta episódios em flashback, como Mozart chegou à sua corte, como o conheceu, os sentimentos que desenvolveu em relação a ele e o ímpeto de vingança que o moveu até ao fim de Mozart.
Aqui, o papel de Salieri é interpretado de forma brilhante por Diogo Infante, que executa perfeitamente a metamorfose entre o idoso e o jovem adulto. Mozart, por sua vez, é também interpretado de forma exemplar por Ivo Canelas, que transpõe para o público todo o génio musical do compositor, mas também as suas falhas como ser humano, desde a sua infantilidade à inapropriação da linguagem que utiliza.
Com uma estrutura dividida em dois actos, apenas no final do primeiro Salieri ganha consciência do génio de Mozart, o que provoca uma mudança não só no seu comportamento mas também na sua relação com Deus – Salieri percebe que Mozart é Amadeus, o “amado dos deuses” e entra por isso em conflito com Deus.
Em Amadeus, a História mistura-se com ficção, com teatro e, obviamente, com música. Este elemento tem uma importância natural, ao longo da peça vamos ouvindo obras emblemáticas de Mozart, tais como A Flauta Mágica e a controversa ópera As Bodas de Fígaro.
O culminar desta rivalidade traduz-se na morte de Mozart, com um clímax propositadamente escrito pelo autor, conferindo uma teatralidade que não existia antes na história Mozart-Salieri. Os sentimentos do público em relação a Mozart sofrem uma evolução, passando do distanciamento para a compaixão e mesmo para a simpatia. No final, Salieri reconhece a vitória de Deus na batalha que tinha empreendido – a música de Mozart permanece, a sua morre.
Durante cerca de duas horas, desenrola-se não só a rivalidade entre os dois compositores mas também temas mais abrangentes e tranversais à humanidade, tais como a justiça, o amor, o sofrimento e, acima de tudo, a oposição entre o génio e a mediocridade.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

enfant - um espectáculo de Boris Charmatz

“Enfant” é um espectáculo de Boris Charmatz para nove bailarinos e um grupo de crianças. Tiago Bartolomeu Costa, crítico de artes performativas do jornal Público, viu-o no Festival de Avignon, em Julho passado, e diz dele que é “de uma insuportável beleza”.
A criança é aqui vista como uma matéria maleável, frágil e incontrolável. Transportados, pousados no chão, manipulados pelos bailarinos, os corpos das crianças invadem o espaço, ampliam-no, esculpem-no. Das suas relações nasce um jogo de tensão e de relaxamento que conjuga a força da inércia com o processo de transformação.
Progressivamente, as relações invertem-se, desfaz-se a fronteira entre grandes e pequenos, profissionais e amadores, animado e inanimado, dando lugar a uma massa em formação, um enxame impetuoso que arrasta tudo.

Coreografia de Boris Charmatz
Interpretação de Eleanor Bauer, Nuno Bizarro, Matthieu Burner, Olga Dukhovnaya, Julien Gallée-Ferré, Lénio Kaklea, Maud Le Pladec, Thierry Micouin, Mani A. Mungai e um grupo de crianças de Rennes

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Dália Negra