quarta-feira, 27 de março de 2013

Planeta Tangerina eleita a melhor editora para a infância



Para assinalar 50 anos de existência, a organização da feira decidiu criar um prémio para as melhores e mais inovadoras editoras de livros para os mais novos, nos diferentes continentes do mundo.
Na Europa, a Planeta Tangerina foi eleita a melhor, numa categoria na qual estavam também nomeadas a editora francesa Editions Thierry Magnier, a checa Baobab, a italiana Edizioni EL e a alemã Beltz & Geldberg.
Em declarações hoje à agência Lusa, a escritora Isabel Minhós Martins, uma das fundadoras da editora e autora de grande parte das histórias publicadas, não escondeu o contentamento pela conquista do prémio, por significar um reconhecimento dos outros editores presentes na feira.
Com este prémio não monetário -- intitulado BOP - foram ainda distinguidas editoras da América do Norte, América Central e do Sul, África, Ásia e Oceania.
De acordo com a organização, o prémio pretende homenagear as editoras que "estão na linha da frente da inovação na literatura para a infância" e que se destacaram pelas escolhas editoriais ao longo do ano anterior à feira.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Um beijo de Newman e Woodward no cartaz de Cannes


Um beijo dos atores Paul Newman e Joanne Woodward numa original fotografia de 1963 está no cartaz do próximo Festival de Cinema de Cannes, que se realiza entre 15 e 26 de maio.
Segundo a organização, a imagem, hoje revelada, "encarna na perfeição o espírito do cinema". A fotografia foi tirada durante a rodagem do filme 'A New Kind of Love', realizado por Melville Shavelson em 1963. "Para o festival, é o momento de prestar homenagem à memória de Paul Newman, desaparecido em 2008, e de fazer uma saudação a Joanne Woodward, sua mulher e intérprete de eleição".
Os dois atores estiveram no Festival de Cannes em 1958, ano em que se casaram, quando 'The Long Summer', de Martin Ritt, o primeiro filme que fizeram juntos, esteve selecionado para a competição do festival.

terça-feira, 19 de março de 2013

War Witch

Logo no início de "War Witch" vemos a protagonistaKomona (Rachel Mwanza) perder sua humanidade. A menina do Congo, de apenas 13 anos de idade, acabara de ser recrutada involuntariamente pelo grupo guerrilheiro do líder Grand Tigre Royal, e sua porta de entrada para esta nova vida deve ser selada com sangue, um nascimento as avessas, que corta qualquer laço da mesma com mundo ao seu redor.
O filme canadiano do diretor Kim Nguyen é uma ficção, mas isso não o faz menos real. O tema mórbido (mas relevante) instantaneamente nos remete aos horrores de países como Serra Leoa ou Ruanda, e comove muito, pois oferece uma fração mínima do sentimento destas crianças soldados, que nada mais têm a fazer do que entregar suas curtas vidas à causas distorcidas e desumanizadas.
Durante quase todo o decorrer de "War Witch", Komona surge calada. A única interação mais enfática com o público vem de um voice-over da personagem, que conversa com seu filho que ainda está por vir, explicando, de uma criança para outra, os motivos e ações que os moldaram.

O tom documental adotado torna o filme extremamente realista. Um dos maiores méritos técnicos do filme é a fotografia, que se revela muito eficiente em ambientes de pouca luminosidade. Como o enredo exige uma iluminação precária, Nguyen usa sabiamente carros, fogueiras e lâmpadas oscilantes como focos de luz, produzindo um efeito visualmente atrativo. Simples ideias com resultados criativos.
O roteiro é teoricamente simples. Porém o peso dramático das descrições é inquestionável - o texto auspicioso oferece uma densidade visceral. No entanto, apesar de um inconformismo perturbador dominar a maior parte da história, temos também momentos de humor e felicidade com o fugaz relacionamento de Komona e o negro albino chamado apenas de "Mágico" (Serge Kanyinda). Basicamente um sonho de dois escravos. 

O impacto de "War Witch" é algo difícil de ser esquecido. O filme projecta uma realidade distante e na maioria das vezes renegada pelos meios de comunicação em massa, que se preocupam em vender notícias e não propagá-las. 

sexta-feira, 15 de março de 2013

MARIONETAS NO CINEMA DE ANIMAÇÃO - Uma receita tradicional


MARIONETAS NO CINEMA DE ANIMAÇÃO - Uma receita tradicional
Exposições integrada no Festival MONSTRA | 1 março - 28 abril

Este ano a MONSTRA traz à capela do Museu da Marioneta duas exposições provenientes do país convidado: Espanha.
Do Estúdio I+G de Barcelona podemos ver personagens e cenários de 6 filmes de uma das mais jovens, profícuas, celebradas e vencedora dupla de autores: Anna Solanas e Marc Riba.
Os cenários do filme "O Apóstolo" da autoria de Fernando Cortizo serão também expostos, cruzando espaços reais e imaginários numa exposição que reflecte o mundo ficcional onde evoluem as personagens deste filme.
 

ENTRADA GRATUITA

quinta-feira, 14 de março de 2013

O melhor e menos visto de Vieira da Silva em exposição


Obras da pintora portuguesa detidas por colecionadores privados ou instituições e raramente exibidas ao público estão a partir de hoje na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa.
Poucas vezes a sala de exposições da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva mudou desde que a sua abertura na década de 90 no antiga Fábrica de Tecidos de Seda, no Jardim das Amoreiras, em Lisboa. Mas desta vez "justifica-se", afirma Marina Bairrão Ruivo, diretora do museu e comissária da exposição "Vieira da Silva, Agora" que hoje é inaugurada neste espaço.
São 43 obras - 30 grandes pinturas e um núcleo de desenhos - que reúnem "o melhor" da pintora portuguesa Helena Vieira da Silva (1908-1992) e, sobretudo, aquilo que raramente pode ser visto pelo público em geral. Boa parte do que aqui se mostra são pinturas que estão em coleções privadas e institucionais (entre elas, Coleção Jorge de Brito, Coleção Ilídio Pinho, Metropolitano de Lisboa, EP ou Millenium BCP).
Chegam aqui à boleia da exposição que levou estas obras até ao museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 19 de dezembro de 2012 e 17 de fevereiro de 2013. "As obras regressaram para Portugal mas antes de voltarem para os seus donos pedimos se as podíamos mostrar uma última vez", explica Marina Bairrão Ruivo, "aproveitando que uma parte dos gastos [transportes e seguros] já estava feita.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Kon-Tiki


Tiki: povo milenar que habita a Polinésia. Kon-Tiki: expedição Norueguesa, datada de 1947, com a intenção de provar que a Polinésia havia sido povoado por descendentes dos Peruanos e não por Asiáticos, como até então se acreditava. Como eles fizeram: liderados pelo aventureiro escandinavo, Thor Heyerdahl (no filme, Pal Sverre Valheim Hagen), propuseram-se a repetir o feito dos nativos, utilizando uma jangada similar há de 1500 anos atrás para atravessar os 8.000 km que separam ambos continentes. 
Curiosamente, talvez até pela produção conjunta que envolve também a Inglaterra, a primeira impressão que tive sobre Kon-Tiki, é de uma obra que foge do estilo narrativo do recente cinema escandinavo e assim se aproxima mais da maneira tradicional americana e britânica de se contar uma história com fundo verídico. Tem uma fotografia vistosa, valorizando a natureza. Nesse sentido, pode-se até dizer que o trabalho de Ronnig e Sandberg aproxima-se de As Aventuras de Pi (2012), do taiwanês Ang Lee. Entretanto, essa afirmação não se aplica somente ao quesito visual, existe o mesmo dilema “homem versus natureza”, mas sem as aspirações religiosas do trabalho de Lee e com temáticas totalmente diferentes.
Prezando por edificar ao máximo o conteúdo do caráter humano da história, transpondo as barreiras pessoais do protagonista de forma corriqueira, as problemáticas do filme podem soar esvaziadas. O formato episódico da narrativa também diminui um pouco a dificuldade e o impacto da brava jornada imposta pelo destemido Thor. No entanto, se Kon-Tiki tem suas ressalvas de teor negativo, não chegando a ser uma obra-prima, também passa longe do embuste. As seqüências mais agitadas são tensas, elaboradas com afinco, principalmente nas que envolvem animais aquáticos, como baleias e tubarões. A narrativa, apesar da restrição já citada, transcorre sem contratempos, alternando um tom contemplativo com as problemáticas de confrontamento com a natureza. No que toca as adversidades entre a pequena tripulação da bucólica jangada, mostrada de forma rasa, sempre procurando trazer os personagens como heróis, é o que pode criar uma leve antipatia pela obra.
Com poucos conflitos, a trama mostra os sete tripulantes, exceto o personagem Herman (Anders Baasmo Christiansen), da nau Kon-Tiki como sujeitos nobres e destemidos. Particularmente, esse tom de homenagem exagerada incomoda e faz dos personagens simples alegorias unidimensionais. Verdade também que o protagonista,Pal Sverre Valheim Hage, limitado e caricato, não cativa como deveria. Sua interpretação, carregada no maniqueísmo, o que talvez até seja uma característica do verdadeiro Thor, afasta o espectador invés de atrair. Pode ser que esse também tenha sido um artifício dos diretores para atestar a devoção e determinação do protagonista, muito embora acredite que essa opção faça de Thor apenas um herói arrogante. Contudo, com mais acertos do que erros, Kon-Tiki é uma obra com seus atrativos, principalmente os já supracitados (fotografia, direção de arte) e no ponto de vista dos votantes do Globo de Ouro 2013, merece estar entre os filmes que concorrem ao prêmio de melhor filme estrangeiro.  

terça-feira, 12 de março de 2013

FESTIVAL COOLJAZZ-Djavan e Maria Gadú completam cartaz


Os músicos brasileiros Djavan e Maria Gadú completam o cartaz do 10.º Festival CoolJazz, agendado para julho, em Oeiras, e que inclui, entre outros nomes, Ana Moura, Jamie Cullum e John Legend, foi hoje anunciado pela organização.
Maria Gadú e Djavan atuam no dia 05 de julho, nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras. Maria Gadú, que saltou para a ribalta musical com o tema "Shimbalaiê", apresentará o álbum "Mais Uma Página", editado o ano passado, que inclui o dueto "A valsa", com o fadista Marco Rodrigues.
Djavan, autor de temas como "Flor de Lis", "Oceano", "Lilás" e "Não é Azul mas é Mar", irá apresentar, no palco oeirense, o novo álbum, "Rua dos Amores".
O Festival começa no dia 04 de julho, com Ana Moura e Luísa Sobral, nos Jardins do Marquês de Pombal, que acolhem a maioria dos espetáculos. O outro palco é o do Jardim dos Poetas, onde se apresentarão Jamie Cullum e John Legend.
Cullum atua no dia 26 de julho, e apresentará o novo álbum, "Momentum", que será editado no dia 20 de maio, pela Island Records. O britânico, com mais de dez milhões de discos vendidos, volta ao palco do CoolJazz onde atuou em 2011, no hipódromo Manuel Possolo, em Cascais.
John Legend encerra o Festival, no dia 27 de julho, marcando a sua estreia em Portugal. O tema "Tonight" é um dos que Legend integrará no seu alinhamento. O cantor norte-americano de R&B, compositor e pianista, recebeu já cinco galardões Grammy.

segunda-feira, 11 de março de 2013

NO

Este é um filme, mas também uma eficiente máquina do tempo. Basta começar para sermos transportados para o Chile do final da década de 1980, com o país vivenciando a chance de se livrar do ditador Augusto Pinochet. Vítima de pressões internacionais, o indigesto general resolve convocar um referendo sobre seu mandato. As opções são duas: votar por sua continuidade no poder ou "não", daí o título do filme.
Pinochet não tinha dúvidas de que iria ganhar. Seu grande erro. Quando os militares depuseram Salvador Allende, o país estava mergulhado numa crise econômica sem precedentes depois que o presidente tentou revolucionar o Chile pela via do socialismo e terminou por se suicidar no Palácio La Moneda, com um tiro de fuzil AK-47 na cabeça, presente de seu amigo, o ditador Fidel Castro, que disse tempos depois: “Nunca um fuzil  foi usado por mãos tão heroicas”. 
Pinochet, de fato, conseguiu promover um grande desenvolvimento econômico no país após derrubar Allende, o que não era difícil, tendo em vista que o país estava submerso na miséria depois que o presidente socialista nacionalizou fazendas e indústrias, promovendo desabastecimento e inflação. O Chile vivia um caos quando Allende e seus asseclas planejaram um autogolpe, que instituiria a ditadura do proletariado e sepultaria de vez a democracia no Chille. Só não deu certo porque os militares se anteciparam e instituíram sua ditadura, que fez o mesmo.
O resultado não poderia ser outro. No plebiscito, o “não” a Pinochet foi um exito. E o motivo é um só: sob a perspectiva da volta da miséria imposta por Allende ou a falta de liberdade, os chilenos votaram pela liberdade, essa necessidade dos humanos tolhida de forma violenta pelo ditador chileno, como seria também subjugada pela ditadura natimorta intencionada por Allende mais cedo ou mais tarde.No trata da disputa entre a campanha pelo “sim”, a manutenção de Pinochet no poder, ou o “No”, que representaria sua saída. Na trama, conhecemos o jovem publicitário René Saavedra (Gael Garcia Bernal) que, com pouquíssimos recursos e permanente vigilância dos guardas de Pinochet, cria um audacioso plano para vencer a eleição e libertar seu país da opressão. 
Sem o tom pesado dos filmes que abordam política no Brasil costumam ter, No faz um retrato eficiente de como se desenrolou a campanha política desse plebiscito que tirou Pinochet do poder. A grande sacada do diretor Pablo Larrain, que desejava mesclar imagens reais da época a seu filme, foi filmar todo seu projeto com os mesmos equipamentos de captação de imagem disponíveis no período. 
Isso faz de No um filme sem a qualidade e nitidez de imagem modernas, o que é ótimo, pois ajuda o espectador a de fato fazer uma viagem no tempo, como citei no início deste texto, voltando à década de 1980 e se imbuindo de um momento histórico importante da nação chilena. 

domingo, 10 de março de 2013

O Substituto


Num momento em que tanto se fala da qualidade da educação que temos, o novo filme de Tony Kaye aparece como bomba incendiária e mal disposta que pinta o sistema educativo americano como um caos sem redenção possível, onde os nossos confrontos com professores por causa dos telemóveis são ao mesmo tempo brincadeiras de crianças e pão nosso de cada dia. Adrien Brody é Henry Barthes (sim, como Roland), um professor substituto que chega a uma escola-problema, e Kaye, que deu a Edward Norton um dos papéis da sua vida em América Proibida, faz o mesmo pelo actor de O Pianista; o filme é um quebra-cabeças fragmentado à volta da sua tentativa de se manter distante e alheado do mundo, atirando as suas emoções para o interior de cadernos pautados enquanto procura instigar os alunos a pensar e a serem melhores do que são. 
Mas é uma luta inglória, tal como a do realizador britânico: tal como a fasquia da vulnerabilidade de Barthes/Brody começa a vacilar a certa altura quando tudo se precipita, também Kaye se perde um pouco na redundância excessiva de alguns formalismos e na formatação “indie-americana” de ter um elenco desmedido de estrelas que pouco ou nada têm para fazer. Contra tudo isso, contudo, ergue-se não só a performance à flor da pele de Brody como o espantoso ambiente de desespero surdo e opressivo que Kaye parece construir quase sem esforço - tornando O Substituto num filme fascinantemente confrontacional que agarra o touro pelos cornos e nos obriga a pensar no mundo em que vivemos.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Monstra 2013


Arranca hoje a Monstra – Festival de Animação de Lisboa em quatro salas da capital.
A estreia mundial de Compositio III, um filme/performance que segue a estética da Bauhaus, escola de arquitectura e artes plásticas alemã do início do século XX. Segue-se uma retrospectiva do alemão Raimund Krumme e uma outra performance, A Fábrica, com coreografia de Marina Frangioia e animação de Tiago Albuquerque. A abertura oficial, a partir das 21h30, sempre no cinema São Jorge, completa-se com uma festa, com a actuação de VJ e DJ, no foyer daquele cinema, às 23h.
Ao mesmo tempo, uma das outras ‘bases’ principais do festival, o Cinema City Alvalade, apresenta mais programação dedicada à Alemanha, país em destaque na edição deste ano da Monstra, com Best of Animadok, às 21h30 (sala 1). Quinze minutos depois, mesmo ao lado (sala 3) Allegro Non Tropo, do italiano Bruno Bozzetto continua a maratona do festival, que se estende até ao próximo domingo.
Uma alteração de última hora não permite fazer a retrospectiva do japonês Isao Takahata. Por isso, o filme previsto para hoje será substituído por Best of Animamundi, na sala 3 do Cinema City, às 19h15.
Outros filmes a destacar, com realce para a técnica empregue na animação, podem ser vistos amanhã no São Jorge. É o caso da Animação em Silhuetas, às 20h, na sala 3. A competição internacional arranca também amanhã neste cinema, a partir das 22h e o outro país em destaque, o Japão, estará representado com Ghost in the Shell 2 Innocence, à meia-noite, na sala 1.
Mas a Monstra reservou mais surpresas para este ano – na Fnac do Chiado, a partir das 21h, vai ser possível ver os filmes de animação nomeados pela Academia de Hollywood – Think Oscar vai trazer algumas dessas obras. Quem não puder deslocar-se ao Chiado pode ver os mesmos filmes meia hora antes, no Cinema City Alvalade, por onde vai passar mais uma antologia nipónica, às 21h45: O Japão Ontem e Hoje. Aceda aqui ao programa.

domingo, 3 de março de 2013

Álbum póstumo de Cesária Évora editado amanhã


O primeiro álbum póstumo de Cesária Évora, "Mãe carinhosa", com lançamento mundial na segunda-feira, tem treze canções gravadas pela "diva dos pés descalços", entre 1997 e 2005, doze delas inéditas na sua discografia.
"Mãe Carinhosa" -- um inédito, com letra e música de Teófilo Chantre, composto de propósito para a cantora, que o gravou em 2003 -- dá título ao CD, editado pela LusAfrica.
Cesária Évora morreu no Mindelo, a 17 de dezembro de 2011, aos 70 anos. Na ocasião, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que a cantora "foi uma deusa terrena que, a partir da noite do Mindelo, da qual sempre foi parcela integrante, iluminou o mundo, carregou a dor, o sofrimento, os anseios, a alegria, os amores e os desamores da nossa gente, de todos nós".
Doze dos treze temas do álbum não fazem parte da discografia editada da cantora, disse à Lusa José da Silva, que foi agente artístico de Cesária. A exceção é "Sentimento", com letra e música de Tututa, que abre o álbum, e já integrou um anterior CD da cantora.
José da Silva disse à Lusa desconhecer se algum dos temas do novo álbum foi já editado por outro intérprete cabo-verdiano, tendo sublinhado, porém, que "totalmente inéditos" são as canções "Emigue Ingrote", de Jon Luz, composta de propósito para Cesária, e gravada em 2005, assim como "Tchon de França" e "Esperança", de Nando da Cruz, e ainda a canção "Essencia d'Vida", de Constantino Cardoso.


sábado, 2 de março de 2013

Guia para um Final Feliz


"Guia para um Final Feliz" parece ser uma espécie de “declinação” em tom de comédia romântica truculenta do filme anterior de David O. Russell, "The Fighter - Último Round" (2010). Mesmo meio de classe trabalhadora apaixonada por desportos (antes o boxe nos arrabaldes de Boston, aqui o futebol americano em Filadélfia), mesma história de um homem em luta para se libertar dos traumas do passado e das expectativas familiares - como se este fosse uma versão light do anterior. Mas isso não cai necessariamente mal; confirma que Russell é um cineasta “do sistema” a fingir-se “independente”, mas o modo como Guia para um Final Feliz chega à verdade sobre as suas personagens, pinta as neuroses e as paixões de gente que se vê entalada pela vida, dá sempre a sensação que o filme se está a beira de desintegrar de um momento para o outro. É aparência, mas dá-lhe uma energia que não é de deitar fora e que o elenco aproveita bem. Daí, contudo, a oito nomeações para os Óscares vai um abismo que não se percebe muito bem.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Livro infantil "A ilha" distinguido em Bolonha


O livro infantil "A ilha", de João Gomes de Abreu e Yara Kono, recebeu uma menção honrosa da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, que decorrerá este mês em Itália, anunciou hoje a organização.
O livro, publicado em 2012 pela editora Planeta Tangerina, recebe a distinção na categoria "Primeira Obra", distinguindo a estreia de João Gomes de Abreu, na literatura para a infância.
Em "A ilha", o autor conta que um dia os habitantes de uma ilha decidiram construir uma ponte que os ligasse ao continente, nem que para isso fosse preciso fazer loucuras.
"É um livro que fala sobre os dias que vivemos. Sobre identidades, sonhos e expectativas. Sobre empreitadas e desenvolvimento e, talvez (só talvez) sobre Portugal e a Europa, as metas que nos movem, aquilo que queremos para nós", refere a editora na apresentação do livro.
A obra é ilustrada por Yara Kono, Prémio Nacional de Ilustração 2010, autora do trabalho visual de livros como "Papão no desvão", "A manta, uma história aos quadradinhos", "Ovelhinha dá-me lã" e "Em cima daquela serra", com texto do brasileiro Eucanaã Ferraz, que sai este mês no Brasil.
Anualmente, a Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha - a mais importante do género a nível internacional - distingue os melhores livros editados em todo o mundo ao longo do ano, em diferentes categorias.