terça-feira, 30 de agosto de 2011

Disco de Laginha e Maria João nomeado para prémios anuais franceses de jazz


"Follow the Songlines", gravado na Casa da Música por Mário Laginha e Maria João com os belgas David Linx e Diedrik Wissels, é um dos três nomeados na categoria "artista ou formação vocal" dos prémios franceses Victoire du Jazz.
O disco, que contou também com a participação da Orquestra Nacional do Porto, foi gravado em Portugal em 2008 e editado em Outubro de 2010, em França, o que lhe permite integrar a selecção destes prémios, os "grammy" franceses.
O pianista e compositor acha, no entanto, que as hipóteses de vencer o prémio no final de Setembro não são muitas.
"Não é que eu seja pessimista, mas pelas características do trabalho, um pouco complexo, acho que será difícil vencer", afirma, salientando que " a nomeação já é algo importante, pois mostra que repararam no trabalho".
As "songlines" são canções transmitidas oralmente de geração em geração que servem para os aborígenes australianos se guiarem por caminhos ou para encontrar nascentes de água. Funcionam como mapas chegando a cobrir toda a Austrália.
Partindo deste conceito, os portugueses Maria João e Mário Laginha com os belgas David Linkx e Diederik Wissels decidiram criar percursos sonoros das cidades por onde passaram, no que resultaram 12 canções, reunidas num duplo álbum. Um álbum que é também o encontro entre músicos da área do jazz e uma orquestra sinfónica.
Mário Laginha recorda o projecto como "uma experiência sempre muito boa" mas como um dos discos que lhe deu "mais trabalho" já que teve que "compor mais de 50 minutos de música para orquestra." O trabalho foi primeiro apresentado em Bruxelas e em Lyon e só depois na Casa da Música onde surgiu a oportunidade de gravar com a Orquestra Nacional do Porto.
Mário Laginha e Maria João estão no Brasil onde irão actuar em São Paulo, Brasília e Porto Alegre onde já tinham estado no ano passado. Na altura, o director do festival Porto Alegre em Cena prometeu que seriam eles a abrir o próximo festival e cumpriu a promessa.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MOTELx


Para os que procuram emoções fortes, suspense e terror o  MOTELx festival internacional de cinema de terror é a solução. O público irá encontrar uma selecção de filmes que tem marcado o mundo do terror, dentro das mais diversas categorias, sobrenaturalgoreterror psicológicomonster movies, etc.
festival decorrerá no cinema São Jorge onde serão projectados desde grandes produções até filmes independentes, do clássico ao experimental e do culto às novas tendências.

MOTELx é um festival que para além de divulgar filmes proporciona, também, ao público conhecer realizadores e participar em masterclasses orientados por mestres do cinema de terror.
O convidado especial da edição deste ano é Eli Roth, realizador, argumentista e produtor. É o autor de filmes como, Hostel e  Cabin Fever.
Orientado para os mais novos, o MOTELx vai contar com um workshop chamado Secção Lobo Mau. Trata-se de uma parceria, com o Museu da Marioneta, que já existiu noutras edições do festival, mas que agora surge num novo formato. O seu início está marcado para o dia 6 de Setembro no cinema São Jorge às 11 horas e os participantes, após visualizarem o filme "The Troll Hunter", terão de fazer a sua versão mais arrepiante de um "troll". Os trabalhos finais serão apresentados ao público do MOTELx.

Como é referido pela organização, "no MOTELx a experiência do Terror é plena". De 7 a 11 de Setembro. Veja aqui a programação.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O homem e o urso

O espetáculo "O Homem e o Urso", é uma produção da associação cultural Máquina Agradável a partir do ensaio de Heinrich von Kleist "Sobre o Teatro de Marionetas".
Neste projecto, concebido e dirigido por Lígia Soares, as personagens do ensaio de Kleist - o actor (Diogo Dória), a bailarina (Sílvia Pinto Coelho), o esgrimista (João Machado) e o urso (Pedro Nuñez) - sobem ao palco para o reviver.
Ao fazê-lo, actualizam o ensaio e actualizam-se "através dessa procura incessante de uma ordem no caos, de um caos na ordem, de uma mecanização natural, de uma afetação graciosa, de uma inocência consciente e de muitos outros paradoxos que definitivamente distinguem um homem de um urso".
O espectáculo conta ainda com espaço cénico de Andresa Soares e apoio à composição musical de Diogo Alvim.
 

sábado, 13 de agosto de 2011

Gonçalo Tocha e Gabriel Abrantes distinguidos no Festival de Locarno

O português Gonçalo Tocha recebeu a Menção Especial do Júri da Competição Cineastas do Presente, do Festival de Cinema de Locarno, por "É na Terra não É na Lua", um documentário sobre a ilha do Corvo, nos Açores. "Liberdade", co-realizado por Gabriel Abrantes, recebeu um prémio na secção "Pardi di Domani".


O realizador Gonçalo Tocha estreou-se com "Balaou", melhor longa portuguesa no Indie Lisboa 2007. Regressou agora, quatro anos depois de partir pela primeira vez para o Corvo, com um filme, "É Na Terra Não É Na Lua", exibido no Festival de Locarno.

Será depois no Corvo, em data a definir, que Gonçalo Tocha, realizador sem produtora, irá estreá-lo em sala. "Não sei como, mas vou fazê-lo", como confessou.

Filmado em Luanda, "Liberdade" é co-realizado pelo norte-americano Benjamin Crotty. Já no ano passado Gabrile Abrantes tinha sido distinguido no mesmo festival por "A History of Mutual Respect", co-realizado por Daniel Schmit.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

The Dreamers

Adaptação cinematográfica do romance de Gilbert Adair, “Os Sonhadores” é uma óptima realização do cinema italiano, uma jóia muito bem lapidada que, abusando do conhecimento cinematográfico, da sensualidade e sexualidade, precisava ser desenvolvida por alguém muito sensível e inspirado para dar certo.
Bernardo Bertolucci conseguiu: com a sua genialidade, tratou com tamanha subtileza os temas delicados propostos pelo roteiro que transformou o filme numa belíssima obra de arte, uma viagem e resgate à ideologia dos anos 60, um poema de amor ao cinema.
Como plano de fundo para uma intrigante e envolvente história de jovens cinéfilos e sua paixão incondicional por filmes, temos o tumultuado cenário político que reinava em Paris no ano de 1968. Pelo meio hà uma revolta contra o ministro da cultura devido a deposição de Henri Langlois na Cinémathèque française. Matthew, um estudante americano aprendendo Francês em Paris, acaba por conhecer e ‘apaixonar-se’ por um casal de irmãos, Theo e Isabelle, que possuem ideias semelhantes às suas, além do principal ponto em comum (o amor pelo cinema), e aparentemente um íntimo relacionamento, que mais tarde descobre-se ser equilibrado em jogos de cinema e sexualidade, nos quais o mesmo acaba envolvido, desenrolando assim uma relação a três.
Apesar da personagem principal ser aparentemente a do actor Michael Pitt, a mestria de Louis Garrel ultrapassa-a. A personagem de Louis é bonita, manipuladora e inteligente, esbanja estilo, permitindo a Garrel ter uma participação fundamental no desenrolar do filme. Por seu lado, a bela Isabelle, personagem da não menos fabulosa Eva Green, é ao mesmo tempo sensual e erótica, romântica e misteriosa, mas acima de tudo extremamente envolvente, transportando-nos para o seu íntimo, de forma que ao passo que o relacionamento do trio se torna cada vez mais tórrido, o desenvolvimento de algumas características psicológicas fazem com que esta se torne cada vez mais intrigante.
Num primoroso trabalho de direcção e edição, Bertolucci ainda insere inúmeros documentos de arquivos, como partes de filmes dos anos 60, bem como, músicas de Françoise HardyJimmy HendrixEric ClaptonJanis Joplin, entre outros, o que nos remete à máxima absorção de conteúdo e envolvimento, além das várias e ousadas cenas de nudez dos três principais atores, que estão óptimos em suas respectivas atuações, tornando o filme tão bonito fisicamente quanto estética e ideologicamente.

Um filme que  usa um cenário conflituoso e através dele constroi uma ardente história de amor, acabando por provocar o público e ao mesmo tempo passar uma sensação de tranquilidade. O resultado é completamente surpreendente!