domingo, 29 de dezembro de 2019

Esquecido

 Esquecido é mais um desses filmes de gestao de carreira para Tom Cruise. Aqui, ele é um mecânico futurista encarregue de manter uma instalação energética numa Terra pós-apocalíptica, protegendo a maquinaria necessária para sustentar o êxodo humano para uma colónia espacial. Era simples e basico se assim fosse. Mas não é bem assim. Depois de meia hora de filme, o realizador mostra-nos que quer mais e a reviravolta é assegurada. Pena essa reviravolta ser uma copia de outros filmes já vistos. Contudo é de louvar a cenografia e um roteiro simplista que gira em torno de três personagens, conseguindo alimentar-se a si mesmo. Esquecido é mais interessante do que aparenta mas fica mesmo assim aquém do esperado.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Alice Através do Espelho

Em 2010, Alice no País das Maravilhas foi um grande sucesso de bilheteira mas a reação dos críticos e de parte do público não foi muito positiva: reclamou-se de uma narrativa confusa e do excesso de efeitos especiais em detrimento dos sentimentos e do aspecto psicanalítico da obra original. Seis anos depois, o diretor Tim Burton não quis continuar no projeto, sendo substituído por um cineasta de estilo mais convencional: James Bobin, autor dos dois últimos Muppets.
E assim nasce Alice Através do Espelho, numa espécie de tentativa de concerto da estrutura inicial. Pura idiotice (isto para quem, como eu, gostava da Alice original do Tim Burton). As motivações no segundo filme são bastante fracas. Tudo vale para levar a protagonista de volta ao País das Maravilhas, ao reencontrando com o gato, o coelho, e a conhecer um novo vilão, o Tempo.Tudo supérfluo, tudo forçado. As incoerências relacionadas com a personagem Tempo são flagrantes. Entre o elenco, Sacha Baron Cohen limita-se a combinar sotaques e tiques de suas personas anteriores, assim como Borat e Ali G. Anne Hathaway mantém a composição questionável da Rainha Branca meio etérea, com os braços sempre no ar. Salva-se Johnny Depp que domina os trejeitos do Chapeleiro com destreza, Helena Bonham Carter, com a sua mestria em diálogos, e Mia Wasikowska com a força e ternura necessárias para trabalhar a sua personagem. E mesmo assim, as personagens pouco evoluíram desde Alice no País das Maravilhas.
James Bobin, na direção, é mil vezes mais  extravagante e saturante que Tim Burton. Alice Através do Espelho aproveita pouquíssimo da história de Lewis Carroll além da premissa básica da menina que atravessa o espelho e redescobre o País das Maravilhas. O humor é discreto, a originalidade não é exatamente o ponto forte do filme e a narrativa é ainda mais confusa do que antes. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Frozen- Uma Aventura Congelante


Quando chega o momento de apresentar uma nova princesa num estúdio que nos habituou às melhores e mais encantadoras princesas, a tarefa não deve ser nada fácil. Mas a Disney já nos habituou a trabalhos de excelência e quando esse momento chegou...os criativos inspiraram-se num clássico infantil da literatura dinamarquesa de Hans Christian Andersen e fizeram nascer Frozen- Uma Aventura Congelante. E que belo nascimento!
A história é a de Elsa, a princesa de Arendelle, que possui o poder de Criocinese: criar neve e gelo parece ser uma divertida brincadeira para ela e para a sua irmã mais nova, Anna, até ao dia em que acidentalmente ela magoa a sua irmãzinha, que quase morre congelada. Depois deste dia, os seus pais condenam-na a uma reclusão completa para que seus poderes sejam controlados antes que se tornem uma maldição. No dia de sua coroação, porém, nem tudo acontece como foi programado e todo o reino de Arendelle acaba debaixo de neve.
Os elementos clássicos de uma animação Disney estão todos aqui - inúmeros musicais que ajudam a contar a história, personagens principais e secundários que emocionam e arrancam sorrisos, roteiro soberbamente bem escrito e um visual impecável, como já é de se esperar. Os flocos gelados, as florestas e todos os reflexos e transparências do gelo criam um visual 3D lindo e também passível de ser apreciado em cinema normal.
Mas por muito divertido que seja, o filme não é impecável. Toda a parte de fantasia poderia ser melhor trabalhada. Os trolls, personagens que aparecem a meio da historia, desaparecem logo a seguir, sem muito se explicar o porquê de serem tão especiais. O poder de Elsa também é pouco explorado. Não há uma explicação sobre como surgiu e porque só ela o detém. Mas bom, detalhes. Até porque a união da historia classica com o cinema moderno é deliciosa.