quarta-feira, 27 de outubro de 2010

GRU, O MALDISPOSTO


Gru – O Maldisposto não inova em nada, não tem nada de particularmente original, e esquece-se facilmente depois de se sair da sala de cinema. Mas aquilo que faz, fá-lo bem; cativa do início ao fim, tem uma bela lição moral, e as suas personagens e respectivas peripécias colocam facilmente um sorriso na cara do espectador com a sua inocência e o seu espírito adorável. Há por aí dezenas de filmes iguais, mas dentro dessas dezenas não são muitos os que conseguem não cair no puro ridículo e nem ter pretensões a ser mais do que são; Gru – O Maldisposto triunfa em ambos. Não há-de deixar marcas em ninguém, mas um sorriso (quer seja temporário ou não) deixará de certeza. E, às vezes, isso basta.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A UCCLA fez 25 anos

A língua portuguesa nas suas diferentes formas. Ontem, no Tivoli, viu-se o português colocar diferentes máscaras mas sempre com o mesmo rosto. A música, do fado à morna, foi o balanço que embalou os presentes nesta viagem. Das várias vozes ouviu-se Cesária Évora, Amália, Zeca Afonso ou Vinicius de Moraes.
A sala do Teatro Tivoli, em Lisboa, esteve repleta de ilustres já que a ocasião assim o justificava, o 25º aniversário da UCCLA. Embora existissem alguns lugares por preencher, na plateia  viam-se os olhos claros de Celina Pereira, o Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e o seu irmão Ricardo Costa, o Presidente da Praia, Ulisses Correia e Silva e o cantor cabo-verdiano Bana, entre outros.
A cicerone de serviço foi a apresentadora brasileira Priscila Sousa da zona de Natal e as hostes da casa foram feitas por Miguel Anacoreta Correia – Presidente da UCCLA – e pelo vice-presidente de Salvador da Baía – Edvaldo Brito. Nas palavras de Anacoreta Correia “[A UCCLA] é um projecto actual, que num momento de crise,  mostra como é bom ver a solidariedade entre as cidades que falam português”.
Recordando o seu fundador, Nuno Abecassis, Anacoreta falou do cariz inovador que a criação da UCCLA teve na sociedade das nações da língua portuguesa em 1985. Agora, com “A Viagem do Fado” o objectivo do actual presidente é elevar o fado a património imaterial da Humanidade. Assim, o espectáculo de comemoração foi uma viagem que partiu de Lisboa com o grupo “Alma de Coimbra” que cantaram “Sôdade” de Cesária Évora.
Logo a seguir ao primeiro grupo, Priscila Sousa anunciou a tão desejada viagem, “rumo à música, pelo fado”. A fadista Raquel Tavares foi a primeira voz feminina da noite com uma morna e o fado “Deste-me um beijo e vivi”. Daqui, Pedro Joía, Edu Miranda e a brasileira Luanda Cozetti levaram os presentes até terras de Santa Cruz com “Se por acaso”.
Como nada foi deixado ao acaso, os vestígios portugueses que ficaram na Índia foram resgatados pela goesa Sónia Shirsat com o “Barco Negro” de Amália Rodrigues e por Rão Kyao ao tocar “Povo que lavas no rio” com flauta.Se a língua portuguesa está viva é também porque cada vez mais há gente a falá-la. O rumo d’A Viagem do Fado” levou ao palco o quarteto ucraniano Dzvin e o par de dançarinos Juan e Graciana.
De  volta a Lisboa, ouvimos o jovem António Zambujo e duas grandes referências de jazz português: Carlos Martins e Bernardo Sassetti. Momentos de arrepio que levaram à cereja em cima do bolo: Lura. A cantora cabo-verdiana encarnou “De quem eu gosto nem às paredes confesso”, o clássico “Beleza” e, com a ajuda dos presentes, “Na ri na”.
Por fim, Carlos do Carmos, recebeu a língua portuguesa numa casa que conhece bem: o fado. “O fado é sedutor – ouve-se na plateia “É nosso!” – não, é especial”, afirmou Carlos do Carmo, numa última homenagem a Joaquim Campos e a Alfredo Marceneiro, compositores.
Uma noite singular em que o fado foi cantado por todas aqueles que falam português, de Goa a Salvador da Baía.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Biblioteca Particular de Fernando Pessoa está online

Os livros da Biblioteca Particular de Fernando Pessoa estão disponíveis gratuitamente online desde quinta-feira à tarde no site da Casa Fernando Pessoa. “Mais gente vai ter acesso a este espólio, mais gente vai poder estudá-lo e mais Pessoanos vão nascer”, disse o presidente da câmara, António Costa, na cerimónia de apresentação do projecto em Lisboa.
Depois da digitalização, continuará a ser feito o restauro das obras. Em Novembro será lançada pela Casa Pessoa, a revista Pessoa (substituindo a Tabacaria) e realizar-se-á o segundo congresso dedicado ao escritor no Teatro Aberto, dias 23 a 25.


Até agora, só uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, permitia consultar este acervo que é "riquíssimo", mas com o site, bilingue (português e inglês, e disponível em http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt) em qualquer lugar do mundo, com uma ligação à Internet é possível consultar, página a página, os cerca de 1140 volumes da biblioteca, mais as anotações - incluindo poemas - que Fernando Pessoa foi fazendo nas páginas dos livros. "Manuscritos que muitas vezes se deterioram com o tempo, pois muitos deles foram feitos a lápis", disse Inês Pedrosa. Por isso já começaram o restauro destas obras. "Alguns já estão restaurados, pedimos um orçamento à Fundação Ricardo Espírito Santo e estamos agora à procura de outra instituição para o pagar", disse ao PÚBLICO a escritora. Em Novembro, realiza-se o 2º Congresso Internacional Fernando Pessoa e no dia 23 será lançada a revista, trimestral e bilingue, de literatura e ensaio.


Tudo começou em 2008 quando o investigador e estudioso da obra de Fernando Pessoa, Jerónimo Pizarro, propôs à directora da Casa Pessoa, Inês Pedrosa, que se fizesse a digitalização dos livros que pertenceram ao poeta. Estão disponíveis em PDF e JPG e na íntegra. A Fundação Vodafone Portugal apoiou a iniciativa com 77 mil euros e assim foi possível concretizar o sonho de Pizarro: "Tornar Pessoa ainda mais universal e ter a sua biblioteca aberta ao mundo inteiro", disse o investigador que na cerimónia recebeu a medalha de mérito municipal, atribuída por António Costa.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen em Janeiro na Biblioteca Nacional

O espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen será doado a 26 de Janeiro de 2011 pela família da escritora à Biblioteca Nacional, onde se inaugura no mesmo dia uma exposição sobre a sua vida e obra.
A inventariação e classificação dos papéis de Sophia (1919-2004) está a cargo da especialista em tratamento de Espólios de Literatura Portuguesa Contemporânea Manuela Vasconcelos e de Maria Andresen, filha da autora, e conta com o apoio do Centro Nacional de Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do BPI (Banco Português de Investimento).
Em Março deste ano, quando já estavam catalogadas 80 caixas de materiais da autora, Maria Andresen encontrou em casa vários cadernos com inéditos, numa arca com fundo falso trazida de casa da mãe e que pensava conter apenas fotografias antigas. 
No dia seguinte ao do acto oficial de doação do espólio, 27 de Outubro, começa um Congresso Internacional Sophia de Mello Breyner Andresen, uma iniciativa de Maria Andresen e do Centro Nacional de Cultura, que decorrerá nas instalações da Gulbenkian, em Lisboa.
Ao longo de dois dias, o colóquio contará com a participação de estudiosos, críticos e tradutores nacionais e estrangeiros cujos trabalhos sobre a escritora são conhecidos e também com alguns jovens investigadores que iniciaram agora a descoberta da sua obra.
Ainda durante o mês de Outubro estará disponível um site com toda a informação sobre a cerimónia de doação do espólio, a exposição (que estará alguns meses patente na Biblioteca Nacional) e o programa do congresso, segundo o Centro Nacional de Cultura.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O dia dos Prodígios

Naquele dia aconteceram três coisas em Vilamaninhos, um lugar em lugar nenhum mas no Algarve: a mula de José Pássaro Volante (Carlos Paulo) fartou-se dele e fugiu, deixando o homem confuso e descoroçoado a arrear na mulher; a camioneta não só parou como dela saiu um mancebo fardado (Diogo Morgado) a perguntar pela casa de Carma Parda (Filomena Cautela), o que sendo, a bem dizer, inédito, ainda assim não se compara ao prodígio, protagonizado por Jesuína Palha (Teresa Faria) e testemunhado pela maralha de aldeões que viram a serpente ganhar asas e voar, ali mesmo, de frente para os seus olhos. Depois, além do tempo, passaram-se coisas. Poucas, o normal e mais quase nada. Um soldado morreu, e o outro, aparecido no seu lugar quando a camioneta voltou a parar na estrada, fanfarrão e generalizadamente estúpido, nem buliu com a melancolia da pobre Carma. Até houve uma revolução. Uns soldados foram lá num instante avisar que o mundo ia mudar, que a sociedade agora era dos descamisados, e partiram depois de mais um ror de palavras invulgares. E eles lá continuaram: a Carma sem conseguir contrariar o destino; a Branca (Lucinda Loureiro) agarrada ao que sempre foi o seu; o Manuel Gertrudes (Rogério Vieira) e as suas saudades da guerra, mais a Jesuína e as suas saudades da bicha que a encantou ao voar; o José Jorge Júnior (José Martins) já de todo passado dos carretos; a mula do Pássaro ainda e sempre a monte. Algo mudou, decerto, mas tudo ficou mais coisa, menos coisa, na mesma. O mundo simbólico de Lídia Jorge, essa caprichosa variedade de realismo mágico tardio e escrita poética, por vezes demasiado arredondada, embora fascinante no seu romance de estreia, não é facilmente perceptível na encenação desta produção do Trindade e da Comuna. Como não é também pressentida a riqueza dramática dos regionalismos adoptados pela autora, que, na peça, parecem sempre esforçados, pouco convictos, corpos estranhos que embaciam a trama.  Ainda assim, embora frustrada, a direcção de Cucha Carvalheiro é um notável trabalho de amor que captura sagazmente a ambiência do vazio existencial português.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

DocLisboa 2010 começa amanhã


A oitava edição do festival DocLisboa vai começar amanhã. Pela primeira vez, o certame vai abrir com um filme português, o documentário «José e Pilar», de Miguel Gonçalves Mendes, que retrata o quotidiano de José Saramago e da sua mulher, a jornalista Pilar del Río. «Mais um Dia à Procura», de Maria Simões, que segue o percurso do atuneiro açoriano Pepe Cumbrera, «Ernesto "Che" Guevara», de Richard Dindo, baseado nos diários do revolucionário, e «Memórias de Fogo», de Frederico Miranda, que relatam a vida de guardas florestais do Norte e Centro de Portugal, são apenas alguns dos filmes que também fazem parte do cartaz do festival.Apesar do destaque que o documentário em português vai ganhar nesta edição, a organização sublinha a fragilidade do género no nosso país: «A situação do documentário português é muito preocupante, porque a maior parte das casas de produção estão em downsize ou à beira de fechar. O financiamento atribuído pelo ICA [Instituto do Cinema e Audiovisual] pode manter-se na quantidade, mas diminui o número de filmes financiados», alertou Sérgio Tréfaut, o director do festival. «Este é um ano de transição. Ele cresceu, ganhou novos espaços, alargou-se e hoje é um festival incontornável no panorama europeu do documentário e esta dinâmica pretende-se manter», reflectiu ainda Tréfaut, citado pela a agência Lusa durante a apresentação do festival no passado mês de Julho. O director e realizador adiantou ainda que irá afastar-se gradualmente do DocLisboa para avançar com novos projectos, sendo substituído pelo crítico de cinema Augusto M. Seabra. Na sua oitava edição, o festival contará com retrospectivas dedicadas aos realizadores Joris Ivens, que Sérgio Tréfaut chamou de «pai do documentário», Marcel Ophuls e Jorgen Leth. Os dois últimos cineastas também vão participar emmasterclasses e em encontros com o público. A competição nacional e internacional, a homenagem ao documentário suíço e a secção «A Cidade e o Campo» são outros destaques do DocLisboa deste ano. O presidente do júri será o cineasta Thierry Garrel, homem importante na mudança do documentário europeu a partir dos anos 80.
Pode aceder ao site oficial do DocLisboa a partir daqui.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Festa do Cinema Francês

É hoje que a Festa do Cinema Francês tem a sua inauguração oficial em Lisboa. A 11ª edição do evento organizado pelo Instituto Franco-Português, dedicado à divulgação do cinema francês contemporâneo em toda a sua variedade, tem direito a noite de gala no cinema São Jorge com a ante-estreia do filme de Radu Mihaileanu “O Concerto”, com Alexei Guskov e Mélanie Laurent.
É o pontapé de saída para um mês de projecções, retrospectivas e acontecimentos que se prolongará até ao próximo 9 de Novembro. 
Em Lisboa, a Festa decorre até 16 de Outubro no cinema São Jorge, na Cinemateca Portuguesa e no Instituto Franco-Português, após o que começa a viajar por Portugal. 
O Forum Municipal Romeu Correia, em Almada, recebe a Festa de 13 a 17 de Outubro. Seguir-se-ão o Porto (cinema Passos Manuel, Teatro do Campo Alegre e Fundação de Serralves) de 19 a 24 de Outubro; Guimarães (Centro Cultural Vila Flor) de 21 a 24 de Outubro; Faro (Teatro Municipal) de 24 a 31 de Outubro; e Coimbra (Teatro Municipal Gil Vicente) de 3 a 9 de Novembro.  Ao todo, serão 20 ante-estreias de filmes que estão já adquiridos para distribuição em Portugal, três retrospectivas de peso, secções dedicadas às curtas-metragens e ao cinema para os mais novos e programação paralela na RTP e nas lojas Fnac, acompanhadas pela presença entre nós de realizadores e actores.
Já este fim-de-semana, a Festa recebe a presença da actriz Sandrine Bonnaire, “madrinha” da edição 2010, homenageada com uma curta retrospectiva de seis filmes-chave da sua carreira, e que estará presente nas projecções de “Joueuse”, de Caroline Bottaro (São Jorge, sexta 8 às 19h30), e do documentário que realizou sobre a sua irmã, “Elle s'appelle Sabine” (São Jorge, sábado 9 às 21h30).
Também entre nós estará o realizador Pierre Étaix, autor de uma das mais injustamente esquecidas obras da comédia francesa apresentada na retrospectiva “O Universo Burlesco de Pierre Étaix”, que apresentará na Cinemateca os filmes “Le Soupirant” (sexta 8 às 21h30) e “Le Grand Amour” (sábado 9 às 21h30). 
Jane Birkin, que deveria vir apresentar o filme de Jacques Rivette “36 Vistas do Monte Saint-Loup” (São Jorge, sexta 8 às 22h00), anulou a sua visita por motivo de doença. 
Em contrapartida, estarão entre nós Louis-Do de Lencquesaing, protagonista de “O Pai das Minhas Filhas” de Mia Hansen-Løve (São Jorge, sábado 9 às 19h30), Louis-Ronan Choisy, actor de “O Refúgio” de François Ozon (São Jorge, domingo 10 às 19h30) e Pascal Chaumeil, realizador da comédia com Romain Duris e Vanessa Paradis “O Quebra-Corações” (São Jorge, sábado 9 às 22h00).
Os pormenores podem ser consultados no site oficial do evento em www.festadocinemafrances.com, que propõe para lá do calendário a possibilidade de visualizar informações e trailers de todos os filmes apresentados. 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa


Autor de obras como "Conversa na Catedral", "Pantaleão e as visitadoras", "A festa do bode" e "Travessuras da menina má", Llosa, de 74 anos, foi o vencedor do Prémio Cervantes, o mais importante da literatura em língua espanhola, em 1994. Isto para além de outras distinções de que foi alvo ao longo da sua carreira. 
O escritor peruano foi distinguido por uma escrita que faz a "cartografia das estruturas do poder", justificou hoje a Academia Sueca. O organismo elogiou ainda um autor cuja obra revela "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo". É a 11.ª vez que o  Nobel da Literatura é atribuído a um autor em língua espanhola, com Vargas Llosa a juntar-se a uma galeria de laureados como Camilo Jose Cela (1989), Gabriel Garcia Marquez (1982), Pablo Neruda (1971) e Gabriela Mistral (1945).
No ano passado, a escritora romena Herta Muller, de 56 anos, radicada na Alemanha, foi a vencedora do Nobel da Literatura. Em 2008 a distinção tinha sido entregue ao francês Jean-Marie Gustave Le Clézio. 
As saudações ao escritor peruano Mario Vargas Llosa multiplicaram-se hoje pela Internet assim que foi conhecida a decisão do Comité Nobel.
Dezenas de pessoas deixaram já mensagens de saudação e de parabéns na página do escritor no facebook, como nome do escritor a ser referido em milhares de mensagens na rede twitter.
A notícia domina já toda a imprensa em Espanha e nos países de língua espanhola, com vários artigos a recordar a biografia e bibliografia do escritor e comentador peruano.
O jornal espanhol El Pais, onde Vargas Llosa é colaborador regular, recordou recentes artigos e entrevistas do escritor incluindo a mais recente, por ocasião da publicação do seu último livro "El sueño del celta", em que reconstrói a vida de Roger Casement, defensor dos direitos humanos.
"O nacionalismo é a pior construção do homem", afirmava na altura Vargas Llosa que dedicou às últimas eleições na Venezuela o seu mais recente artigo no jornal.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Exposição Viva a República!


“Uma exposição de grande rigor científico, com uma estética que revela bom gosto e modernidade”. Foi com estas palavras que o Primeiro-Ministro, José Sócrates, qualificou a exposição do Centenário “Viva a República! 1910-2010”.
O presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, Artur Santos Silva, afirmou por seu turno que a exposição “Viva a República! “ é um projecto que marcará indiscutivelmente as Comemorações do Centenário da República”. Um projecto que ”não se desvia uma linha de uma apreciação crítica e plural de tudo que se passou na I República”.
Artur Santos Silva salientou porém o “grande constrangimento, relacionado com as vicissitudes do calendário eleitoral”, que “impediu a CNCCR de realizar despesas relevantes” até à aprovação do Orçamento de Estado, o que esteve na origem do adiamento da inauguração da exposição. E apelou ao Governo para que permita o prolongamento do prazo em que “Viva a República” estará patente ao público, na Cordoaria, para que possa ser visitada pelas escolas do país.
“Contamos com o apoio do Governo para o prolongamento da exposição”, disse Artur Santos Silva.
Entrar no espaço de um comício republicano, revisitar o local emblemático que era o Rossio de há 100 anos, caminhar sobre a cidade onde a 5 de Outubro de 1910 foi implantada a República e reviver a travessia do Atlântico feita por Sacadura Cabral e Gago Coutinho em simulador são convites feitos aos visitantes que, nesta exposição, poderão também conhecer o Parlamento ou ainda ver, em filmes de época, como foram os tempos da Revolução.
A exposição Viva a República! tem entrada livre e está aberta todos dias, das 10h00 às 18h00, na Cordoaria Nacional, em Lisboa.