sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Fantasporto 2010


O Fantasporto 2010 começa hoje, no Teatro Rivoli, no Porto a sua fase oficial, após quatro dias de "aquecimento", com a exibição de retrospectivas e algumas actividades paralelas. Na sessão de abertura, o 30º Festival Internacional de Cinema do Porto apresenta, em estreia europeia, o filme "Solomon Kane".
A longa-metragem do britânico Michael J. Bassett, numa co-produção entre a França e a República Checa, participa na competição de Cinema Fantástico e será exibido esta noite no Grande Auditório do Rivoli. O filme é produzido por Samuel Hadida, considerado o mais poderoso produtor europeu - que será homenageado nesta mesma sessão ano pelo Fantasporto - e conta a história de Solomon Kane, um herói solitário corroído pelo remorso e afastado do mundo.
Conta, no elenco, com o veterano actor sueco Max von Sydow, que esteve no Porto em 2008, para receber o Prémio Carreira Fantasporto desse ano. Este filme será repetido às 23h15.
O programa começou às 15h15, no Pequeno Auditório do Teatro Rivoli, com a segunda conferência do ciclo "Robótica e Cinema", por Aníbal Ollero, professor da Universidade espanhola de Sevilha. Este ciclo de conferências faz parte de um projecto comissariado pelo Laboratório de Sistemas Autónomos do Instituto Superior de Engenharia do Porto e pela Sociedade Portuguesa de Robótica, que visa apresentar uma nova visão do cruzamento do Conhecimento e das Artes.
Personalidades do mundo científico nacional e internacional participam nesta iniciativa, que inclui a exibição de um miniciclo de cinema e de filmes técnicos, mesas redondas, workshops e diversas outras demonstrações ao longo de todo o Festival.
Às 21h00, ainda no Pequeno Auditório, é exibido, em antestreia, o filme "Colin", do britânico Marc Price, seguindo-se, às 23h00, "Sweet Karma", do canadiano Andrew Thomas Hunt e, à 01h00 da madrugada de sábado, "Tandem", do japonês Toshiki Sato.
A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, fez saber esta tarde que estará presente na abertura do festival.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Jornais de Lisboa do século XVIII ao século XX em exposição na Hemeroteca


Da “Gazeta de Lisboa”, de 1715, ao “Jornal Encyclopedico”, de 1820, passando pelo “Diário de Lisboa”, “A cidade”, Olisipo” ou “Avenida”, a Hemeroteca de Lisboa mostra até 20 de Março os jornais que marcaram a cidade e que são um contributo importante para a reconstrução da história lisboeta.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Marilyn" de Joana Vasconcelos vendida por 573 mil euros


“Marilyn”, da artista portuguesa Joana Vasconcelos, foi leiloada na casa Christie’s por 505.250 libras (573.964 euros). No leilão de arte do pós-guerra e contemporânea, onde se encontram obras de Gilbert & George, Andy Warhol ou Roy Lichtenstein, a base de licitação da peça, um par de sapatos gigantes realizados com panelas e tampas, era de 100 mil a 150 mil libras (115 mil a 172 mil euros).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Honey", vencedor-surpresa do Festival de Berlim 2010

"Honey", do turco Semih Kaplanoglu, foi o vencedor-surpresa do Festival de Berlim 2010. O júri internacional, presidido pelo realizador alemão Werner Herzog, atribuiu o Urso de Ouro da 60ª edição do certame à história de um menino de seis anos que deixa de falar quando o pai apicultor parte para longe em busca de trabalho.

O palmarés completo:

Urso de Ouro: "Honey" (Turquia/Alemanha), de Semih Kaplanoglu
Urso de Prata (Grande Prémio do Júri): "If I Want to Whistle, I Whistle" (Roménia/Suécia), de Florin Serban
Melhor Realizador: Roman Polanski, por "The Ghost Writer" (França/Alemanha/Grã-Bretanha)
Melhor Actriz: Shinobu Terajima, por "Caterpillar" (Japão), de Koji Wakamatsu
Melhor Actor: "ex-aequo" para Grigori Dobrigin e Sergei Puskepalis, por "How I Ended This Summer" (Rússia), de Alexei Popogrebski
Melhor Contribuição Artística: Pavel Kostomarov, pela fotografia de "How I Ended This Summer"
Melhor Argumento: Wang Quan'an e Na Jin, por "Apart Together" (China), de Wang Quan'an
Prémio Alfred Bauer para filmes que “abrem novas perspectivas artísticas ao cinema”: "If I Want to Whistle, I Whistle"
Melhor Primeira Obra (atribuída por um júri separado): "Sebbe" (Suécia), de Babak Najafi

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Melhor fotografia do World Press Photo 2009

Um grupo de mulheres grita em protesto a partir do telhado da sua casa nos dias seguintes ao anúncio dos resultados das polémicas eleições presidenciais no Irão.
A foto foi tirada em Teerão pelo italiano Pietro Masturzo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

The white massai

Uma história real, focada no relacionamento de uma suíça bem branquinha e um guerreiro quase azul de tão negro de uma das tribos do Quênia.
"The film is a complex, ground-breaking story which is controversial in many societies due to its weighty issues, despite various awards given to it."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Esquecer...

Ao menos que o Actifed me fizesse esquecer o que não quero...e não apenas adormecer e ficar com os pensamentos lentos e demorados. Mas como não esqueço, os pensamentos lentos e demorados devido à meia dose de Actifed tomada, tornam-se mais presentes, porque caminham devagar e ficam-me na memória por mais tempo. Pensamentos lentos mas arrastados que parecem intermináveis. Como se mata um pensamento? Ou simplesmente,como se o aniquila? Como se captura algo que é invisível? Eu penso que seja com medicamentos...como as dores que são invisíveis mas se sentem... Um bom medicamento devia fazer efeito. O actifed faz efeito em mim mas não nos pensamentos que quero esquecer, que quero matar, aniquilar...que quero nao pensar. Como evitar pensar em algo que nao quero? O cerebro comanda o corpo e até a alma... é o que eu penso. E também penso no que não quero. Talvez o que não se quer pensar seja comandado por outro orgão que não o cerebro. Talvez seja o coração que comanda o que não se quer pensar. Mas eu sempre ouvi dizer que é o sonho que comanda a vida. O melhor será adormecer com uma boa dose de Actifed e sonhar. É que ou muito me engano ou o comando do meu cérebro está estragado.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Precious


De vez em quando, lá estreia um filme que impressiona pela simples brutalidade do seu realismo. “Precious” é, indubitavelmente, um desses filmes. Não é um grande filme, mas é intrigante: um melodrama clássico ao qual foi removida a tendência lacrimejante.
“Precious” conta-nos a história de uma iletrada jovem de dezasseis anos, obesa e terrivelmente maltratada pela mãe, que tenta encontrar um novo rumo para a sua vida numa escola alternativa que lhe oferece uma segunda oportunidade. Violada pelo pai, transformada em escrava pela mãe e com um par de filhos incestuosos para alimentar, Precious vive uma existência penosa, inaceitável e perfeitamente insustentável. Insultada e desmoralizada pela mãe, Precious encontra num mundo de sonho fantasista a única escapatória a uma realidade podre, cruel e sem qualquer espécie de sentido. E é precisamente quando ela se encontra na sua pior fase, que a professora da nova escola assume um particular interesse por ela e vai fazer de tudo para a retirar daquele autêntico pesadelo. O percurso melodramático de Precious é convencional e previsível, mas, e felizmente inverte-se nos últimos vinte minutos, mostrando uma "Precious" afastada de um final feliz de praxe cinematográfica com o desfecho:"e todos viveram felizes para sempre". A vida não é um conto de fadas e Precious não é uma princesa encantada.
Gabourey Sidibe (Precious) rasga as malhas do anonimato com uma composição firme, idónea e poderosa. Paula Patton e Mariah Carey (uma surpresa agradável), entre outros, ajudam a adensar a emotividade da história. Mas é Mo’Nique quem reclama para si todas as luzes da ribalta. Neste filme, a actriz está simplesmente deslumbrante. Agora percebo porque Mo’Nique tem levado todos os prémios para casa. E com toda a justiça, diga-se.
O filme está longe de ser perfeito mas a sinceridade é inegável. É um filme tão convicto do valor da história que conta que não recua perante nada para ser amado. Goste-se ou não, isso dá-lhe uma personalidade que poucos filmes americanos recentes têm tido.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Respingar

Caminho.
Os chuviscos banham a cara descoberta, colada a um capuz que me cobre a cabeça.
Está a chuviscar, digo para mim mesma de cara molhada.
Se morasse com a minha mãe não chuviscaria! Ela diria:"Está a respingar."
E os respingos de chuva cairiam no guarda-chuva que ela me dava.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Malangatana recebe hoje Doutoramento Honoris Causa na Universidade de Évora

A Universidade de Évora atribui hoje o grau Doutoramento Honoris Causa a Malangatana, pintor e escultor moçambicano que completa amanhã 50 anos de carreira. A cerimónia decorrerá na sala de Actos da Universidade e contará com a presença de muitas personalidades do campo das letras, entre eles o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, que fará o laudatio (elogio) ao doutorando, Malangatana.
Mais tarde, às 16 horas, será inaugurada a exposição “Malangatana, 50 anos de Pintura” , um evento que pretende fazer uma retrospectiva do vasto trabalho do artista moçambicano, representado em museus e colecções privadas espalhadas pelo mundo.
A mostra reúne 50 trabalhos de Malangatana produzidos desde 1950 até à actualidade e são o espelho das diferentes fases do artista. A exposição ficará patente ao público até 28 de Março, no Palácio D. Manuel, em Évora, naquela que será a 34ª exposição de obras do autor moçambicano em Portugal, entre mostras individuais e colectivas.

E este é o meu preferido de Malangatana:


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Tribo Dongria revê-se em 'Avatar' e pede ajuda a Cameron

É uma história como no filme Avatar: tribo pequena luta contra corporação gananciosa. E então a tribo pediu ajuda a um especialista no assunto: o próprio James Cameron. A luta do povo dongria kondh, de Orissa, na Índia, faz lembrar a luta dos na’vi no filme Avatar, de James Cameron.
Tantas são as semelhanças com a história de Avatar que a Survival – uma organização que luta pelos direitos dos povos indígenas – resolveu publicar um anúncio na revista Variety dirigindo um apelo directo a James Cameron, pedindo-lhe ajuda e convidando-o a ver um documentário de dez minutos onde toda a situação é explicada: «Nós vimos o seu filme, agora veja o nosso: www.survival.es/lamina», diz o anúncio.
Os dongria kondh veneram a sua montanha «sagrada» e também se sentem ameaçados pela ganância de uma civilização tecnologicamente superior que serve insensíveis e pouco ecológicos interesses corporativos; em Pandora, uma corporação – a RDA – tenta expulsar os na’vi da Casa da Árvore, local que lhes é sagrado, para ter acesso à rica reserva de um minério chamado unobtainium; na Terra, uma empresa altamente cotada na bolsa de Londres, a Vedenta Resources, propriedade do multimilionário indiano Anil Agarwal, prepara-se para abrir uma mina na montanha sagrada dos dongria kondh para ter acesso ao bauxite, mineral a partir do qual se obtém alumínio.
Os dongria kondh são um dos povos indígenas mais antigos do mundo. Vivem nas colinas de Niyamgiri, no Estado de Orissa, na Índia, e veneram a sua montanha como se fosse um deus.
Partiu provavelmente do responsável pela organização Survival, Stephen Corry, a ideia de comparar a situação real na Índia com a ficção de Avatar. Um brilhante golpe publicitário que fará com que todos os fãs do filme se interessem pelo que se passa com aquele povo e por tudo o que Corry quiser dizer: «Assim como os na’vi descrevem a selva de Pandora como um todo, também para os dongria kondh vida e terra estão profundamente ligadas. Se descontarmos os elementos de ficção científica, a história fundamental de Avatar está a suceder ali, nas colinas de Niyamgiri.» «Tal como os na’vi de Avatar, os dongria kondh também se encontram em perigo e a ponto de ver as suas terras minadas pela Vedanta Resources, que não recuará perante nada para conseguir os seus objectivos. A mina destruirá os bosques dos quais dependem os dongria kondh e arruinará as vidas de outros povos indígenas kondh que vivem na zona. Espero sinceramente que James Cameron se junte a esta luta para salvar a montanha sagrada dos dongria e assegurar o seu futuro», declarou Stephen Corry.
Ainda antes do mediático apelo a Cameron, já as tribos locais se tinham juntado aos dongria para uma manifestação contra a empresa e o multimilionário indiano. Na sexta-feira, 5 de Fevereiro, mais de 3000 manifestantes juntaram-se na cidade de Muniguda –uma entre as muitas iniciativas de protesto que já incluíram corte de estradas e marchas.
«Deixem as nossas florestas, os nossos córregos e a nossa montanha sagrada em paz», gritam os povos desprotegidos, à espera que Cameron os oiça, se comova como o marine Jake Sully do filme, ponha de parte alguns dos milhões que ganhou com Avatar e os ajude a vencer a tirania corporativista dos maus da fita.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Morreu Hermínia, única herdeira das cantadeiras de mornas do século XIX

Não conheceu a ribalta como a sua prima Cesária, mas pelo menos um disco seu ficará na lista das melhores gravações cabo-verdianas de sempre. Hermínia morreu hoje, na ilha do Sal.
Podia ter ficado como diva de um só disco. Mas gravou dois, embora o segundo já de regresso à obscuridade. A cantora cabo-verdiana Hermínia da Cruz Fortes, conhecida por Hermínia d"Antónia de Sal, morreu hoje, na ilha do Sal onde quase sempre viveu.
Os dados das notícias variam na hora (à tarde, à noite), como variam na idade: 72 anos ou 67, a crer na biografia oficial, que a dava como nascida em 1942. Mas isso é o menos importante. A voz, sim, era o seu tesouro. Uma voz "aguda e carregada de vibrato" num corpo franzino e frágil, como a descreveu Fernando Magalhães em Fevereiro de 1999, no PÚBLICO, depois de assistir ao seu concerto no Centro Cultural de Belém (CCB). Ou uma mulher de idade "que canta com a alma radiosa de uma adolescente", como se lhe referiu Luís Maio, ao distinguir, em 1998, Coraçon Leve com 9 estrelas em 10.
E esses foram os seus tempos de glória. Antes, há leves traços da sua biografia. Nascida na ilha de São Vicente, prima de Cesária Évora, Hermínia aprendeu a cantar com a mãe, que também tocava viola e cavaquinho. Mas a mãe morreu cedo e, aos 11 anos, ela foi viver com uma tia na ilha do Sal. Aos 33 anos gravou a primeira morna, para a rádio. E isso valeu-lhe vários convites para cantar em restaurantes e hotéis. Numa delas, estava na plateia Gilbert Castro, dono da Melodie francesa, acompanhado do músico e compositor cabo-verdiano Vasco Martins. Este, recorda agora essa noite via telefone, a partir do Mindelo. "Assistimos, juntos, à primeira parte de um concerto da Cesária onde actuou a Hermínia e o Gilbert disse-me que estávamos na presença de uma senhora com uma voz singular e admirável." O adjectivo é sublinhado por Vasco Martins: "Uma voz singular, ou se gosta ou não se gosta. Eu gosto." Esse gosto deu um disco, aplaudido pela crítica de forma unânime: Coraçon Leve. Uma ironia: era um projecto feito ao longo de anos a pensar em Cesária, na voz dela. Cesária não quis. E Hermínia ganhou-o.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Escultura de Giacometti bate recorde mundial em leilões


Uma escultura de Alberto Giacometti, "L’Homme qui marche I", foi vendida em Londres por 65 milhões de libras (74,2 milhões de euros), recorde mundial de vendas de obras de arte em leilões.O anterior recorde pertencia a um quadro de Picasso, "Garçon à la pipe".

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O rasgo

Grito!Vomito!Engulo-me!
Engulo-me e rasgo o saco de um vómito dormente...sigo em frente.
Mas o odor do vómito acompanha-me!
Acompanhas-me...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

...Para você...Rê!





Esfregar

Rolava no chão uma maçã raineta de pomar português.
Trinca-se!É ácida como cebola, mole com alho francês.
Cebola que cheira a maçã raineta,
Rolava no chão molhada em correria de estafeta

O chão em cebola picado ficou sujo, ainda molhado,
Precisa ser lavado!Água, balde e esfregona de cabo amarelo...
O chão em pevides pisado ficou sujo, ainda molhado,
Precisa muito ser lavado!Água,vassoura e pano amarelo...

Uma esfregona que mergulha em água estagnada de balde português
Desliza o corpo em movimentos rolantes por entre a sujidade do chão,
Desliza para limpar e mergulha a imundice na água do balde, sem qualquer glamour francês.
Uma esfregona...esfrega! Soletrar o acto de esfregar soa a tarefa árdua, mas não!
A esfregona amolece o chão com afagos de sabão.

Uma vassoura mascarada com um pano amarelo brasileiro,
Pano humedecido em água límpida de torneira aberta.
Uma vassoura que arrasta pelo chão o pano humedecido em acto brejeiro.
O pano humedecido captura a imundice e ao lavar-se na água de torneira, a sujidade liberta.
Qual o nome do par que limpa? Vassoura de pano? Com pano não varre...

Rolam no chão os métodos de limpeza
Trinca-se a sujidade!
Cheira a limpo com esfregona...chora a cebola de tristeza.
Cheira a limpo com pano e vassoura...foge a maçã, raineta de vaidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Exposição "Cinco escolas/Cinco Áfricas"


Cinco equipas de arquitectos, cinco países africanos, cinco escolas. O projecto da representação oficial portuguesa na 8ª Bienal Internacional de Arquitectura de São Paulo (que decorreu no final de 2009), comissariado por Manuel Graça Dias, pode ser visto, a partir de amanhã e até 25 de Janeiro, na sede da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa. "Cinco Áfricas/Cinco Escolas" quis ser mais do que a mera apresentação de projectos já desenhados por um determinado arquitecto ou atelier.
A ideia de Graça Dias, respondendo ao pedido que lhe fora feito pela Direcção-Geral das Artes, foi criar algo que tivesse uma continuidade: escolas imaginárias que, eventualmente, pudessem transformar-se em obras concretas. A cada um dos arquitectos convidados coube um país: Inês Lobo (Cabo Verde), Pedro Maurício Borges (Guiné-Bissau), Pedro Reis (São Tomé e Príncipe), Jorge Figueira (Angola) e a dupla Pedro Ravara+Nuno Vidigal (Moçambique). Seguiram-se as viagens, para conhecer os territórios e as condições em que iam trabalhar, sendo que nos cinco países a Natureza é uma presença dominante e todos os projectos foram pensados tendo em conta o clima, o sol, o vento, a presença das árvores - e também a arquitectura já existente nos territórios, nomeadamente a de arquitectos portugueses.
As situações que encontraram foram diferentes, e os projectos são naturalmente diversos, mas em comum houve a preocupação de usar materiais e técnicas locais, que permitissem uma construção simples (eventualmente até pelos próprios habitantes), e de recorrer a energias renováveis. O objectivo agora é encontrar as condições para que as cinco escolas possam ser construídas nos cinco países africanos de expressão portuguesa.