terça-feira, 25 de agosto de 2015

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Depois de Maio

Depois de Maio é a própria autobiografia do realizador- Olivier Assayas. O filme inspira-se nele próprio com 16 anos e na vida ideológica e sonhadora que levava (período pós Maio 68) em conjunto com o seu grupo de amigos. 
A reconstituição da época é demasiado idílica, perfeita e nostálgica- talvez pela experiência positiva que o próprio teve. Contudo, falta ao filme esse distanciamento pessoal e sentimental para abordagens mais complexas e menos idealistas. Porque Maio 68 e suas consequências não foram somente lutas e rebeliões juvenis culturais e revolucionárias.  Superficialidade a mais e conteúdo a menos.

domingo, 2 de agosto de 2015

Timbuktu

Abderrahmane Sissako é um cineasta de origem mauritana que em Timbuktu filma a sua própria pátria, O Mali. O filme retrata Timbuktu no ano de 2012, quando o território foi ocupado por um grupo jihadista, o Ansar Dine, com ligações ao dito Estado Islâmico. Abderrahme Sissako mostra-nos a brutalidade e violência jihadista para conseguir o controle moral e político da região através de um olhar atento e simplista. Surpreendentemente a beleza da vida e da liberdade sentem-se através de uma leveza e delicadeza de imagens que contrariam a própria arbitrariedade repressiva jihadista. 
Vários são os episódios sobre o quotidiano da região com a presença de forças jihadistas- condenações por se ouvir música ou mesmo jogar futebol e outras mais sérias- e o esforço e resistência do povo para que a tradição e a rotina diária se repitam a cada dia. Alguns são também os episódios em que os jihadistas transmitem a impotência em dominar por completo a rotina popular- podem controlar as acções mas nunca as mentes. E os próprios membros jihadistas são atraídos pelo que criticam e combatem- o uso de novas tecnologias, o futebol, o rap...
Timbuktu é sobretudo um filme sobre resistência e humanidade dentro e fora do jihadismo.