segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mullholland Drive 2"?


Há semanas, a actriz Laura Harring, a enigmática morena, Rita, de "Mullholland Drive", confidenciou ao site Movieline que havia fortes probabilidades de David Lynch realizar um "Mullholland Drive 2". Disse estar em contacto próximo com o realizador, que é alguém que está sempre a trabalhar em alguma coisa. Mas acrescentou que não pode adiantar mais informações.
As declarações de Harring (citadas pelo "Guardian") fizeram medo a alguns. Mexer num dos filmes mais icónicos da década que terminou? Ou será que o fluxo surrealista do cinema de Lynch justifica um permanente work-in-progress, é uma deriva que se concretiza filme a filme?
Danny Leigh, crítico do "Guardian", considera, por exemplo, que o projecto televisivo "Twin Peaks", do início dos anos 90, não era mais do que a continuação de "Blue Velvet" (1986). E que Lynch consegue expandir os seus paradigmas e não repeti-los, ampliando-os e aprofundando-os, seguindo por várias direcções ao mesmo tempo.
Temos medo ou não há razões para...?

sábado, 29 de maio de 2010

Traçar a meio...

Caminhar em linha direita na rotunda
A confusão na saída é profunda...
Circunferência traçada por uma linha recta
Compasso, régua e lápis para geometria correcta...

Espreitar em visão circular na janela quadrada
A imagem processada não é a desejada...
Folha de papel colorida por pequenas letras
Rabiscadas com lápis de cor, feltro e muitas canetas...

A saída é desenhada com uma linha torta
E a imagem visível obriga-me a fechar-te a porta...
Geometricamente a porta rodopia como o compasso
Fogem as letras do papel em busca de um abraço...

terça-feira, 25 de maio de 2010

World of Interiors


performance - instalação
Ana Borralho & João Galante

Museu Colecção Berardo
27, 28 e 29 de Maio / 19h às 21h (sessões contínuas)
Entrada Livre
Praça do Império, Lisboa / Portugal
no âmbito do alkantara festival 2010
Info : http://www.alkantara.pt/

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Realizador iraniano Jafar Panahi libertado sob caução


Após três meses detido numa prisão iraniana, o realizador Jafar Panahi foi hoje libertado sob caução. A libertação acontece depois de vários protestos contra o Governo de Teerão - que marcaram também o Festival de Cannes -, que deteve Panahi depois de o realizador ter anunciado que pretendia realizar um filme sobre as eleições presidenciais no seu país. O executivo do Presidente Mahmoud Ahmadinejad argumentou que o filme tinha como objectivo atacar o regime iraniano.
Tahereh Saeedi, mulher de Panahi, confirmou em declarações à AFP que o realizador já não está sob a custódia das autoridades iranianas e "encontra-se bem", apesar da greve de fome que tinha iniciado na semana passada para exigir a sua libertação. "Levámo-lo ao médico, que lhe prescreveu um regime alimentar" especial, contou Saeedi.
O realizador foi libertado da prisão de Evin, na capital iraniana, mediante o pagamento de uma caução de cerca de 160 mil euros. Um comunicado do gabinete do procurador de Teerão, Abbas Jafari Dolatabadi, adiantou que "após o fim do inquérito, o processo do acusado, com as acusações que pendem sobre si, foi transmitido ao tribunal revolucionário", que o julgará em data a anunciar. Segundo Dolatabadi, que não adianta as acusações atribuídas a Panahi, o realizador foi detido "não por razões políticas mas porque cometeu um delito", sem especificar qual.
Panahi, de 49 anos, um dos cineastas da nova vaga iraniana com maior reconhecimento internacional e premiado com o Leão de Ouro em Veneza por "O Círculo" em 2000, foi detido no passado dia 1 de Março na sua casa em Teerão. O Ministério da Cultura iraniano afirmou ter agido contra uma tentativa por Panahi de "preparar um filme contra o regime com base em acontecimentos pós-eleitorais", numa referência às manifestações que se seguiram à reeleição contestada de Ahmadinejad, em Junho de 2009. O realizador negou sempre as acusações.
Após a detenção, que impediu a sua presença no festival de cinema de Cannes, onde deveria integrar o júri, surgiram várias vozes de protesto internacionais a exigir a sua libertação.
No início deste mês foi lançada uma petição nos Estados Unidos, que reuniu o apoio de nomes do cinema como Steven Spielberg, Martin Scorsese, Robert de Niro e Francis Ford Coppola. No Festival de Cannes, a cadeira que deveria ocupar no júri permaneceu vazia, apenas com uma placa com o seu nome, em sinal de protesto. A actriz francesa Juliette Binoche levantou a placa quando subiu ao palco para receber o prémio pela sua interpretação num filme do realizador iraniano Abbas Kiarostami, mentor de Panahi.
o regime de Ahmadinejad apelidou de "propaganda" as manifestações de apoio a Panahi.

domingo, 23 de maio de 2010

Apichatpong Weerasethakul leva a Palma de Ouro para a Tailândia


Apichatpong Weerasethakul, 40 anos, bem se pode sentir “noutro mundo”, em Cannes, vindo da selva tailandesa. Mas pode estar certo que "Uncle Boonmee Who can Recall his Past Lives", a Palma de Ouro da 63ª edição do Festival de Cannes, é que elevou a condição dos espectadores deste festival. Houve quem aqui falasse em “sessão de hipnose” para descrever o que se pode passar na sala entre o espectador e este filme em que um homem que está a morrer, "Uncle Boonmee", se senta à mesa, na selva tailandesa, com os seus mortos e as outras vidas que ele viveu numa outra vida.
Terá algo a ver com isso, sim. É experiência de descoberta para o espectador, que descobre sensações, energias e imaginação novas perante aquilo que é tão antigo: ver um filme. Mas é dessa aliança entre o antigo e o novo que se faz o cinema de Apichatpong Weerasethakul (Joe para os que lhe são próximos ou para quem não quer tentar pronunciar o nome), que em 2004 recebera em Cannes o Prémio do Júri por "Tropical Malady".
"Uncle Boonmee" foi comprado para Portugal pela Midas Filmes.
Não se julgava que um júri como este, em que as figuras mais tutelares, o seu presidente, Tim Burton, e o cineasta espanhol Victor Erice, vindas de mundos aparentemente tão opostos, pudesse chegar a "Uncle Bonmee..."
Para a história da cerimónia fica ainda o momento em que Javier Bardem agradeceu à sua “amiga, companheira e amor”, Penélope Cruz. Ou, mais emocionante, aquele em que Juliette Binoche, depois de agradecer a todos os homens que a amaram e a suportaram, depois do “what a joy, what a joy, what a joy” que foi trabalhar com Kiarostami, levantou a placa com o nome Jafar Panahi. O cineasta iraniano, apoiante da oposição ao regime de Mahmoud Ahmadinejad, tinha sido convidado para integrar o júri, mas foi preso em Março pelas autoridades do seu país. Já durante o festival conseguiu passar uma mensagem a anunciar o início de uma greve de fome na sequência de maus tratos na prisão iraniana de Evin. A sua ausência foi presença constante em Cannes. “Um homem cuja falta é ser artista” no Irão, “um país que precisa de nós”, disse Binoche.

sábado, 22 de maio de 2010

Portas do Sol


Há uma esplanada novinha em folha no miradouro das Portas do Sol. Mas esta é diferente das outras que existem para os lados de Alfama e do Castelo, porque não tem só a vista panorâmica sobre a cidade como argumento.
Também tem um bar (aberto de dia e à noite) com paredes envidraçadas, sofás pretos espalhados pelo enorme terraço e uma carta que se esforçou por ir além das tostas mistas e pastéis de nata do costume.
A esplanada chama-se Portas do Sol e fica em frente à Fundação Ricardo Espírito Santo. Funciona todos os dias, das 10.00 à meia-noite (sextas e sábados estica até às 02.00). E agora a melhor notícia: vai estar aberta todo o ano (no Inverno vai ser aquecida e coberta).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

The Great American Disaster


Há muito que queria experimentá-lo...
Por isso decidimos experimentá-lo hoje.
O espaço prometia (e isso quem nos dera),ambiente americano com música dos anos 50. Nada!
Este Great American Disaster que existe há muito, no Marquês de Pombal, é uma desilusão. Uma desilusão fiel ao nome, fiel ao disaster, fiel até ao great disaster.
O público, maioritariamente adolescente, parecia um grupo de crianças e faziam demasiado barulho.
Os anos 50 são de plástico, com artigos comprados algures numa loja de chineses. Tudo é demasiado ao lado e nada é bem do que deveria ser.
Os hamburgers estão aprisionados numa carcaça de pão de uma padaria qualquer e não correspondem de todo à descrição da ementa. Não há sangria branca nem coca-cola. Só Pepsi!
Os batidos sabem a aromas e não se enrolam grossos na boca, como se esperava. E depois, quem espera, desespera... e há pessoas que desesperam de uma forma tão enervante que até o batido chega a ser um mal menor.
Nem esperamos pela sobremesa! Será que valeria a pena?
Enfim, uma experiência frustrada...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Morreu Shusaku Arakawa, o artista que decidiu não morrer!


O artista japonês Shusaku Arakawa morreu terça-feira em Manhattan, aos 73 anos. Começou a carreira com um punhado de dólares o número de telefone de Marcel Duchamp. Décadas mais tarde, as suas obras estavam no Museum of Modern Art e o Guggenheim fazia uma retrospectiva do seu trabalho em 1997. Ficou conhecido pelos trabalhos em que, com a sua mulher Madeline Gins, explorava conceitos morais com o objectivo de deter o envelhecimento e impedir a morte.
A família de Shusaku Arakawa não revelou a causa da morte do artista, que nasceu em 1936, em Nagoya, no Japão. Estudou arte em Tóquio. Em 1960 formou um grupo de artistas inspirados no Dadaísmo, introduzindo assim esse conceito no meio artístico japonês.
Um ano depois rumou a Nova Iorque, levando consigo apenas onze euros e o número de telefone de Marcel Duchamp, como recorda o "New York Times". Arakawa disse mais tarde que Duchamp viria a tornar-se o seu mentor. Dois anos depois de chegar aos Estados Unidos, inscreveu-se na escola de arte de Brooklyn, mais para obter um visto de residência nos EUA e não tanto pela educação, contava. Aí conheceu Madeline Gins, também estudante. Casaram em 1965.
"É imoral que as pessoas tenham de morrer", disse Gins ao "New York Times". Arakawa e Madeline exploraram a sua filosofia, a que chamaram Destino Reversível, em poemas, livros, pinturas e edifícios. Em 1963 fundaram a Architectural Body Research Foundation, que praticava a "arquitectura contra a morte" e em cujo site se lê "Decidimos não morrer", e assinaram obras como "Architectural Body" ou "Making Dying Illegal".
O arquitecto Steven Holl disse ao "New York Times" que o trabalho do casal era muito enraizado na filosofia japonesa e que "vai levar muitos anos até que as pessoas o entendam totalmente".
Arthur Danto, crítico de arte e filósofo, conviveu com Arakawa durante quarenta anos. "Ele achava mesmo que estava a fazer o trabalho mais importante de todos, superar a morte", disse Danto. Mas acrescentou que "como é que isso ia acontecer é que nunca foi claro, excepto para ele e Madeline".
Nos últimos anos, filósofos e cientistas usaram o trabalho de Arakawa e Gins como objecto de estudo em diversas conferências.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A ilha da Cova da Moura

Este é um documentário sobre a Cova da Moura e as suas raízes na cultura cabo-verdiana.Uma visão diferente sobre este bairro da periferia lisboeta, tão caracterizado pela sua violência nos noticiários. Com 3 anos de entrevistas e uma banda sonora gravada exclusivamente da rua ou cantada pelos entrevistados, esta viagem de hora e meia tenta, nas palavras dos moradores, explicar a história e a vivência do dia-a-dia no bairro, revelando uma história de uma comunidade coesa e a cooperação e confiança entre as pessoas, essencialmente mantida e construída na cultura de origem da maioria das pessoas que aí moram, a cabo-verdiana, tão marcada que levou algumas pessoas a descreverem o bairro como a 11ª ilha do arquipélago africano.
Apesar do rigor e da qualidade do documentário, este acaba por mostrar uma leitura parcial da realidade: baseando-se no conhecimento geral dos espectadores devido às notícias que normalmente surgem nos media, o filme acaba por se limitar a um consumo regional, sendo impossível para alguém que desconheça a “outra” realidade, a do crime e da violência, perceber a verdadeira magnitude do problema. Há pequenas referências a essa questão, mas o foco no conceito da comunidade e o não explicar esse problema, acaba por fazer com que o filme seja um “branqueamento” ou uma visão demasiado optimista da realidade.

domingo, 16 de maio de 2010

O Coração e a Garrafa


O Coração e a Garrafa fala-nos de uma menina fascinada com o mundo à sua volta. Até que um dia algo aconteceu que a fez pegar no seu coração e guardá-lo num sítio seguro. Pelo menos durante algum tempo… Só que, a partir daí, nada parecia fazer sentido. Saberia ela quando e como recuperar o seu coração? Com esta história comovente, Oliver Jeffers explora os temas difíceis do amor e da perda, devolvendo-nos, de maneira notável, um sopro de alento e de vida. Ouça aqui.

sábado, 15 de maio de 2010

Michael Douglas não assina petição a favor de Polanski

Michael Douglas disse hoje que não vai assinar a petição a favor de Roman Polanski. Em declarações à AFP, o actor disse que não assina petições por qualquer um que viole a lei. "Admiro infinitamente o Roman que eu conheço, mas este é um problema que deve ser resolvido internamente. Acho que não seria justo para mim como americano assinar uma petição em favor de qualquer pessoa que tenha violado a lei". E acrescentou: "Ele, de certa forma, fugiu e isso é [um assunto] do foro legal".
O actor, presente em Cannes para apresentar o filme "Wall Street 2", disse que na altura dos acontecimentos a que o caso Polanski remonta (na década de 1970), vivia em Los Angeles. Disse ainda que se o realizador olhasse para trás, veria que "deve ter sido mal aconselhado".
"É muito difícil para mim, [mas] eu não posso assinar", disse Douglas sobre a petição.
A petição foi iniciada pelo filósofo e escritor francês Bernard-Henri Levy, que hoje também criticou o facto de o presidente do júri de Cannes, Tim Burton, não ter sido mais assertivo na defesa de Polanski.
Roman Polasnki é acusado de ter mantido relações sexuais com uma menor de 13 anos em 1977. Depois de algumas audiências judiciais, Polanski decidiu sair dos EUA por temer ser detido por um longo período. Vive na Europa desde então e não regressou aos EUA, mesmo tendo sido laureado com o Óscar de Melhor Realizador por "O Pianista". Os Estados Unidos emitiram um mandado de captura internacional e em Setembro de 2009 Polanski foi preso em Zurique, na Suíça, onde tem uma casa e onde chegava para participar num festival. Em Dezembro, foi libertado sob fiança e encontra-se desde essa altura em prisão domiciliária, enquanto aguarda uma possível extradição para os Estados Unidos

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Abraço de Júpiter

Para receber um abraço de Júpiter, Marte teria que sair da frente.
Ou então Júpiter teria que rodar sobre Marte. Rodar não. Teria que ser movimento de translação. Júpiter teria que fazer de Marte o seu sol.
Júpiter nunca fará de Marte o seu sol. Júpiter é decidido demais para translações. Rotações sobre si mesmo são movimentos que ele tolera, isto quando o líquido nos joelhos o permite. Agora translações é que não.
O líquido nos joelhos dificulta-lhe os movimentos mas não o impede de se agitar. Se andasse de bicicleta rodava melhor. E talvez o líquido esverdeado fugisse para Marte. Ou então o líquido oleava a própria bicicleta... mas ele prefere não andar de bicicleta e deixar o líquido bem sossegado... talvez por ser verde... Júpiter gosta da cor verde.
Se Júpiter apanhar Marte desprevenido, talvez me consiga abraçar. Marte deita-se com as galinhas e acorda com os galos. Júpiter tem insónias. Para apanhar Marte desprevenido, Júpiter terá que aproveitar as suas insónias. Porém, Júpiter não perde tempo a esconder-se de ninguem, muito menos a aproveitar insónias para agir na clandestinidade.
Júpiter apenas gira sobre si mesmo. Mesmo com um peso exagerado e líquido nos joelhos.
Para receber um abraço de Júpiter, ou Marte sai da frente, ou a terra sai da sua órbita...Mercúrio, Vénus, Marte, Terra, Júpiter... se ao menos a terra estivesse entre os dois!!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Exposição /Pintura


Só quero fazer viagens em que não tenha tempo para dizer: quero voltar para casa!
29 Abril a 24 Maio na Galeria 9arte.

Teresa Dias Coelho nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciada em Pintura pela FBAUL. Desde 2005 lecciona Desenho como Assistente convidada do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Évora. As suas obras estão presentes nas colecções do Museu de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Câmara Municipal de Lisboa, Casa Fernando Pessoa, Fundação Portuguesa das Comunicações, e inúmeras Colecções Particulares.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bento XVI: Igreja precisa de aprender a estar no mundo


No discurso em que citaria Camões, o Papa afirmou: “Há toda uma aprendizagem a fazer quanto à forma de a Igreja estar no mundo, levando a sociedade a perceber que, proclamando a verdade, é um serviço que a Igreja presta à sociedade, abrindo horizontes novos de futuro, de grandeza e dignidade.”
Ao entrar no grande auditório do CCB, o Papa foi recebido por um forte aplauso. Algumas aclamações de “viva o Papa” também se fizeram ouvir, tendo os aplausos redobrados de intensidade quando o Papa cumprimentou o cineasta Manoel de Oliveira que, momentos depois, o saudaria em nome da assistência.
O Coro Gulbenkian iniciou a sessão cantando “O quam suavis”, de Francisco António Almeida. O bispo do Porto dirigiu depois a saudação inicial ao Papa. A intenção cultural de Bento XVI é também “entendida e bem aceite por muitas personalidades das letras, das ciências e das artes, ainda além das fronteiras da confessionalidade estrita”, afirmou D. Manuel Clemente.
Manoel de Oliveira, aplaudido de pé pela assistência, identificou-se como “pertencente à família cristã”, referiu os anjos que colocou em dois filmes como “prefigurações dos espíritos”. E acrescentou: “Ora, se os espíritos são um só, então temos nele a natureza de Deus”, acrescentou.
No CCB, podem ver-se as ministras da Cultura e da Educação, Gabriela Canavilhas e Isabel Alçada, os presidentes da Gulbenkian e do CCB, Rui Vilar e Mega Ferreira, o presidente do Centro Nacional de Cultura e do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, o deputado e historiador Pacheco Pereira e o dirigente da CGTP, Manuel Carvalho da Silva.
No leque de 15 personalidades que estão no palco, ao lado do Papa, incluem-se, além de Oliveira, a maestrina Joana Carneiro o subdirector da Cinemateca, Pedro Mexia.
O cenário de fundo reproduz uma parte da obra de Pedro Calapez na entrada principal da Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima.
No seu discurso, o Papa referiu a relação entre a estética e a busca da verdade: o conflito entre a tradição e o presente “exprime-se na crise da verdade, pois só esta pode orientar e traçar o rumo de uma existência realizada, como indivíduo e como povo”.
Bento XVI citou Camões para dizer: “Esta é uma hora que reclama o melhor das nossa forças, audácia profética, capacidade renovada de ‘novos mundos ao mundo ir mostrando’, como diria o vosso poeta nacional”. E referiu-se ao Concílio Vaticano II (1962-65), a reunião de todos os bispos do mundo para a reforma da Igreja, como a “renovada consciência da tradição católica” que “transfigura e transcende as críticas que estão na base” da modernidade trazida pela Reforma e pelo Iluminismo.
O Papa terminou o discurso com um apelo aos artistas: “Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza.” Um apelo que retoma o tom do discurso do encontro com os artistas, em Novembro, na Capela Sistina do Vaticano.
No final do discurso, enquanto o Coro Gulbenkian voltava a cantar, o Papa foi saudado por representantes de outras igrejas cristãs, de religiões não-cristãs e ainda por várias personalidades de diferentes áreas do saber e da cultura.
Terminada a cerimónia no CCB, Bento XVI dirigiu-se numa viatura oficial para a Nunciatura Apostólica, onde pelas 12h00 terá um encontro com o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado. Cerca das 15h45, o Santo Padre deixa a sua residência oficial durante a visita a Lisboa e parte em papamóvel para o aeroporto de Lisboa, de onde partirá em helicóptero para Fátima, pelas 16h40.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cesária Évora operada ao coração


Cesária Évora, de 68 anos, sentiu-se mal no domingo de manhã e foi internada de urgência tendo acabado por ser operada.
Cesária Évora tinha participado no sábado, no Coliseu de Lisboa, no espectáculo “Vozes africanas”. A hospitalização da mais popular cantora cabo-verdiana já levou ao cancelamento de 20 concertos previstos até ao final de Agosto na Roménia, Suíça, Turquia, Bélgica, Polónia, Finlândia, Estados Unidos da América, Canadá, Itália, China, Grécia, Tunísia, França e Brasil, espectáculos de promoção do seu último trabalho “Nha sentimento”.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

‘Terra Sonâmbula’ ganha primeiro prémio no FESTin


O filme ‘Terra Sonâmbula’, de Teresa Prata, baseado numa história de Mia Couto, foi considerado o melhor filme do ano na primeira edição do FESTin – Festival Itinerante da Língua Portuguesa, que terminou ontem no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Inserido na terceira edição da Semana Cultural da CPLP – Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, o FESTin tem como objectivo incentivar a cooperação entre os países do espaço lusófono na produção cinematográfica e, para além do filme de Teresa Prata (a primeira longa metragem da sua carreira) distinguiu ainda a curta-metragem ‘Kunta’, que assinala a estreia na realização do actor Ângelo Torres, de São Tomé.
Foram ainda atribuídas menções honrosas aos filmes ‘O Jardim do Outro Homem’, de Sol de Carvalho (Moçambique), ‘Luanda – Fábrica de Música’, de Inês Gonçalves, ‘Kiluange Liberdade’ (coprodução entre Portugal e Angola) e ‘O Grão’, de Petrus Cariry (Brasil).
O FESTin – que decorreu no Cinema São Jorge de 4 a 9 de Maio –recebeu cerca de 1800 espectadores (números provisórios) e segue agora para Belém do Pará (onde estará em Novembro) e Búzios (em Dezembro), ambos no Brasil. Em 2011, o FESTin terá uma edição em Moçambique e regressará a Lisboa em Maio.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quadro de Picasso vendido por €81 milhões


Um quadro de Pablo Picasso, "Desnudo, hojas verdes y busto" (1932), bateu o recorde mundial num leilão, sendo vendido por 81 milhões de euros na Christie's de Nova Iorque.
Com este resultado, Picasso ultrapassou o anterior recordista, Alberto Giacometti, com a escultura "El hombre que camina I" (1961), vendida pela Sotheby´s em fevereiro passado, em Londres, por 74,3 milhões de euros.
Até então, Picasso ostentava o recorde de quadro mais caro vendido em leilões de arte graças ao seu "Muchacho com pipa" (1904), também vendido na Sotheby´s por 74,1 milhões de euros.

domingo, 2 de maio de 2010

Go Get Some Rosemary vence IndieLisboa

O vencedor 2010 do IndieLisboa foi: "Go Get Some Rosemary", da dupla nova-iorquina Josh e Benny Safdie, que arrecadou o Grande Prémio da competição oficial do festival lisboeta, anunciado na noite de sábado no Grande Auditório da Culturgest. Os júris premiaram ainda "La Pivellina", da dupla italo-austríaca Tizza Covi e Rainer Frimmel, e "Guerra Civil", do português Pedro Caldas, enquanto o público escolheu o documentário de Catarina Mourão "Pelas Sombras".
"Go Get Some Rosemary", eleito como melhor filme a concurso pelo júri internacional composto pelos realizadores Eva Truffaut e Miguel Gomes, pela programadora Birgit Kohler, pelo crítico Robert Koehler e pelo produtor Nadir Operli, acompanha as duas semanas em que um pai separado tem a custódia dos dois filhos. Estreado na Quinzena dos Realizadores de Cannes 2009, o filme inspira-se na própria infância dos realizadores.
O mesmo júri atribuiu o Prémio de Melhor Longa-Metragem Portuguesa a "Guerra Civil", drama de época sobre um adolescente em férias no Portugal dos anos 1980. O Prémio de Distribuição coube a "La Pivellina", ficção semi-improvisada sobre uma menina abandonada recolhida por um casal de artistas de circo.
Ainda na longa-metragem, júris separados entregaram o Prémio FIPRESCI a "Castro", comédia absurdista do argentino Alejo Moguillansky, e os prémios RTP Pulsar do Mundo e Amnistia Internacional ao documentário francês de Claudine Bories e Patrice Chagnard "Les Arrivants".
Na categoria de curtas-metragens, o júri formado pelos realizadores Caroline Deruas, João Salaviza e Ben Rivers atribuiu o grande prémio ex-aequo a duas ficções, "Cocoon", dos alemães Till Kleinert e Tom Akileminu, e "La Neige Cache l'Ombre des Figuiers", do russo-canadiano Samer Najari. A melhor curta portuguesa foi "A History of Mutual Respect", de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt.
Já o público presente no festival optou por uma outra escolha de filmes. Na categoria de longa-metragem, recompensou o documentário português de Catarina Mourão sobre a artista Lourdes Castro "Pelas Sombras"; na curta-metragem, premiou "Cities on Speed: Bogota Change", documentário sobre a capital colombiana do dinamarquês Andreas Dalsgaard; e o público da secção infanto-juvenil IndieJunior atribuiu o seu prémio à longa animada japonesa de Mamoru Hosuda "Summer Wars".