quinta-feira, 26 de outubro de 2017

First They Killed My Father

É a quinta longa-metragem com direção de Angelina Jolie. A conhecida atriz une-se à sobrevivente Loung Ung para denunciar o genocídio cometido pelo Khmer Vermelho no Cambodja.
História dura e pesada que Jolie opta por contar através dos olhos atentos de uma menina mimada, corajosa e reservada. Jolie opta também por apostar na fotografia e em planos magníficos do país asiático que às páginas tantas ganham uma dimensão maior que a própria tragédia que se quer contar. Acabamos assim por nos perder nessa beleza de imagens que comprometem a atenção do espetador para a tragédia real filmada. Mas é claro que as intenções de Jolie são as melhores possíveis e o objetivo passa sempre por narrar as atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho. 
O uso do khmer como língua é uma mais valia mas os diálogos empobrecem o filme e o seu conteúdo. Não existe grande ligação entre as belas imagens e os diálogos simples e paupérrimos. Todo o filme ganha créditos quando o silêncio e a expressão corporal reinam na tela. 
Há algo que para mim poderia não existir: os sonhos da personagem principal. Nada acrescentam e só permitem uma divagação qualquer que está longe de ser conclusiva.
Angelina Jolie não tem meias palavras para contar a história sangrenta do Cambodja e não se coíbe de culpar os EUA pelo abandono e consequente massacre da população. Mas as falhas de roteiro e direção existem e coabitam em sintonia com a boa intenção deste seu projeto.