sexta-feira, 16 de julho de 2010

Forlán "vira" desenho animado

O melhor jogador do Campeonato do Mundo da África do Sul surge no vídeo a rematar, a festejar golos e a erguer a Bola de Ouro conquistada na competição africana. A acompanhar as imagens está uma canção do grupo “Gonden Vuvuzelas, com a música de “Mazinger Z” em fundo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Portugueses apresentam curtas no Festival de Cinema de Locarno


A curta-metragem seleccionada chama-se “A history of mutual respect”. O programa oficial foi apresentado hoje em Locarno e o filme português está incluído na competição da secção de curtas de jovens talentos, na qual os concorrentes se candidatam a ganhar o prémio “Pardi di domani” (“Leopardo do amanhã”).
Gabriel Abrantes e de Daniel Schmidt venceram o prémio de melhor curta-metragem portuguesa no festival Indielisboa 2010, em Abril, com esta curta, filme que foi exibido também, na semana passada, no 18.º festival de Curtas-metragens de Vila do Conde.
A produção portuguesa marca ainda presença na secção de curtas-metragens de autor, com o filme “Todos iguais a dormir”, da autora de naturalidade suíça Jeanne Waltz.
Portugal marca também presença como júri, com o realizador Miguel Gomes que entregará o prémio “Pardi di domani” e com o jornalista Francisco Ferreira que integrará o júri que atribui o prémio para o melhor primeiro filme.
O Festival de Locarno, ocorre anualmente na cidade de Locarno, Suíça desde 1946 e o seu principal prémio atribuído é o Leopardo de Ouro que é atribuído à categoria de Melhor Filme. Outros prémios que se incluem no festival são o Leopardo de Honra para a carreira dos realizadores e o Prix the Public UBS para a escolha do público.
Este ano, a 63ª edição prestará homenagem aos realizadores Jia Zhang-ke e Alain Tanner com a atribuição do Leopardo de Honra e fará uma retrospectiva dedicada a Ernst Lubitsch, que decorrerá de 4 a 14 de Agosto na Suíça.

domingo, 11 de julho de 2010

Tudo o que é sólido dissolve-se no ar: o social na Colecção Berardo


Aludindo a uma famosa passagem do Manifesto do Partido Comunista (redigido por Marx e Engels em 1848), a expressão “Tudo o que é sólido dissolve-se no ar” congrega um sentido de mudança na sociedade. No contexto artístico, a importância desta observação verifica-se na tomada de consciência do primado do social na cultura moderna, condição necessária para a existência da arte enquanto instrumento de emancipação da humanidade. É sob este prisma que se apresenta a Colecção Berardo nesta exposição, reunindo-se obras que convocam problemas do quotidiano, enunciam uma crítica da realidade ou reflectem visões do mundo utópicas.

Exposição patente de 8 de Junho a 12 de Setembro.

sábado, 10 de julho de 2010

Insónia

Calor que o lençol sente
Sua e escorrega
Para não derreter
E os olhos sentem...
O calor impede
O fechar das pálpebras
Para não suarem
Em vão...
Tosse!!!
Tosse o calor
Como o cano de escape
De um carro quente...
Aquecido
Um corpo adormecido
Sob um lençol suado de olhos abertos
Que escorrega para não derreter.
O corpo escorrega
Ao adormecer
Para não derreter acordado.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Para o cego no quarto escuro à procura do gato preto que não está lá


"Um matemático é como um cego num quarto escuro à procura de um gato preto que não está lá". Foi a partir desta citação atribuída a Darwin que o curador, Anthony Huberman, construiu esta exposição. As obras apresentadas desafiam o espectador e parecem querer compreender o mundo, ao mesmo tempo que não acreditam na "arte da explicação".
Autores como Marcel Broodthaers, Hans-Peter Feldmann, Peter Fischli & David Weiss, Giorgio Morandi, Matt Mullican, Bruno Munari, entre outros.
"Para o cego no quarto escuro..." foi organizada pelo Contemporary Art Museum St. Louis, já passou pelo Museum of Contemporary Art de Detroit, pelo ICA, em Londres e pelo centro de arte De Appel em Amesterdão. Termina agora a sua digressão na Culturgest de Lisboa.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nova Feira da Ladra


É na Feira da Ladra que eu relembro
uma toalha velha, toda em linho,
que já serviu uma noite de Dezembro,
e agora cheira a Setembro,
como o Outono sabe a vinho.
Não valem muito mais que dois pintores
os quadros das paisagens
que eu já sei,
mas valem, pelos frutos, pelas flores
que em São Vicente das Dores,
fora de mim, eu pintei.

O que é que eu vou roubar à Feira
Um beijo de mulher trigueira.
Aqui um coração, ali uma gravura.
É a Feira da Ladra ternura.
O que é que eu vou trazer da Feira
Um corpo de mulher braseira.
Aqui está um lençol, bordado como dantes.
Esta Feira da Ladra é dos amantes.

E na Feira da Ladra nos vingamos
dum pouco desse tempo que morreu.
Em cada botão velho que compramos
há sempre uma corja de amos
que em Abril, Abril venceu.
Agora não compramos velharias,
tudo passado é lastro do futuro.
Nascemos para o sol todos os dias,
na nossa Feira da Ladra
já não há ladrões no escuro.

O que é que eu vou roubar à Feira
Um beijo de mulher trigueira.
Aqui um coração, ali uma gravura.
É a Feira da Ladra ternura.
O que é que eu vou trazer da Feira
Um corpo de mulher braseira.
Aqui está um lençol, bordado como dantes.
Eis a Feira da Ladra dos amantes.


Ary dos Santos