quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ciclo 'Caixa Negra'


No âmbito das Sessões do Carvão, vão ser exibidos, hoje, 28 de maio, os filmes “As vidas dos outros”, de Florian H. von Donnersmarck, às 18h30; e, às 21h30, será a vez de “O vigilante”, de Francis Ford Coppola. As sessões vão decorrer na Casa das Caldeiras e a entrada é livre.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Ernest e Célestine

Baseada nas histórias de Gabrielle Vincent, esta é uma história sobre uma amizade improvável entre um grande urso, Ernest e uma pequenina rata orfã, Célestine. Eles vivem em mundos diferentes, o dos ursos (à superfície) e o dos ratos (debaixo da superfície). Os ratos vivem numa sociedade onde são ensinados, desde que nascem, a terem medo dos ursos, pois eles são o ‘inimigo’. No mundo dos ursos, estes são ensinados de que os ratos trocam os dentes que são escondidos na almofada por moedas (baseado no conto da fada dos dentes). Ernest é um artista falhado e sem sucesso. Célestine é uma órfã que gosta muito de desenhar e acredita que os ursos podem ser amigos dos ratos, pelo que todos a vêem como uma ‘estranha’. A amizade ‘improvável’ entre estas duas personagens é justificada por ambos serem incompreendidos pela sociedade e viverem sozinhos. Ambos quebram as regras dos dois mundos em que vivem, tentando viver livremente, longe desses mundos.
Esta é uma simples e inocente história, que por vezes se torna previsível. No entanto, nunca deixa de ser encantadoramente divertida. A animação tem um traço único, simples e inocente, assemelhando-se muitas vezes a um livro para crianças. Com poucas cores, onde os tons castanhos e margens brancas dominam em quase todas as imagens tornam as personagens e os ambientes mais doces e cativantes para as crianças. “Ernest e Célestine”, uma ternurenta história de amizade, é um filme interessante que certamente os mais novos vão adorar.

domingo, 25 de maio de 2014

Feira Cultural de Coimbra

  O Parque Dr. Manuel Braga acolhe, entre 23 de maio e 1 de junho, a Feira Cultural de Coimbra, um evento promovido pela Câmara Municipal de Coimbra, que pretende reforçar e diversificar a atração de públicos pelas áreas culturais tradicionalmente promovidas pelo Município, como o livro e o artesanato, mas também por outras artes, ofícios e culturas, como a música, as artes plásticas e a gastronomia, constituindo um importante estímulo ao desenvolvimento urbano, económico, social e cultural de Coimbra.
Entre os vários momentos de animação, destaca-se a novidade das “24 Horas Culturais” (de 31 de maio para 1 de junho), modelo inspirado nas experiências de grandes cidades como São Paulo, Madrid, Londres ou Miami, e que pretende celebrar, ininterruptamente, durante 24 horas, múltiplas manifestações culturais e artísticas.
Serão 10 dias de promoção, divulgação e incentivo às atividades culturais nas suas vertentes tradicionais e contemporâneas.
Não perca esta oportunidade única e inovadora de promoção das culturas locais, regionais, nacionais e até internacionais.


Local: Parque Dr. Manuel Braga 
Data: 23 de maio a 1 de junho
Horário: Fim de semana 10h-13h, 14h-24h
Durante a semana 14h-24h

terça-feira, 20 de maio de 2014

Novos Criadores/Novos Rumores

  
O ciclo Novos Criadores/Novos Rumores está de volta ao TAGV, com uma programação dedicada aos novos criadores portugueses na área do teatro.

20 de maio, terça-feira: OS DIAS SÃO CONNOSCO de Raquel Castro

21 de maio, quarta-feira: A GRANDE SOMBRA LOIRA de Tiago Barbosa

22 de maio, quinta-feira: MoMO de Flávia Gusmão e Michel Blois

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Culturas e Artes do Instituto Politécnico de Macau


Macau é uma cidade cheia de culturas e artes diferentes, provenientes da China, de Portugal e de outros países do mundo – é esta riqueza e diversidade que o IPM pretende mostrar com o sarau no TAGV. Ao longo do espetáculo serão interpretadas músicas chinesas e ocidentais, intercaladas por momentos de declamação de poesia, apresentação de Kung-Fu e caligrafia chinesa.
Entre os presentes no evento, serão sorteadas duas viagens culturais a Macau e à China Continental.

sábado, 17 de maio de 2014

O Hobbit: A Desolação de Smaug


Chegados ao segundo filme, manter vivo o extraordinário universo criado na trilogia do Senhor dos Anéis sem abdicar do lado mais leve e menos portentoso da demanda de Bilbo Baggins, Gandalf e os anões parece ter-se tornado, para Peter Jackson, numa obrigação profissional mais do que um desejo de cinema. Há momentos brilhantes em A Desolação de Smaug - quase todos aqueles que remetem para uma memória dos velhos serials de aventuras, onde melhor vem ao de cima a formação do neo-zelandês como cineasta de género - mas fica sempre a sensação de um talento que se agrilhoou de livre vontade a um caderno de encargos no qual já não tem o mesmo prazer de outrora.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Chroma

Desta exposição “Chroma”, por João Teixeira, salientam-se dois aspetos sempre presentes no trabalho desenvolvido pelo jovem artista: a técnica com que trabalha a cor, envolvendo o seu trabalho em diversas camadas de diferentes tons, e da qual se apresenta um trabalho distinto e envolto numa profundidade desarmante com uma palete de cor que não só prendem a atenção do observador como incitam à viagem deambulante em frente à tela; e a sua necessidade intrínseca de um contato permanente e de proximidade com a condição humana, retratando, mais do que a pessoa, a humanidade dessa pessoa.

“Chroma” apresenta-se com uma série de retratos femininos, quer pelo uso de modelo real bem como com base no trabalho desenvolvido pela fotógrafa holandesa Carla van de Puttelaar, em posições lânguidas e por vezes seminuas, estes trabalhos espelham a quietude e a serenidade, muitas vezes melancólica, da emoção no feminino, que criam um ambiente de intimidade permitida e partilhada com o seu público.

João Teixeira desde o início das primeiras experiências que evolui o seu trabalho através sobretudo do uso de imagens que, isoladamente ou combinadas, servem como ponto de partida. Inicialmente mais realista, à medida que vai pintando a figura começa por se tornar mais abstrata e a cor passa a ter um papel central.

Pincéis, espátulas, talochas, mãos, tudo serve para tentar chegar a uma combinação de cores ou a uma forma de trabalhar que seja distinta e que prenda o observador à pintura. Num método algo arriscado, já que por vezes são destruídas partes erradamente, por outro lado, ao permitir que o erro possa ocorrer cria um desafio adicional, uma dificuldade que tem que ser superada, mas que na maioria das vezes permite ir mais longe em termos criativos.



Mercearia de Arte Alves & Silvestre
De 10/5 até 29/5 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A loja dos Suicídios

O trailer do filme convida o espectador para algo louco e diferente. Numa cidade em que a vida se tornou tão triste que as pessoas já não têm gosto em viver, há uma família que encontra nisso uma oportunidade de negócio, abrindo uma loja dos suicídios. Nesta loja, onde o lema é “ajudá-lo a morrer é a nossa felicidade”, é disponibilizado todo o material para por fim à própria vida. Tudo corre como esperado até nascer Alen, o terceiro filho do casal Tuvache, que nunca ri. Alen é uma criança que ri, contaminando, com as suas gargalhadas e energia positiva, um mundo absolutamente avesso à felicidade. Este sentimento positivo leva a que alguns clientes da loja comecem a evitar suicidarem-se, ao dar-lhes motivos para olharem o mundo de uma outra maneira. 
Nesta cidade é proibido por lei as pessoas suicidarem-se em público, pelo que a família Tuvache, que nunca se ri, aproveita-se do desespero dos outros para ganharem dinheiro.  Contudo, a morte é algo que a própria família não consegue lidar muito bem, quando assistem a suicídios de alguns clientes. Com o tempo, o desespero em querer morrer conquistará também alguns membros da família, pois não conseguem lidar mais com todos os problemas da vida. Há no entanto uma criança, Alen, que tenta transmitir às pessoas o prazer da vida e da felicidade, em particular às crianças da cidade, pois elas representam o futuro e o mundo lhes pertence. “De que adianta estarmos vivos se só pensamos no suicídio?” cantava Alen no autocarro.
 “A Loja dos Suicídios” não é propriamente um filme aconselhável aos mais novos, quer pela própria temática aqui tratada, quer pela linguagem de algumas personagens. O humor aqui usado é bastante negro e arriscado para o público mais jovem. O tema não é, no entanto, bem explorado. Muito menos as razões apresentadas para todas aquelas personagens serem felizes. No final, a vitória da ‘vida’ sobre a ‘morte’ foi bastante fácil. A resolução encontrada para a intriga foi deveras simples e banal. Podia ter-se ido mais longe no conceito da morte e da vida. Daí o argumento ser medíocre e o filme peca muito com isso. O que é pena, pois o desenho dos cenários e das personagens e os números musicais possuem um interessante estilo e um humor negro muito francês.
O fraco argumento e a abordagem que o realizador adotou não conseguem encontrar um equilíbrio, tornando o filme demasiado infantil para os adultos e macabro para as crianças.

sábado, 3 de maio de 2014

Maratona Subterrânea #02


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Blue Jasmine


De algum modo, "Blue Jasmine" é o “filme Occupy” de Allen, com a sua heroína a ser uma “tia” de Park Avenue cujo marido se revela ser um vigarista à Bernie Madoff, vivendo à grande e à francesa com o dinheiro dos outros. Jasmine é um membro do “um por cento” cuja perda brutal de status social a leva a ter de regressar aos “99 por cento” onde começou a vida, mudando-se para São Francisco para morar com a meia-irmã caixa de mercearia e procurar emprego. A ideia de desenhar o retrato de uma tia perdida entre o povo não é, admissivelmente, coisa nova nem inspirada, mas a introdução de um comentário “social” é coisa invulgar no cinema do nova-iorquino - e é aqui que entra Cate Blanchett, que insufla em Jasmine toda a personalidade de uma mulher que se deixou seduzir pelos confortos do mundo e torna o “boneco” da tia perdida entre o povo numa pessoa de corpo inteiro. É uma performance atenta e vibrante, toda em nuances, que nunca escamoteia o lado desagradável, egoísta, absorvido de Jasmine mas também não evita o seu lado humano, emprestando-lhe uma complexidade que não encontramos nas outras personagens (apesar dos bons esforços de Sally Hawkins ou Bobby Cannavale, por exemplo), e confirmando como Allen continua a ser capaz de arrancar interpretações de estadão. Não é, repetimos, o “melhor Allen” desde Match Point - dramaturgicamente, sente-se às vezes que o cineasta continua encostado à bananeira e mantém a fórmula a carburar sem esforço, o que até se percebe vindo de alguém que já nada tem a provar. Mas, enquanto carta razoavelmente fora do baralho sobreposta a essa fórmula, é um dos mais interessantes.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Comboio noturno para Lisboa

 A adaptação de 'Comboio Nocturno para Lisboa' de Pascal Mercier não era à partida uma tarefa muito fácil para nenhum realizador. E quem já leu este romance pode certicar esta afirmação. Não há livros impossíveis de levar ao ecrã, só que este, 'Comboio Noturno para Lisboa' é essencialmente um profundo ensaio filósofico e existencial, em que a viagem a Lisboa torna-se apenas o pretexto do seu 'cinzento' protagonista para inspirar o seu pensamento e mudar de vida. Para um homem com duas Palmas de Ouro e um Óscar de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar, como Bille August ('Pelle, o Conquistador'), também se esperava mais. Mesmo com as naturais dificuldades da adaptação literária; e sabendo que não é por acaso que o realizador tenha feito apenas dois filmes na última década: 'Return to Sender', e 'Goodbye Bafana', filmes que na verdade desapareceram sem deixar rasto, mesmo sendo um deles um biopic sobre Nelson Mandela. De qualquer modo esta produção alemã-suiça e que conta ainda com 10% da portuguesa Cinemate, consegui reunir um grupo de estrelas internacionais e portuguesas: Jeremy Irons, Bruno Ganz, Mélanie Laurent, Christopher Lee, Lena Olin, Martina Gedeck, Jack Huston, August Diehll e os portugueses Nicolau Breyner, Marco de Almeida, Adriano Luz, José Wallenstein e Beatriz Batarda. A grande curiosidade (pelo menos para nós portugueses) era o facto de ter sido quase na totalidade filmado em Lisboa  Quanto ao filme conta a história de Raimund Gregorius (Jeremy Irons) um talentoso, mas maçador professor de meia-idade. Depois de um encontro casual com uma misteriosa mulher, num dia chuvoso da cidade de Berna onde ensina e leciona, Raimund descobre um livro do escritor e medico português, Amadeu de Prado, uma figura perseguida pelo regime de Salazar. É com este pretexto que enceta uma surpreendente viagem de comboio até Lisboa, para descobrir o destino de tão fascinante personalidade. A jornada de autodescoberta de Raimund e o que está à volta dela, é na verdade uma história apaixonante e bela, ainda mais apoiada no cenário, cor e na luz da lindíssima Lisboa, que é felizmente a grande protagonista de 'Comboio Noturno para Lisboa. O filme não é mau, mas é monótono e enrrolado: repetem-se muitos planos da cidade e das viagens de cacilheiro; a história é reduzida ao mínimo do drama; procura fazer um relato e uma história dos movimentos da oposição e da polícia política de Salazar, mas nem sempre da forma mais correcta e verossímel, pelo menos para nós portugueses.