quinta-feira, 26 de julho de 2012

“O Gebo e a Sombra” e “As linhas de Wellington” no festival de Veneza

Os filmes “O Gebo e a Sombra”, de Manoel de Oliveira, e “As linhas de Wellington”, de Valeria Sarmiento e Raul Ruiz, estão seleccionados para o festival de cinema de Veneza, em Agosto em Itália, anunciou a organização. A 69ª edição do festival decorrerá de 29 de Agosto a 8 de Setembro. “As linhas de Wellington”, o filme que o cineasta chileno Raul Ruiz deixou incompleto quando morreu em 2011, e que foi rodado em Portugal pela companheira e realizadora Valeria Sarmiento, integra a competição oficial. Já o filme de Manoel de Oliveira, “O Gebo e a Sombra”, foi seleccionado fora de competição. “As linhas de Wellington” (que teve como título “As linhas de Torres Vedras” durante a produção) foi rodado em Portugal e conta com argumento de Carlos Saboga. Com produção de Paulo Branco, o filme é uma recriação das invasões francesas em Portugal, no começo do século XIX, quando o general Arthur Wellesley, duque de Wellington, liderou um exército anglo-português e utilizou uma estratégia vitoriosa com base numa linha de fortificações que protegia Lisboa - a Linhas de Torres Vedras. Do filme fizeram parte atores como John Malkovich, Marisa Paredes, Nuno Lopes, Carlotto Cota, Albano Jerónimo, Soraia Chaves, Maria João Bastos, Catherine Deneuve, Michel Piccoli, Mathieu Amalric e cerca de cinco mil figurantes. “O Gebo e a Sombra” é uma adaptação do realizador Manoel de Oliveira, 103 anos, de uma peça de teatro de Raúl Brandão, sobre pobreza, honra e sacrifícios, que conta com as interpretações de Michael Lonsdale, Claudia Cardinale, Leonor Silveira, Ricardo Trêpa, Jeanne Moreau e Luís Miguel Cintra. O filme, produzido por Luís Urbano, teve co-produção com França, um orçamento de 1,6 milhões de euros, e estreia mundial assegurada agora em Veneza. O festival de cinema de Veneza abrirá com o filme “The Reluctant Fundamentalist”, da realizadora Mira Nair. Da competição fazem parte, por exemplo, “To the wonder”, o novo filme de Terrence Malick, “Passion”, de Brian De Palma, “Something in the Air”, de Olivier Assayas, e “Thy Womb”, de Brillante Mendoza. O novo director do festival, Alberto Barbera, já tinha anunciado antes que queria uma edição mais sóbria, com menos filmes e com uma competição pelo prémio Leão de Ouro restrita a 17 candidatos. O realizador norte-americano Michael Mann presidirá ao júri que atribuirá o Leão de Ouro.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Filmes portugueses produzidos por Guimarães Capital da Cultura seleccionados para o Festival de Locarno

Obras dos cineastas portuguesas, encomendadas no âmbito de Guimarães Capital da Cultura 2012, vão competir em diferentes categorias na Suíça, no Festival de Locarno. “O Dom das Lágrimas” e “Zwazo” são as duas produções que vão estar em concurso na 65ª edição do festival. O primeiro filme, de João Nicolau, foi seleccionado para a categoria “Corti di autori” (Filmes de autores) e a curta de Gabriel Abrantes concorre na secção “Pardi di Domani” (Leopardo de Amanhã). Foi em torno das histórias de um caçador e de uma princesa que João Nicolau abordou a influência das festividades e rituais colectivos nas práticas individuais vimaranenses em “O Dom das Lágrimas”, O filme insere-se no projecto “Histórias e Visões – Histórias de Guimarães”, compilação de dez películas de autores portugueses sobre o património simbólico da cidade. Quanto a “Zwazo”, o filme convida à reflexão sobre a união cultural do Haiti e da Grécia, através da história de três adolescentes haitianas que assistem à encenação da comédia grega “Pássaros”, de Aristófanes, na principal praça de Jakmel. Este ano, o Festival de Locarno decorre de 1 e 11 de Agosto. Outras obras nacionais vão estar na competição por um Leopardo de Ouro. João Pedro Rodrigues concorre com o documentário “A Última vez que vi Macau”. João Rui Guerra da Mata, que também é co-realizador desse filme, assina ainda “O que arde cura” que competirá na categoria das curta e médias metragens (Pardi di Domani).

terça-feira, 24 de julho de 2012

A Delicadeza do Amor

Após o grande sucesso de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, Audrey Tautou tornou-se a estrela mais requisitada do cinema francês e a rainha das comédias românticas. Em “A Delicadeza do Amor”, Nathalie (Audrey Tautou) é uma jovem viúva que perde o marido num atropelamento. Dois anos após a tragédia, Nathalie continua em luto e com dificuldades para se relacionar com outros homens e a sua única motivação é o trabalho. Apesar das investidas constantes do seu chefe, Nathalie acaba vivendo um romance no trabalho com Markus (François Damiens), um sueco, desajeitado, careca e completamente esquecido pelos colegas. “A Delicadeza do Amor” marca a estreia dos irmãos David e Stéphane Foenkinos na direção. O filme é baseado num romance também escrito por David Foenkinos. É possível perceber algumas oscilações durante o filme, que muda de tom ao apresentar a segunda fase da vida de Nathalie e seu romance com Markus. No início, o filme é dominado pela tristeza da personagem principal e, sem nenhuma explicação, começamos a mergulhar num universo mágico, à medida que Markus vai conquistando a atenção de Nathalie. Apesar de caminhar para um desfecho previsível, o filme encanta pela subtileza injetada em cada cena. Os críticos estão certos quando dizem que “A Delicadeza do Amor” é um filme frágil. Mas ele consegue criar um vínculo forte com o espectador ao introduzir uma leve dose de humor, através da chegada de Markus. Inclusive, um dos melhores momentos do filme é quando Markus foge da personagem de Audrey Tautou ao perceber que está apaixonado por ela. É possível dizer que os diretores tiveram muita sorte ao contar com o cenário mais romântico do mundo, a cidade de Paris. As luzes da cidade, as pontes, os cafés e os restaurantes exibidos no filme deixam cada cena ainda mais especial. Um dos grandes trunfos do filme são as atuações dos protagonistas. Audrey Tautou foi a escolha perfeita para o papel. Ela é uma das poucas atrizes do cinema atual que possui a peculiaridade e a dimensão para interpretar uma personagem que encanta pelos seus defeitos. François Damiens abraçou completamente a estranheza de Markus e nunca demonstrou insegurança. “A Delicadeza do Amor” sustenta-se pela sinceridade. O filme possui altos e baixos e ainda transmite uma vaga sensação de déjà vu, no entanto nunca perde o charme, provando que essa estranha história de amor, não pode ser subestimada por ninguém.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ted

Há um par de coisas que projectam Ted para lá da simples piada, da novidade do filme com o urso de peluche que ganha vida e dá num estroina de primeira. A primeira é gloriosa: Ted, cuja voz pertence ao realizador e co-argumentista Seth MacFarlane (criador da série de animação Family Guy), é mesmo uma personagem de corpo inteiro, que existe ao mesmo nível de todas as outras deste filme (ou até mais do que a maioria das outras, vista a sua complexidade emocional). A segunda é não menos gloriosa: começar Ted como a “história de encantar” do ursinho que ganha vida para ser o amigo do menino solitário, com o desejo mágico e a estrela cadente tão típicas do universo Disney ... e preferir instalar-se inteiramente no quotidiano inescapável que acontece depois do “viveram felizes para sempre” na Boston de classe operária onde o estádio de Fenway Park é uma catedral. À superfície, Ted é uma comédia romântica sobre um casal (Mark Wahlberg e Mila Kunis) que enfrenta uma crise de crescimento, só que com um urso ao barulho pelo meio. Mas, no fundo, Ted é também um filme de um maravilhoso que se dilui no quotidiano sem nunca perder a sua potência, remetendo para o cinema americano dos anos 80. É capaz de ser muita coisa para um só filme: durante a maior parte da sua duração Ted podia ser Eu, Tu e o Emplastro com o urso a fazer de emplastro, no último terço guina para um policial deliberadamente incompetente mas nunca perde a incorrecção política do humor de MacFarlane mas também nunca abandona o desejo de ser levado a sério como uma espécie de Spielbergada com bocas ordinárias. Ora parece uma comédia televisiva melhor do que a média, ora joga com todos os lugares-comuns da comédia cinematográfica para melhor os desmontar. E, pelo meio disto, essa vontade de ser tudo ao mesmo tempo agora dá a Ted um charme e uma personalidade bem particulares, que fazem com que o filme resulte para lá do simples gague do urso maroto.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Jorge Varanda Pequeno-almoço sobre cartolina

Pequeno-almoço sobre cartolina é a primeira exposição póstuma de Jorge Varanda (1953–2008), artista plástico que desenvolveu um percurso marginal e cuja figuração enérgica do quotidiano multiplicou-se por vários suportes: pranchas narrativas, relevos articulados, objetos mutáveis, pinturas seriadas, filmes e vídeos. Um trabalho pecorrido por uma atmosfera lúdica, irónica e ácida, implícita na variedade das suas composições. CAM -Centro de Arte Moderna - até 2 set 12

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Pathé

A indústria cinematográfica não seria a mesma se em 1896 Charles e Émile Pathé não tivessem aberto as portas da sua primeira loja em Vincennes. Fascinados com o fonógrafo e o Kinetoscope, invenções de Edison, Charles e seu irmão entram rapidamente no negócio, dividindo-se, inicialmente, em dois setores: o fonógrafo, liderado por Émile, e o cinema, por Charles. Foi através da venda de fonógrafos e kinestoscopes que os irmãos Pathé construíram aquele que é considerado como o primeiro império mundial cinematográfico. Ao longo do tempo, a Pathé Frères mudou várias vezes de nome e de proprietário. Atualmente, a Pathé continua a ser um nome de peso, produzindo, exibindo e distribuindo filmes tanto para cinema como para televisão. É difícil imaginar como seria o cinema atual se os dois irmãos de Vincennes não tivessem sonhado e arriscado tudo numa arte que acreditavam um dia ser “o teatro, o jornal e a escola do futuro”. Um marco na história cinematográfica. Cinemateca Portuguesa 8 mai a 30 set 12

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Festas do Intendente 2012

Depois da requalificação do Largo do Intendente, em Lisboa, chega altura de animar o local. O programa de dinamização, todos os fins-de-semana de Julho e sempre grátis, inclui música, teatro, exposição e até a encenação de "La Bohème", de Pucinni. Aos domingos, há, logo cedo pela manhã, performances no Largo Residências e um mercado de troca de livros, CD e DVD, além de actividades em bicicleta e actuação de dançarinos. 28-06 a 28-07 Intendente(s) O que já foi, o que é, o que pretende ser. As várias vidas do Largo do Intendente, em Lisboa, a partir de uma residência artística de Heléne Veiga Gomes (n.1986, Paris). Um vaivém entre imagens, objectos e palavras que reflectem o olhar dos fotógrafos, das pessoas e do espaço. De 5.ª a domingo, das 16h às 20h. 06-07 Boss AC Com o sucesso de "Sexta-feira (emprego bom já)" a abrir caminho - mais de quatro milhões já procuraram o vídeo no YouTube (contando apenas com a versão oficial) -, Boss AC abre o programa de "Intendente - Renasce um Largo para a Cidade" com a apresentação do respectivo álbum: "AC para os Amigos", com participações de Rui Veloso e Gabriel O Pensador, entre outros. Às 22h. 07-07 Coro Sinfónico Lisboa Cantat Uma viagem pela canção regional portuguesa em "A Alma da Gente", tendo por guias as vozes do Coro Sinfónico Lisboa Cantat e os improvisos ao piano de António Vitorino d'Almeida, dirigidos pelo maestro Jorge Carvalho Alves. A proposta é para (re)descobrir a mais genuína expressão popular da cultura musical portuguesa. Às 21h30. 13-07 Marta Hugon A cantora, que já ultrapassou o rótulo de revelação do jazz nacional, tem em mãos "A Different Time". Joni Michell, Nick Drake e Beatles pairam sobre este disco de memórias, em que as canções ganham arranjos orquestrais da autoria de Filipe Melo. Às 22h (com DJ Kamal e VJ Zekan, a partir das 24h). 14-07 Xutos & Pontapés Num ano em que celebram 33 anos de carreira, os Xutos reeditaram "Cerco", o álbum que definiu a determinação e garra que levariam a banda a tornar-se matéria lendária da música portuguesa. É com a energia de sempre que prometem contagiar o renovado largo com temas tão conhecidos como "Homem do leme" ou "Conta-me histórias". Às 22h. 15-07 Kumpania Algazarra Balcãs, África, Médio Oriente, Portugal - tudo se conjuga neste monumental convite à folia marcado por sonoridades universais e que evocam o nomadismo e a multiculturalidade. A partir das 18h. 20-07 La Bohème Desde a estreia, em 1896 sob a direcção de Arturo Toscanni, La Bohème tornou-se uma das mais famosas óperas de Puccini. A história decorre em Paris e conta o amor entre o poeta Rudolfo e a bordadeira Mimi. Porém, na versão da Companhia de Ópera do Castelo (que a co-produz com o São Luiz), a história ganha outros contornos. Primeiro, pela simplicidade da leitura proposta. Segundo, porque dispensa "cenários inúteis ou efeitos cénicos supérfluos". Terceiro, porque traz o enredo para uma realidade de crise. Às 22h. 21-07 Pedro Jóia e Ricardo Ribeiro Pedro Jóia, guitarrista especialmente influenciado pela obra de Armandinho e Carlos Paredes, tem um corpo de trabalho que tanto se passeia pelo flamenco, como pelo tango ou o fado. Daí que chame a este concerto a voz de Ricardo Ribeiro, que tem referências semelhantes. Às 22h. 27-07 Ainda Não É o Fim Poesia e crónicas de Manuel António Pina, embaladas pela música ao vivo da Big Band Loureiros, na nova produção d' O Bando que coloca mães e filhos, que "conhecem o peso dos sacrifícios e, como todos nós, tanto se entusiasmam e libertam como desistem e aprisionam", a ocupar as ruas de uma cidade. Às 22h. 28-07 Camané "Do Amor e dos Dias" sucede a "Sempre de Mim" (2008) e, composto por 18 canções, promete ser mais um convite para a emoção, deslumbramento e tradição enriquecida com a dose certa de risco, por um fadista que nos habituámos a reconhecer como um dos melhores - e mais versáteis, se lembrarmos projectos como os Humanos - da sua geração. Às 22h.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Festival ao Largo

O Largo de São Carlos em Lisboa é palco do Festival ao Largo - inserido nas Festas de Lisboa - evento que se traduz numa grande festa de música, bailado e teatro. Da programação fazem parte obras fundamentais do repertório sinfónico e coral-sinfónico, de bailado clássico e contemporâneo e teatral, cuja interpretação está a cargo da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Coro do Teatro Nacional de São Carlos, da Companhia Nacional de Bailado, do Teatro Nacional D. Maria II, entre outros. Dezoito espectáculos preenchem e animam as noites de Lisboa durante três semanas. Aceda aqui ao programa. Entrada livre 26 Jun a 19 Jul: 22h

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Uma colecção de fotografia para compreender o mundo árabe

O Museu Britânico e o Victoria&Albert (V&A ) juntaram-se para criar uma grande colecção de fotografia do Médio Oriente. O projecto, que começou a ser trabalhado há três anos, segundo o diário The Guardian, recebeu do Art Fund 150 mil euros e conta já com 80 obras de 22 artistas e fotojornalistas de mais de 13 países. Entre elas estão os marinheiros iemenitas de Youssef Nabil, as mulheres em trajes tradicionais do século XIX de Shadi Ghadirian, as mães dos mártires da iraniana Newsha Tavakolian e as encenações de Nermine Hammam, que parecem estabelecer um compromisso entre a fotografia e a pintura. O conjunto, que deverá ser exposto pela primeira vez entre 13 de Novembro e 7 de Abril de 2013 no V&A (Light from the Middle East: New Photography), inclui todos os géneros da fotografia e quer funcionar como uma montra das profundas transformações políticas, económicas e sociais que o Médio Oriente tem vindo a atravessar nos últimos 20 anos, com destaque para a recente Primavera Árabe. Com este projecto, os dois museus londrinos, que já têm acervos importantes de fotografia, querem construir uma colecção mais completa. "Juntar as duas permite construir muitas narrativas diferentes e nenhuma é hoje mais importante, penso eu, do que a do Médio Oriente contemporâneo", disse o historiador de arte que dirige o Museu Britânico, Neil MacGregor. "Precisamos de compreender este mundo e a fotografia é um meio particularmente poderoso para o fazer."

quinta-feira, 5 de julho de 2012

B Fachada inaugura Noites de Verão do Museu do Chiado

Entre esta quinta-feira, 5 Julho, e 30 de Agosto o Jardim das Esculturas, que serve de esplanada à cafetaria do museu, acolherá semanalmente concertos e DJ sets para que os lisboetas que ficam pela cidade não sintam falta das férias e para que os turistas em férias as aproveitem melhor. A programação das Noites de Verão, da responsabilidade da promotora Filho Único, inclui tanto a canção pop(ular) de B Fachada, o primeiro de todos, esta quinta-feira, como a música ambiental dos Dolphins Into The Future. E mostrará, na função de DJ, gente rodada na função, como os Slight Delay e o jornalista e editor Rui Miguel Abreu, e músicos que nunca vimos a fazer tal coisa (Norberto Lobo aparece a 23 de Agosto). A entrada é grátis e as 19h30 marcadas para início dos concertos configuram uma matinée pós horário laboral. Hoje, B Fachada. Quando ainda temos bem presente o retrato de intimidades do álbum homónimo que lançou no final de 2011, surgirá, como é seu hábito, de acordo com o tempo. Literalmente. A um álbum de inverno, segue-se a luminosidade de um de Verão. “Criôlo” será editado brevemente e esta tarde vamos poder ouvir algumas das suas canções que, antecipemos, têm colorido de estampado com papagaios em torso de Miami ou Ibiza e ginga africana em ritmo beirão. Dia 12 de Julho, os IKB de Ernesto Rodrigues, músico, dinamizador e editor (fundou a Creative Sources em 1999), violinista e figura de relevo no contexto da música improvisada nas últimas décadas, ocupam o Jardim das Esculturas para explorar a matéria sonora e oferecer a viagem àqueles que os 14 músicos que formam o ensemble terão perante si. Uma semana depois, o palco estará bem mais despido. Dolphins Into The Future são apenas uma pessoa, o belga Lieven Martens. Nas suas editoras, Cetacean Nation Cassetes e Dreamtime Taped Sounds, lançou cassetes de James Ferraro e Oneothrix Point Never. Ao Museu do Chiado, trará o último LP “Canto Arquipélago”, gravado nos Açores e onde, uma vez mais, instrumentação electrónica e acústica flui entre recolhas de campo. Dia 26 de Julho, o regresso à canção. Éme, ele que ouvimos em disco nos Passos em Volta e, ao vivo, em pequenos palcos Lisboa fora, lançou recentemente “Gancia”, álbum de uma delicadeza comovente que cruza constantemente a linha entre a memória indie lo-fi e um tom confessional surpreendente pela transparência da lírica. Chegados a Agosto, inaugura-se a temporada de DJs no Museu. Dia 2, os Slight Delay de Tiago e Alcides, responsáveis pelas Unight mensais no Lux. Dia 9, toda a música que cabe no conhecimento e sabedoria de Rui Miguel – com ele, do funk ao kraut conta-se um single e um cosmos musical de distância. Segue-se, a 16, João Peste, vocalista dos Pop Dell’Arte, a 23 Norberto Lobo e, por fim, fechando o ciclo, o regresso de B Fachada, desta vez atrás no comando dos pratos.