sábado, 26 de setembro de 2020

Open season

 

Open season é uma animação da Sony de 2016, logo é uma produção tenrinha destes estúdios, que se lançaram há somente alguns anos nesta aventura de produzir animações. É uma produção divertida mas que peca pelo argumento pobre e repetitivo: mesmo com uma mensagem em tons ecológicos, o que é sempre de valorizar, tudo o resto é cansativo de tanto que é reincidente. São mesmo poucas as animações que nos surpreendem pela inovação ao evitarem cair naquele emaranhado de uma amizade em grupo e de todos os valores a considerar no ato de partilhar.  O sentido de humor também é formula já antes vista, imperdoável portanto, porque os diretores do filme säo pessoas com bastante currículo 'nestas andanças'. Exigia-se mais. E até mesmo o argumento ficou a cargo de profissionais vindos da Disney. Exigia-se muito mais. Mas a historia do urso domesticado por uma guarda florestal que vai aprender a viver na floresta e a lidar com a vida selvagem fará certamente as delicias de toda a criançada. Mas era preciso muito mais. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

My Octopus Teacher

 Esta é uma daquelas reportagens ao estilo BBC Vida Selvagem com um grande nível de produção e que nos mostra a relação de proximidade entre um polvo e o mergulhador Craig Foster. São utilizados diversos operadores de câmara, diversas lentes, drones e tudo o mais para se conseguir acompanhar os movimentos deste molusco no fundo do mar. E podemos desfrutar assim de diversas imagens cheias de cor, ritmo, volume e textura, da natureza subaquática. Há deliberadamente aqui uma mensagem ecológica que chega a sobrevalorizar os animais aquáticos em relação aos humanos e à nossa civilização egoísta e deteriorada.  No entanto, este documentário aos olhos de uma  obra cinematográfica, fica aquém do esperado: é muito pobre em diálogos, a maior parte das imagens säo em câmara lenta e a banda sonora abusa na tentativa de criar um sentimentalismo exagerado. O filme inteiro é narrado por Craig Foster, durante uma única entrevista, sentado, e que vai explicando as imagens que vão aparecendo. É como se o narrador tivesse plena necessidade de intitular tudo o que sê vê e que o publico poderia bem ver por si mesmo. Portanto, é como se fossemos pouco dotados de conhecimentos e precisássemos o tempo todo de alguém que nos simplifique as coisas. Quanto à verdadeira temática explorada- a relação de proximidade entre o mergulhador e o polvo,- o valor e amplitude afetiva entre o ser humano e o molusco é de uma tendência obsessiva. Nós não conhecemos o mergulhador no seu dia a dia, não conseguimos sequer traçar a sua personalidade, mas diante do que vemos, estamos perante alguém com um comportamento obsessivo, transmitindo uma proximidade perturbadora com o molusco, muito para além da simples admiração pela natureza e o mundo animal. Foster chega mesmo a atribuir sentimentos e atitudes humanas ao polvo, humanizando-o, tamanha é a sua paixão pelo molusco. Fiquemo-nos então com as impressionantes imagens deste documentário em todo o seu esplendor como reportagem. Porque tudo o resto, é digno de uma fábula medíocre ou um qualquer filme de autoajuda em que Foster decide evoluir como ser humano e pai depois de muito se impressionar com a rotina e a forma de estar deste molusco. A mensagem ecológica cai para segundo plano em detrimento da humanização desnecessária do polvo.