segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Fim de Ano: Assim Assim


É bom saber que há quem não fique à espera dos subsídios e dos concursos para que as coisas aconteçam, e que as leve para a frente como o fez Sérgio Graciano com Assim Assim, que alarga a sua curta para uma longa-metragem em modo de comédia romântica de costumes sobre uma série de lisboetas que se cruzam pelas noites da cidade. O filme faz jus ao nome, que mais há para dizer? A publicidade (intencional ou não)ao filme que se fez sem dinheiro, parece apelar à condescendência do público ou salvaguardar um hipotético trabalho menos feliz. Quanto ao filme? Os actores vão bem, luz e atmosfera agradáveis, diálogos muito bons, e é tudo. Resta um emaranhado de personagens e histórias, sem principio meio e fim. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Flagrante Deleite - Rosemarie Trockel


Comissariada por Dirk Snauwaert esta exposição oferece uma visão abrangente sobre o trabalho de Rosemarie Trockel (n.1952, Schwerte, Alemanha), um nome de referência na arte internacional dos últimos 30 anos. Partindo de uma série de colagens realizadas desde 2004, vemos também esculturas, objectos de cerâmica e obras de parede feitas com lã - o uso deste material nos seus trabalhos é uma das suas particularidades mais conhecidas. O título da exposição faz referência "à dualidade ou multiplicidade do seu trabalho: expressivo, brincalhão, divertido, sombrio, obscuro e sempre sensual"

 Culturgest - Rua Arco do Cego - Edifício Sede da CGD
13-10-2012 a 06-01

domingo, 16 de dezembro de 2012

Feira do Livro de Natal no Torreão Nascente


Até dia 23 de dezembro decorre no Terreiro do Paço, em Lisboa, uma Feira do Livro de Natal no espaço histórico do Torreão Nascente.
Os livros escolhidos para o Torreão procuram agradar aos vários tipos de leitores. Ali estarão expostos grandes títulos de grandes autores lusófonos e estrangeiros, alguns dos grandes sucessos do romance feminino, da auto ajuda, da saúde, da culinária ou da gestão, uma generosa selecção de banda desenhada e, claro está, os livros infantis e juvenis dos autores portugueses de referência.
O evento contará com um espaço dedicado às crianças onde são esperados alguns dos autores infantis e juvenis publicados pela LeYa e para onde estão previstas algumas surpresas de Natal.
A Feira do Livro no Torreão Nascente funcionará de segunda a domingo, das 12:00 às 20:00, sendo que às sextas e sábados encerrará às 22:00.
A entrada é livre.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Exposição de projeto 12.12.12 até janeiro no Galveias


12.12.12 é um projeto de Adriana Morais, Adriano Miranda, Duarte Sá, José António Rodrigues, José Carlos Carvalho, José Manuel Ribeiro, Lara Jacinto, Nuno Fox, Nuno Veiga, Ricardo Meireles, Rodrigo Cabrita e Vasco Célio, todos profissionais da imprensa, que se juntaram para documentar o ano de 2012 em fotografia. O resultado vai estar em exposição no Palácio Galveias, em Lisboa, até dia 12 de janeiro de 2013, enquanto o livro já está à venda.
A par do lançamento do livro do projeto, foi também inaugurada a exposição com as fotografias do livro com o mesmo nome.
A exposição das fotografias dos 12 fotógrafos portugueses vai estar patente ao público até dia 12 de janeiro de 2013.
O projeto 12.12.12 foi apresentado no dia 12 de dezembro na Galeria Palácio Galveias, em Lisboa.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ILGA lança concurso para livro infantil ilustrado


O concurso, que dá pelo nome "Um conto arco-íris", está aberto desde o dia 01 de dezembro a todos os cidadãos com idade igual ou superior a 15 anos, de qualquer nacionalidade e que podem concorrer até ao fim do mês de fevereiro.
"Nós já tínhamos detetado que havia um défice muito grande de livros infantis para todas as famílias. Há pouca representação das pessoas LGBT e das suas famílias nos livros infantis e há também uma falta de instrumentos para se ter uma noção da diversidade desde cedo", explicou à Lusa o presidente da associação de defesa dos direitos das pessoas LGBT, a ILGA -- Portugal.
Para contrariar a ausência de literatura especializada para os mais pequenos, a ILGA resolveu convidar todas as pessoas que gostariam de escrever histórias infantis a imaginar um livro que pudesse ser mais um contributo para melhor conhecer as famílias LGBT.
Por trás desta ausência de livros infantis sobre a temática, Paulo Corte-Real entende estar um problema mais geral que não tem só que ver com a ausência de escritores, leitores ou até com a falta de interesse por parte das editoras.
"É uma falta de visibilidade e de presença sistemáticas das pessoas LGBT aos mais diversos níveis, não só na literatura, mas também na televisão ou no cinema", apontou.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mostra para 'acordar' no Museu de Arte Contemporânea


A mostra inaugurada ontem reune 13 artistas cujas obras mostram a face política, provocadora e transgressora da arte feita em Portugal
Alguns visitantes não resistem à piada óbvia de se fazerem fotografar junto ao quadro onde a vermelho, negro e verde se amontoam as letras FODA. "Estes não imaginam que nos 80 Portugal descobria a sida e acham que é só uma palavra provocadora" ouve-se alguém comentar ". Mas a verdade é que a obra de João Pedro Vale é a peça que abre a mostra Are You Still Awake?. E esta escolha não é por acaso.
Política, interventiva, reacionária, provocadora. Qual é afinal a relação da arte contemporânea portuguesa com o país e o mundo em redor? A pergunta é deixada a todos os que quiserem visitar a exposição que o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) inaugurou ontem e que se estende até 30 de Março. São ao todo 22 obras de 13 artistas num arco temporal que vai de 1975 a 2012. Entre eles estão JuliãoSarmento, Ana Hatherly, Vasco Araújo, Hugo Canoilas, João Tabarra, Paulo Catrica ou o surrealista Ernesto de Sousa.

domingo, 9 de dezembro de 2012

PÚBLICO ganha quatro prémios de ouro da Society for News Design


O PÚBLICO foi distinguido pela Society for News Design com quatro prémios de ouro, um de prata e duas menções honrosas do concurso ÑH para o Melhor Design de Imprensa Espanha e Portugal 2012. Entre os prémios máximos estão o site P3 (melhor grafismo nos jornais digitais com menos de 12 milhões de visitas mensais), o ípsilon (Melhor Suplemento Completo em papel e Melhor Aplicação para iPad) e a revista 2 (Melhor Capa do Ano). Os prémios foram divulgados esta manhã depois de um encontro, entre 3 e 5 de Outubro, entre os onze membros do júri na Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, em Pamplona. O prémio da revista 2 foi atribuído à capa publicada a 18 de Junho deste ano, sobre a crise grega. A distinção de prata coube à infografia “Do mar ao prato: A Viagem do bacalhau” (categoria Infografia e Multimedia/Especial), publicada no dia 23 de Dezembro de 2011. As duas menções foram atribuídas ao suplemento Fugas (Suplemento Completo) e à 2 (Melhor Capa do Ano/Revistas), pela capa sobre o trabalho “Catalunha – Há uma vila que quer ser salva pela cannabis” (8 de Abril de 2012). A nona edição do prémio ÑH para o Melhor Design de Imprensa Espanha e Portugal 2012, atribuída pela secção espanhola da Society for News Design, elegeu os portugueses “i” e “Jornal de Leiria” e o “Ara”, de Barcelona, como os jornais impressos com o melhor design. “Magazine”, publicação dominical do “El Mundo”, foi considerada a melhor revista.  Estes prémios, salienta a organização, foram criados pela “impulsionar a qualidade do jornalismo visual em Espanha e em Portugal” e para reconhecer as boas práticas jornalísticas. O concurso deste ano registou um recorde de participações. No total, foram mais de 2500 trabalhos apresentados, mais 118 do que na edição anterior, dos quais 236 eram candidaturas online. A entrega de prémios está marcada para Madrid, em Novembro, durante o congresso ÑH9, ainda sem data definida.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Quatro dias para descobrir os outros cinemas da América Latina

A partir da próxima quinta-feira, 13, e até domingo, 16, o Cinema São Jorge, em Lisboa, vai receber a terceira Mostra de Cinema da América Latina.
Organizada para a Casa da América Latina pela programadora Maria Xavier, a Mostra procura revelar ao público português a multiplicidade das cinematografias contemporâneas da parte do continente que fala espanhol ou português, exibindo dez filmes (de oito países) realizados ao longo dos últimos três anos. Das dez escolhas deste ano, o mais aclamado é o filme mexicano de Pedro González-Rubio, Alamar (dia 16 às 19h), sobre um pai e um filho em comunhão com a natureza mexicana - um bom exemplo das actuais "ficções do real" que cruzam as regras do documentário e da ficção, que transcendeu o circuito de festivais para se estrear em salas um pouco por todo o mundo (excepto em Portugal).
A abertura da Mostra terá lugar às 21h de dia 13, com Habanastation, o filme cubano de Ian Padrón. Ao longo dos quatro dias serão ainda apresentadas obras provenientes da Argentina (Juan y Eva, de Paula de Luque, sobre os primeiros tempos do romance de Juan e Eva Perón, e Verdades Verdaderas, de Nicolás Gil Lavedra, sobre as Mães da Praça de Maio), do Brasil, do Chile, do Equador, da República Dominicana e da Venezuela. Os bilhetes, a três euros, podem ser adquiridos na bilheteira do São Jorge.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Björk tratou as cordas vocais e leva Biophilia a Paris

Biophilia, que é um disco, uma experiência musical futurista e um projecto pedagógico, vai voltar a ser apresentado em toda a sua grandiosidade intimista. "É oficial: Biophilia chegará a Paris em 2013!", destacava osite da cantora islandesa no final da semana passada. Serão seis concertos, o primeiro a 21 de Fevereiro - quatro na pequena sala Le Cirque En Chantier e dois no famoso Le Zénith. Paralelamente, decorrerá na cidade o programa educativo Biophilia, que propõe um novo método para a aprendizagem musical, assente nas novas potencialidades tecnológicas, que o ministério da Educação islandês já incluiu nos currículos escolares.
Os concertos no Cirque en Chantier, situado numa ilha no Sena e habitualmente utilizado, por exemplo, pelo Cirque du Soleil, serão montados de forma a que "nenhum membro do público esteja a mais de alguns metros do palco". Mesmo no maior espaço do Zénith tentará manter-se essa sensação de proximidade.
O anúncio dos concertos parisienses segue-se à revelação, num post no site oficial de Björk datado de 21 de Novembro, de que a cantora islandesa se submeteu a cirurgia laser para eliminar os nódulos nas cordas vocais que tentara tratar durante quatro anos recorrendo a "métodos naturais": "Fui tentada pela cena laser de alta tecnologia e tenho de dizer que, no meu caso: a cirurgia rocka!" Agora que sente a voz "tão boa como no pré-nódulos", está ansiosa por cantar para todos em 2013. Parisienses e gentes que estejam por Paris (os concertos acontecem entre 21 de Fevereiro e 8 de Março) serão os privilegiados com o regresso da velha voz de Björk. Os bilhetes estarão à venda a partir da próxima segunda-feira.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Festival Ler começa hoje em Lisboa


A projeção de várias longas metragens e a antestreia em Portugal do filme "On the road/Pela estrada fora" marcam hoje o início do Festival Ler, a decorrer em Lisboa até domingo e que assinala os 25 anos da revista com o mesmo nome.
Concerto, conferências e filmes integram a programação do certame que apresenta em antestreia em Portugal aquele filme realizado pelo brasileiro Walter Salles com base no livro homónimo de Jack Kerouac (1922-1969), em cujo elenco figuram atores como Vigo Mortensen, Kirsten Dunst, Garrett Hedlund, Sam Riley e Kristen Stewart.
A programação do festival, a decorrer no Cinema S. Jorge, inclui mais 24 filmes selecionados por Pedro Mexia, escritor, crítico literário e de cinema.
Bandas de ilustradores e escritores que também são músicos como The Soaked Lamb, de Afonso Cruz, e Os Quais, de Jacinto Lucas Pires, e o espetáculo de David Santos (Noiserv) constam ainda da programação do festival.
"Tess, de Roman Polanski, "Vidas em Fúria", de Stephen Frears, "A corte do Norte", de João Botelho, "Balas sobre a Broadway", de Woody Allen, e "Fogo Fátuo", de Louis Malle, são outros dos filmes a exibir.
Uma sessão de leitura de contos para adultos, com Rudolfo Castro, excertos de "Memórias de um craque", de Fernando Assis Pacheco, lidos por Nuno Moura, um debate e apresentação sobre o novo título de Alberto Pimenta - "de nada" -- entre outras iniciativas integram ainda a programação.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Romance de Gonçalo M. Tavares candidato ao IMPAC 2013


Obras de Gonçalo M. Tavares, Adriana Lisboa e Richard Zimler estão entre as 154 candidatas ao International IMPAC Dublin Literary Award 2013, uma selecção feita a partir das escolhas de bibliotecas de vários países. Murakami, Julian Barnes, Umberto Eco ou Michel Houllebecq estão entre os nomeados.
Learning to Pray in the Age of Technique do escritor português Gonçalo M. Tavares (tradução de Aprender a Rezar na Era da Técnica), Hut of Fallen Persimmons da escritora brasileira Adriana Lisboa, e The Warsaw Anagrams do escritor norte-americano Richard Zimler (Os Anagramas de Varsóvia em português), que vive no Porto, estão na longlist de 154 escritores candidatos ao IMPAC 2013, que foi anunciada este segunda-feira.
As obras são candidatas a um prémio de 100 mil euros - o valor mais elevado entre todos os prémios literários - e foram nomeadas por bibliotecas de 120 cidades, em 44 países de 19 línguas diferentes.Entre os nomeados, que irão agora ser avaliados pelo júri deste prémio literário, estão também: The Sense of an Ending, de Julian Barnes (Man Booker Prize 2011, O Sentido do Fim em português), The Marriage Plot de Jeffrey Eugenides, Last Man in Tower de Aravind Adiga (O Último Homem na Torre), The Prague Cemetery, de Umberto Eco (O Cemitério de Praga), The Art of Fielding de Chad Harbach (A Arte de Viver à Defesa), Say Her Name, de Francisco Goldman (O Último Dia de um Amor Eterno) , The Map and the Territory , de Michel Houllebecq (O Mapa e o Território), The Stranger’s Child, de Alan Hollinghurst (O Filho do Desconhecido), A Man of Parts , de David Lodge e 1Q84, de Haruki Murakami.A shortlist é anunciada a 9 de Abril do próximo ano e o vencedor é conhecido no dia 6 de Junho de 2013. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lisbon & Estoril Film Festival



O actor Willem Dafoe, os escritores Hanif Kureishi e Enrique Vila-Matas e o pianista Alfred Brendel são alguns dos convidados do Lisbon & Estoril Film Festival, que decorre no Estoril e em Lisboa, de 9 a 18 de Novembro.
Repartido entre Lisboa e o Estoril, o Lisbon & Estoril Film Festival exibirá em antestreia “Operação Outono”, de Bruno de Almeida, “Amor”, de Michael Haneke, “The Master”, de Paul Thomas Anderson, ou “Passion”, de Brian de Palma. 
A secção competitiva, que se propõe dar a conhecer cinematografias de territórios europeus de menor visibilidade apresenta "Student", de Darezhan Omirbayev, "Sueño y Silencio", de Jaime Rosales, "L'Intervallo", de Leonardo di Constanzo, "Después de Lúcia", de Michel Franco, "Winter, Go Away", dirigido por um colectivo de dez jovens realizadores russos, "Low Tide", de Roberto Minervini, "Der Glanz Des Tages", de Tizza Covi e Reiner Frimmel, "Laurence Anyways", de Xavier Dolan, "Children Of Sarajevo", de Aida Bejic, "Rengaine", de Rachid Djaïdani ou "Avalon", de Axel Petersén. 
O júri é formado pelos actores Willem Dafoe e Fanny Ardant, pelos neurocientistas António e Hanna Damásio e pelos músicos Alfred Bendel (pianista) e Sonia Wieder-Atherton (violoncelista).
O festival integra ainda homenagens a João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, Monte Hellman, Lucretia Martel e Serge Daney. Em retrospectiva estarão Brian de Palma e Hou Siao-Shien, o mais importante cineasta taiwanês vivo.
Aceda aqui à programação. 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Duas curtas portuguesas premiados no festival de animação de Chicago


A curtas-metragens O lápis que não sabia escrever de Joana Torgal e Rodolfo Pimenta e Kali, o pequeno vampiro de Regina Pessoa foram distinguidas no Festival Internacional de Cinema para Crianças que terminou este domingo em Chicago.
Kali, o pequeno vampiro (2012) é o capítulo final da trilogia de Regina Pessoa, depois de aNoite (1999) e Histórica trágica com final feliz (2005). A história do pequeno vampiro que habita no escuro e deseja ser como as outras crianças conquistou o prémio de melhor curta-metragem de animação em Chicago.
Suíça, Canadá, França e Portugal (Ciclope Films) produziram a curta-metragem que Regina Pessoa escreveu e realizou. Com narração do vencedor de um Óscar Chistopher Plummer (na versão inglesa), Kali é já uma obra multipremiada. Depois da antestreia no IndieLisboa 2012, a terceira curta da realizadora de Coimbra venceu prémios na Sérvia e no Japão - no Festival de Cinema de Animação de Hiroshima no valor de dez mil euros.
O lápis que não sabia escrever (2011) de Joana Torgal e Rodolfo Pimenta recebeu o galardão de melhor produção. A curta-metragem foi feita em parceria com alunos da escola EB1 de São Facundo do concelho de Abrantes. Co-produzida pela Fotograma 24, Associação Palha de Abrantes e Espalhafitas, O lápis que não sabia escrever participou em mais de sete festivais internacionais.
Criado em 1983, o Festival Internacional de Cinema para Crianças foi o primeiro festival de prémios de filmes infantis criado nos Estados Unidos.

sábado, 3 de novembro de 2012

Amour, de Michael Haneke, é o favorito aos prémios do cinema europeu

Foi sem grandes surpresas que este sábado foi divulgada, no festival de Sevilha, a lista dos nomeados para a 25.ª edição dos prémios da Academia de Cinema Europeu: Amour, a produção franco-alemã que valeu ao austríaco Michael Haneke a sua segunda Palma de Ouro em Cannes, concorre a Filme Europeu do Ano e em mais quatro categorias, entre elas a de Melhor Actriz e a de Melhor Actor, pelo desempenho dos veteraníssimos Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant (que, retirado dos ecrãs há mais de uma década, aceitou regressar apenas para este filme).
O dinamarquês The Hunt, de Thomas Vinterberg, também tem cinco nomeações, mas, embora esteja na corrida a Melhor Filme, não tem o selo de qualidade que o prémio principal de Cannes garante. Vinterberg e Haneke vão encontrar-se ainda na luta pelo título de Realizador Europeu de 2012, que disputarão com o turco Nuri Bilge Ceylan (Era uma vez na Anatólia), o britânico Steve McQueen (Vergonha) e os irmãos Paolo e Vittorio Taviani (César Deve Morrer).
A completar “o sexteto” de concorrentes a Filme Europeu do Ano, para usar uma expressão do diário espanhol El País, estão também Vergonha e César Deve Morrer, além do alemão Barbara, de Christian Petzold, e Amigos Improváveis, um inesperado sucesso francês de crítica e de público com a assinatura de Olivier Nakache e Eric Toledano.
Para grande parte da crítica, a vitória de Amour na maioria das categorias para que está nomeado - Guião e Fotografia são as duas que faltava mencionar – é indiscutível. Já em Cannes a imprensa se pusera do lado de Haneke muito antes de o júri presidido pelo realizador Nanni Moretti ter anunciado a sua decisão.
Protagonizado por dois ícones do cinema francês – Riva, com 85 anos, Trintignant com 81 -,Amour aborda a inevitabilidade do envelhecimento e do fim, bem como as reflexões, medos e sentimentos de perda que acarreta, a partir de uma casal de idosos que se vê confrontado com uma doença terminal. Ao mesmo tempo, Haneke, que recebera já a Palma de Ouro em 2009 com O Laço Branco, faz deste filme uma celebração do amor que nos pode colocar na desconfortável posição de nos sentirmos voyeurs da intimidade de um homem e de uma mulher que vão morrer.
Deus da Matança, de Roman Polanski, com base num original da dramaturga francesa Yasmina Reza, disputa com Amour os prémios de Guião e de Melhor Actriz (Kate Winslet).
Os prémios, que serão entregues em Malta a 1 de Dezembro, homenageiam este ano a carreira do realizador italiano Bernardo Bertolucci e da actriz britânica Helen Mirren.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"A minha cidade vista pelos teus olhos"


Berlim pela pena de um artista de banda desenhada português. Lisboa do ponto de vista de um artista de banda desenhada alemão. Comic-Transfer é o título de um intercâmbio de artistas de banda desenhada de Portugal e da Alemanha, que apresentam num blogue as suas impressões das cidades que visitaram. Este intercâmbio faz parte de um projecto dos Goethe-Institut de Portugal, Espanha, França, Itália e Bélgica.
Depois do artista português Ricardo Cabral ter estado em Junho na Alemanha, onde visitou Hamburgo, Stralsund e Berlim, chega a vez do alemão Till Laßmann descobrir Portugal de 13 a 26 de Outubro, passando primeiro no Porto e depois em Lisboa.
Por ocasião da estadia de Till Laßmann em Lisboa, irá ter lugar no Goethe-Institut uma pequena exposição dos desenhos realizados por Ricardo Cabral e Till Laßmann na Alemanha. A exposição estará patente no Goethe-Institut em Lisboa até 16.11.2012.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Arquivos Secretos


O Arquivo Municipal de Lisboa lançou um repto a 18 criadores contemporâneos para produzir a exposição de artes plásticas, intitulada 'arquivos secretos', organizando paralelamente um vasto programa de actividades.
Esta iniciativa abre à descoberta do público o acervo documental que se encontra à sua guarda através do olhar dos artistas: Alexandra Oliveira, Ana Fonseca, António Vasconcelos Lapa, Beatriz Horta Correia, Carla Cabanas, Cláudia Damas, Fabrice Ziegler, Graça Pereira Coutinho, João Castro Silva, João Paulo Serafim, J. Rosa G., João Tabarra, Mara Castilho, Maria Pia Oliveira, Miguel Gaspar, Mónica de Miranda, Paula Paour, Rui Poças.
Este projecto reúne obras em diversos suportes, como a fotografia, vídeo, instalação ou livro de artistas, que revelam uma perspectiva única e até agora (in)visível do Arquivo de Lisboa.
A exposição comissariada por Sofia Castro tem como premissa estabelecer o diálogo e a aproximação entre os criadores com os técnicos da Divisão de Arquivo Municipal.
As visitas aos depósitos do Bairro da Liberdade, do Arco do Cego e da Rua da Palma desencadearam o processo de criação, tornando-se matéria/tema/cenário para a concretização das obras que se apresentam. Todas as peças criadas são inéditas, concebidas em exclusivo para esta exposição, espelhando questões como o tempo e a memória, a guarda e o lugar do arquivo na contemporaneidade.
O programa dos arquivos secretos inclui, para além da exposição, visitas guiadas ao depósito, visita guiada à exposição e conversas com os artistas.
Horário: 12 de Outubro a 30 de Novembro - Segunda a sábado, das 10:00 às 19:00,
Encerrado: domingos e feriados
Entrada gratuita

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Culturgest recebe concerto de solidariedade a favor do Hospital de Santa Maria



A Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria organiza o 11º Concerto da Solidariedade no Grande Auditório da Culturgest, já esta quarta-feira, 31 de outubro, pelas 21h00, a favor da própria associação.
Será apresentado o musical “O Principezinho”, baseado no livro de Antoine de Saint-Exupéry, com música de Victor Palma. A interpretação é do Coro Juvenil de Lisboa (na foto) com a direção musical do maestro Nuno Margarido Lopes e a encenação de Maria Luísa Carles.
A entrada para o espetáculo não é paga, "mas a entrega do bilhete é feita mediante o pagamento de um donativo", explica ao SAPO Música um membro da Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria.
Contudo, a mesma fonte ressalva que "quem não tiver condições para dar um donativo, pode assistir na mesma ao concerto".

sábado, 27 de outubro de 2012

O Princípio da Inércia

Pessoa Coletiva é um projeto de Mafalda Santos e Susana Gaudêncio, que a partir da partilha de espaço de trabalho comum, procura promover e catalisar projetos em colaboração com outros artistas. Dessa triangulação surge a exposição O Princípio da Inércia, que para além de apresentar o trabalho das artistas inclui as contribuições dos convidados: Isabel Carvalho, Javier Nuñez Gasco, Margarida Dias Coelho, Miguel Soares, Raphael Taylor, Antoni Muntadas e Mário Moura. 
A exposição para além de desenho, escultura, instalação, pintura e vídeo apresenta uma coletânea de livros selecionada por Mário Moura e a publicação On Translation: Culorae (1998), cedida por Antoni Muntadas. O projeto inclui também uma publicação com conteúdos complementares aos apresentados na exposição e às contribuições dos artistas. 
A exposição encerra a 4 de Novembro, às 18h, com um concerto de REC BRUTUS e o lançamento do pasquim satírico pro‐lirico BURACO # 5.


  • QUANDO

    22 Set 2012 a 04 Nov 2012

  • ONDE

    Museu da Cidade - Pavilhão Branco, Lisboa

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

“L’Illusionniste”

 “L’Illusionniste” é, antes de mais nada, uma obra que pretende homenagear o falecido realizador/actor francês Jacques Tati. O filme foi concretizado inteiramente em sua honra e as pistas para chegar a tal conclusão abundam ao longo da película. Como se já não bastasse o facto de o argumento ser da autoria do próprio Tati, Sylvain Chomet (realizador do famoso e premiado “Belleville Rendez-Vous”) fez questão de colocar variadíssimos detalhes na película que permitem ao espectador mais atento identificar, de imediato, a inconfundível presença de Tati. Pois vejamos: Jacques Tati é o próprio ilusionista que protagoniza o filme (a personagem chama-se Tatischeff, o nome de nascença do referido realizador/actor francês); no final descobrimos que o filme é dedicado à filha de Tati; e no próprio decorrer da película, deparamo-nos com uma cena em que o ilusionista entra num cinema e dá de caras com um filme de imagem real protagonizado pelo mesmo Tati. Ora, o que poderia advir de uma obra que é concretizada com um objectivo tão especial em mente? Muito simples. O que advém de tal empreendimento é um filme singular, absolutamente diferente de tudo o que tínhamos visto até aqui (talvez o único filme que se lhe assemelhe seja o próprio “Belleville Rendez-Vous”). “L’Illusionniste” é uma ode ao antigo cinema mudo. O que aqui temos a oportunidade de visionar é animação no seu estado mais puro. Os diálogos (já de si escassos) entre as personagens são perfeitamente irrelevantes e desnecessários. Pois através das dinâmicas do desenho e da amálgama de sons e melodias, a narrativa desenvolve-se com uma naturalidade espantosa e o espectador é perfeitamente capaz de compreender tudo aquilo que Chomet (e Tati) lhe pretende trasmitir (ou quase tudo…).
 A narrativa do filme é francamente simples. Tatischeff (com a voz de Jean-Claude Donda) é um simpático ilusionista que percorre o mundo com o intuito de realizar espectáculos de magia nos mais variados teatros e Music Halls. A sua carreira já conheceu melhores dias, pois o mundo não pára de se desenvolver e o público mais refinado parece ter esquecido aquilo que a magia tem de tão único e especial. Um dia, ao actuar num alegre pub da Escócia, Tatischeff conhece uma jovem chamada Alice (Rankin). Esta fica absolutamente encantada com o velhote e não mais larga a porta do seu quarto. E quando o ilusionista parte para outras aventuras, a jovem segue-o à socapa e passa a viver com ele como se fosse sua filha. Única razão, aliás, pela qual o mágico a deixa partilhar os seus aposentos: por esta o fazer lembrar uma filha perdida que, agora, apenas o acompanha no formato de uma velha fotografia a preto-e-branco…
É justo classificar “L’Illusionniste” como um filme belíssimo. E também extremamente complexo. Os aplausos vão todos para a equipa de artistas que desenhou os inúmeros (e maravilhosos) cenários da narrativa. Ao contrário do que muitas vezes se vê noutras produções do género, não existe um único frame em estado de hibernação. O que quero dizer com isto é que o cuidado empregue nos detalhes de cada cenário é extraordinário (palmas aqui para Chomet), havendo sempre qualquer coisa em movimento, por muito minúscula e imperceptível que seja. É precisamente no aspecto visual (a tal animação no seu estado mais puro) que “L’Illusionniste” mais impressiona. Estamos perante uma das animações mais belas e originais de todos os tempos, trazendo de novo para a ribalta a ideia de que o desenho à mão é uma tradição a manter. As animações por computador podem ser mais aprazíveis para o público em geral. Mas artisticamente falando, o desenho à mão continua a ser bem mais glorioso, conseguindo dar uma outra vida e singularidade às diversas personagens.

 Nada a ressalvar na componente visual do filme. Mas então e o resto? Ora, aí é que “L’Illusionniste” já deixa algo a desejar. Fiquei com a nítida sensação de que esta obra funcionaria muito melhor como curta-metragem. Muito pouca coisa acontece para tantos minutos de película. E como consequência, o filme acaba por se tornar ligeiramente aborrecido e enfadonho. Ele comporta uma mensagem muito forte e bem relevante! Mas até essa mensagem não chega para abafar o sentimento de que lhe falta muita coisa para funcionar como longa-metragem de méritos reconhecidos.
De forma muito resumida, aquilo que posso dizer é que “L’Illusionniste” se trata de um filme indicado para os fãs acérrimos da animação. Esses decerto não deixarão de se surpreender com a multiplicidade de desenhos dinâmicos, coloridos e competentemente sonorizados. Mas para quem estiver à espera de assistir a uma obra com muito mais sumo que isto, a mais recente película de Sylvain Chomet adquirirá contornos de filme quase experimental e talvez até excessivamente alternativo.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Orfanato

 Depois do reconhecimento mundial com O Labirinto do Fauno (indicado a seis Oscares), Guillermo Del Toro passou de cineasta a produtor requisitado, e O Orfanato é justamente a prova disso.
O roteiro, escrito pelo espanhol Sergio Sánchez resume-se a: Laura (Belén Rueda) vive numa casa que foi o seu antigo orfanato. Ali ela planeia, ao lado do noivo e do filho adoptado, construir uma espécie de retiro para crianças com necessidades especiais. Os problemas começam quando o filho de Laura, Simón (Roger Príncep), começa a dialogar frequentemente com amigos imaginários. Certo dia, Laura, cansada das invenções de Simón, não lhe dá ouvidos sobre os tais amigos. O menino então desaparece. Laura entra em desespero - principalmente porque Simón, seropositivo, precisa tomar remédios diariamente para controlar o HIV. Passam-se meses e nada de notícias - resta à mãe investigar o desaparecimento sozinha, o que a leva a descobrir coisas temíveis sobre o orfanato.
Em entrevistas, Del Toro diz-se orgulhoso de ter produzido o filme com apenas 4,5 milhões de euros e reitera o facto de que boa parte da equipa é composta por estreantes. 
O Orfanato abusa, em boa parte por causa do esquematismo do roteiro, de diversas situações que já vimos antes, e vimos muito: o retorno à casa mal-assombrada, o filho que vê fantasmas, os macabros desenhos infantis, o personagem mascarado que deve virar action-figure, o noivo céptico que não acredita no que a mulher crê, etc. O que O Orfanato tem de bom - e que é uma qualidade difícil de traduzir em palavras - é o approach e arrojo visual que colmatam as falhas do roteiro.




terça-feira, 23 de outubro de 2012

Chantal Akerman + Pedro Costa

    Esta exposição, organizada em conjunto com o Festival Doclisboa’12 e co-produzida entre o DocLisboa e a Balaclava Noir, será apresentada no Carpe Diem, na Cinemateca Portuguesa e naGaleria Palácio Galveias. Neste contexto, reúnem-se várias instalações marcantes de Chantal Akerman que dialogam com instalações de Pedro Costa. A mostra inscreve-se no contexto do 10° ano de existência do Doclisboa e da criação de uma nova secção do festival, intitulada PASSAGENS, que lida com dois fenómenos recentes: as integrações do cinema nos museus e do documentário na arte contemporânea. As obras dos dois cineastas vêm assim abrir a reflexão sobre este novo cenário do cinema e do documentário.
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      De 20 out a 20 nov 12
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domingo, 21 de outubro de 2012

“A ARTE DO PREVISÍVEL”

 A Embaixada da República de Chipre, com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa, apresenta na Cordoaria Nacional a primeira exposição coletiva em Portugal de arte contemporânea de Chipre com a participação de três consagrados pintores – Andreas Karayan, Constantinos Stefanou e Zenon Jepras. 
Esta Exposição faz parte do programa cultural da Embaixada de Chipre no âmbito da Presidência da União Europeia (Julho/Dezembro 2012).
A Exposição oferece uma oportunidade única para os amantes de arte apreciarem uma coleção de importantes trabalhos que retratam vistas fascinantes dos diferentes horizontes de cada artista nas suas viagens exploratórias à vidas quotidiana de pessoas comuns, que magicamente convergem para a mesma mensagem: os tempos difíceis que os europeus enfrentam atualmente serão em breve superados.
CORDOARIA NACIONAL
Galeria Torreão Nascente
Av. da Índia – Rua da Junqueira – Lisboa
HORÁRIO EXPOSIÇÃO:
3F – 6F: 10H – 18H
SAB/DOM: 14H – 18H
2F/FERIADOS: FECHADA

13 Setembro a 21 Outubro 2012

sábado, 20 de outubro de 2012

'Miss Perfumado' comemora 20 anos e é remasterizado

Ao comemorar 20 anos, o álbum 'Miss Perfumado', de Cesária Évora, vai ser pela primeira vez remasterizado.
O álbum original vendeu mais de meio milhão de cópias em todo o mundo e a nova versão chega às lojas a 29 de outubro.Inclui êxitos como 'Sodade', que lançaram a carreira de Cesária no panorama internacional.
O disco vai estar disponível numa versão de luxo e vai ser editado com um CD extra com os maiores sucessos dos três primeiros discos da carreira da cantora: 'La Diva aux pieds Nus'; 'Distino di Belita' e 'Mar Azul', adianta o site da Sonyc.
Cesária Évora nasceu na cidade de Mindelo, na ilha de S. Vicente em Cabo Verde. Tornou-se a cantora cabo-verdiana com maior reconhecimento internacional até hoje. Era conhecida como 'a diva dos pés descalços'.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

OS COMEDORES DE BATATAS- Maria Beatriz

 Esta série de obras da autoria da Maria Beatriz parte de uma das pinturas mais celebradas de Vincent van Gogh, Os Comedores de Batatas. Trata-se de uma obra do período inicial da sua carreira, anterior à sua instalação em França, onde as preocupações sociais e humanas da obra de maturidade estão já intensamente presentes. No entanto, Maria Beatriz desvia-se de toda a intenção ilustrativa, transportando para a contemporaneidade o tema. Figuras isoladas em vez de um grupo familiar, uma maioria de jovens de diferentes níveis, embora revelando todos sinais de algum desenraizamento social. Na mão ou nos bolsos as personagens mostram grandes e grossos palitos de batatas fritas (tal como se servem nos pacotes comprados nas ruas da Holanda de hoje), sinal recente de comida dos pobres urbanos – como se os sinais de miséria dos mineiros oitocentistas persistissem hoje nesta dimensão da fast food universal. A artista pinta sobre delicadas superfícies de veludo mas, numa mesa que instala na exposição, um monte de cascas de batata recorda-nos a intenção crítica inicial de ambos os artistas.

7 setembro a 25 novembro 2012
Lisboa
Museu da Eletricidade