domingo, 23 de fevereiro de 2020

Gone Girl


Gone Girl é um filme de David Fincher adaptado pela romancista Gillian Flynn do seu próprio best-seller. É uma historia um tanto ou quanto psicopática sobre um casamento de sonho que se torna um  pesadelo: é o ruir de um casamento às mãos de um caso policial após um desaparecimento inesperado. Era um casamento perfeito entre um rapaz modesto da classe média e a menina pródiga  de Nova York. Era perfeito até deixar de o ser. Era perfeito na fachada e deixa de o ser quando a fachada é insuficiente para parecer primoroso. Amy, a esposa, desaparece misteriosamente e inicia-se a caça a quem a levou. Aperta-se o cerco e o próprio marido é suspeito. E Fincher lança o espetador para um jogo de ilusão onde nada é o que parece e tudo insiste em nos ludibriar.
David Fincher e Gillian Flynn partem para uma desconstrução do mistério que construiram de forma engenhosa e literalmente cinematográfica para enganar o publico e o deixar em parte incerta. Tudo é trabalhado e planeado para oferecer ao espetador um filme coerente harmonioso e responsável. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Klaus


Mais um filme sobre a figura do Pai Natal. Mais um no meio de tantos outros. Será too much? Será que o público precisa de mais um filme sobre o Pai Natal? Por incrível que pareça, sim. Klaus é um filme que não està a mais e ainda acrescenta algo mais.
A história é bem simples: um aprendiz de carteiro, rico e mimado, filho do presidente dos correios é enviado para uma cidade nórdica, perdida no meio do nada, para realizar o envio de seis mil cartas durante um ano. Ou isso ou perder a sua imensa herança. A cidade é longe de tudo e de todos e vive em constante conflito com dois clãs sempre em confronto. E é neste cenário gelado e esquecido que o aprendiz de carteiro vai tropeçar no velho Klaus e construir a história da dádiva de presentes que todos nós conhecemos.
Klaus é uma mistura de técnicas de animações tradicionais e modernas. Esqueçam o 3D. Os traços de desenhos à mão são uma evidência, assim como o resto que há de bom no 2D. Tudo é visualmente bem feito, desde as luzes até à textura.
Apesar da história simples e pouco surpreendente do roteiro, Klaus é delicioso. Quase mágico. Talvez porque à medida que a narrativa avança, a cidade vai ganhando novas cores, as personagens vão ganhando novos tons. E todo este desenvolvimento é consequência do relacionamento entre Klaus e o jovem carteiro. E todos os pormenores da lenda do Pai Natal vão aparecendo e encaixando-se na narrativa.
Klaus é um filme infantil que cativa claramente qualquer adulto. Merecia o Óscar, a meu ver.