terça-feira, 15 de agosto de 2017

Uma Família de Dois

Uma Família de Dois, novo filme com Omar Sy (do inesquecível Intocáveis) é uma produção francesa baseada num original mexicano.  A história é a de um pai improvável que precisa, de um momento para o outro, mudar de vida para assumir as responsabilidades que lhe batem à porta. O registo cómico que envolve e suaziva o drama central existente é bem conseguido, não fosse Omar Sy o personagem principal que fez o que de melhor sabe fazer. Samuel (Omar Sy) é um homem que ganha a vida a trabalhar num resort em França e que aproveita a diversão, festas, mulheres, álcool, descompromissos e irresponsabilidades até ao limite.  Mas surge o dia em que uma mulher aparece e lhe deixa uma criança que ela diz ser dele. Depois de várias tentativa fracassadas de encontrar a mãe, Samuel decide ficar com a criança e criá-la, mudando assim radicalmente de estilo de vida- de festivaleiro a pai de família. Quando o drama acontece é que o filme treme por ali abaixo e ganha contornos de previsibilidade e melodrama vulgar. Uma pena. 

domingo, 13 de agosto de 2017

Boss Baby

Esta é a história de Tim, um filho único que vê o seu 'poder' terminar quando a família cresce e a casa 'ganha' um bebézinho. O que sabemos desde logo é que esse bebé (que ninguém explica como 'aterrou' literalmente naquela família) fala e age como adulto caso não esteja na companhia de outros adultos. O motivo para o bebé se comportar como um adulto é muito mal explicado e muito mal enquadrado na história. E o resto, é uma dupla improvável entre as duas crianças que lutarão contra algo que ameaça o mundo das crianças...algo metido ali ao acaso e trabalhado de forma tão confusa que tudo parece um verdadeiro acaso. 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O Herói de Hacksaw Ridge

A história verídica de Desmond Doss, objector de consciência, primeiro soldado a receber a Medalha de Honra do Congresso americano por actos heróicos em Okinawa, vista pelos olhos de Mel Gibson, não podia deixar de ser exageradamente violenta. Mel Gibson já nos habituou a pormenorizados e demorados banhos de sangue. A par disso, o traço forte entre o bem e o mal, entre os heróis e os vilões, entre os crentes e os condenados por não terem fé, são ingredientes deste Herói de Hacksaw Ridge. À fiel maneira de Gibson temos também patriotismo e cristandade que cheguem (e aborrecem). Ironia das ironias, Desmond Doss, o soldado pacifista que salvou imensos companheiros durante a II Grande Guerra sem nunca usar uma arma, é abordado num filme rodeado de carnificina e violência. Abordagem errada, muito errada! 

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Ronaldo, o filme

Desengane-se quem espera um documentário intimista sobre Ronaldo. Desengane-se também quem espera por um documentário real sobre futebol e as conquistas e dissabores profissionais do jogador. Desenganem-se todos porque o filme não passa de uma recolha e junção de belas imagens. Mas de nada servem porque pedia-se mais sobre Ronaldo como desportista, pedia-se mais sobre o contributo de Ronaldo para o futebol, pedia-se mais Ronaldo com bola, com jogadas, com golos e momentos épicos que ficarão para a história do futebol. E nem mesmo os momentos captados de Ronaldo em casa, com os amigos, com a família e com o filho aprofundam qualquer desejo de querermos mais. O que vemos é o que já sabemos: Ronaldo lutador, ambicioso, vaidoso, egocêntrico e vencedor. Nada que o próprio negue mas mostrar a quantidade de carros que se tem numa garagem e os jantares em que o jogador expressa a sua vontade em ser o melhor, é tendencioso, supérfluo e vulgar. Era muito mais de Ronaldo jogador e muito menos de Ronaldo rei! Era isso era!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A Rapariga no Comboio


Best-seller de Paula Hawkins adaptado ao cinema por Tate Tayler: a história de um desaparecimento misterioso contado por uma mulher que viaja constantemente de comboio e que se torna uma das suspeitas. Poderia ter saído daqui um grande filme já que riqueza em argumentos há e sobra. Mas Taylor ficou-se pela previsibilidade num drama bem montado e organizado mas que pouco surpreende. 

domingo, 6 de agosto de 2017

Predestination


Predestinado é um filme de ficção bastante inteligente para apreciadores deste género de cinema. Um argumento elaboradíssimo e complexo trabalhado por dois ótimos atores:  Ethan Hawke e a revelação Sarah Snook.  A história gira à volta de um “agente temporal” enviado do “futuro” de 1996 para travar um misterioso bombista na Nova Iorque dos anos 1970. Para os amadores de ficção é um filme a não perder. Eu que não aprecio o género, fiquei-me pela apreciação do trabalho soberbo dos dois atores. 

sábado, 5 de agosto de 2017

Rei Artur: A Lenda da Espada

E se a história do Rei Artur e da sua Excalibur está cheia de misticismo, magia e fantasia, em que dificilmente se consegue diferenciar o que é lenda do que é real, porque não um filme sobre o Rei Artur ser exatamente cheio de tudo isso e pouco dado a realidades históricas? Foi assim que Guy Ritchie preparou o seu Rei Artur. A fantasia e a magia são uma constante e eu que pouco gosto disso tolerei bastante bem esses aspetos neste filme. Porque Guy Ritchie intercala-os num excelente esquema de episódios acelerados com outros em slow-motion que tão bem ele faz e mergulha-os numa excelente banda sonora. Para além disso, aquela procura constante de Ritchie pelo confronto corpo a corpo e por lutas pormenorizadas e intensas, caiem bastante bem ao filme. Jude Law é um vilão excelente e o diálogo é riquíssimo em humor e subtiliza. Tudo à Ritchie, portanto.