"Quanto lhe devo Maria?"
Pergunto em voz baixa,
Vítima de inquisidora perseguição.
Sinto que a fuga mede quilómetros,
O suor denuncia corrida e exaustão,
Os joelhos tremem de tamanha correria em aflição.
"3.90€", responde a Maria.
A voz dela prolonga-se...
Mesmo depois da fé, da água benta e do café.
Fé, água e café. Estão pagos.
Ajoelho-me. Oração e pés gelados.
Rezo para não ser encontrada,
Acolhem-me os santos da Maria.
Eu, cansada...
Fecho a beneditina porta de entrada,
Espreito...adro circular.
Analiso e desespero. Estou cercada.
Cascos pretos, arcos grandes e troncos feios
Oh! São eles, os pombos correios de quem me quer encontrar.
Respiram furiosos, farejam ansiosos.
Talvez me queiram matar.
"Maria, onde estás?"
Mais fé, mais água benta, mais café!
Avé Maria que me quero salvar!
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