quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Aqui não há crise:
A afluência do público tem aumentado nas salas de espectáculo portuguesas no primeiro semestre deste ano, revelam fontes contactadas pela Agência Lusa, apesar de não existir uma entidade que colija e avalie esses dados. As salas de cinema, os teatros e as exposições têm mantido ou até aumentado o número de espectadores, com uma excepção: o Castelo de São Jorge, com menos visitantes devido à quebra no turismo. Há ainda o caso do Teatro Maria Matos, que baixou os preços de admissão, adaptando-se "aos tempos".
A EGEAC (Empresa municipal de Gestão e Animação Cultural) que tutela diferentes espaços culturais não refere quebra de público, apesar de detectar uma "ligeira descida" de visitantes no Castelo de S. Jorge que justifica com "a redução de 13 por cento no turismo em Lisboa". Todavia, a Festa do Fado, realizada no castelo, registou "quase sempre" lotações esgotadas, designadamente nos concertos de Mariza e Deolinda, disse fonte da HM Música, promotora do evento.
O Teatro Municipal Maria Matos, tutelado pela EGEAC, registou "um acentuado aumento de público, tendo apresentado sempre salas cheias", disse fonte do teatro à Lusa. O Maria Matos "adaptou-se aos tempos e reduziu o preço dos bilhetes, que passou dos 20 euros para 10 euros, em média. Ninguém paga mais de 12 euros, além de haver descontos para jovens, estudantes e idosos", adiantou a mesma fonte.
No primeiro semestre deste ano, o Teatro Nacional D.ª Maria II teve "salas sempre cheias", não se notando qualquer quebra de público, afirmou à Lusa fonte da sala do Rossio.
Relativamente ao Teatro Municipal São Luiz, não há números comparativos, "na medida em que durante o primeiro semestre esteve encerrado para obras", tendo dispersado a programação por vários espaços da capital.
Fonte da Fundação Calouste Gulbenkian garante que "há seguramente mais público" e "as assinaturas duplicaram para a próxima temporada (2009/10) em alguns ciclos".
A Orquestra Metropolitana de Lisboa, segundo o seu director artístico, registou um aumento de público, na sequência da subida já verificada na temporada passada (2007-08)". "O concerto de Ano Novo, no Centro Cultural de Belém (CCB), esgotou o que foi um bom prenúncio da temporada em que se esgotaram os concertos com Camané, Tito Paris ou na Basílica de Mafra, além da enchente que foi o Dia da Metropolitana (4 de Junho)", disse fonte da instituição. "As Quintas Perfeitas, quando a Metropolitana abre as suas portas ao público, estiveram sempre sobrelotadas", acrescentou a fonte.
O CCB registou uma subida de 3,7 por, cento segundo números da Fundação. A taxa de ocupação no primeiro semestre de 2008 foi de 60,05%, enquanto este ano atingiu 63,75%
Na última temporada do Teatro Nacional de S. Carlos quase que duplicou o número de espectadores, segundo dados do Opart (Organismo de Gestão Artística) que tutela o palco lírico, passando de 47.036, na temporada de 2007/08, para 72.736 na de 2008/09.
A Companhia Nacional de Bailado (CNB) aumentou igualmente a afluência de público, de 26.040 em 2007/08, para 33.161 espectadores na última temporada (2008/09), referiu Pedro Moreira, presidente o Opart (que também tutela a CNB), aquando da apresentação da próxima temporada.
Por outro lado, os portugueses foram mais ao cinema no primeiro semestre deste ano, com as salas a acolherem mais 89.831 espectadores do que no mesmo período de 2008. Segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual, nos primeiros seis meses de 2009 passaram pelas salas de cinema 7.248.556 espectadores, mais 89.831 do que no período homólogo de 2008 (7.158.725 espectadores).
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