"Guia para um Final Feliz" parece ser uma espécie de “declinação” em tom de comédia romântica truculenta do filme anterior de David O. Russell, "The Fighter - Último Round" (2010). Mesmo meio de classe trabalhadora apaixonada por desportos (antes o boxe nos arrabaldes de Boston, aqui o futebol americano em Filadélfia), mesma história de um homem em luta para se libertar dos traumas do passado e das expectativas familiares - como se este fosse uma versão light do anterior. Mas isso não cai necessariamente mal; confirma que Russell é um cineasta “do sistema” a fingir-se “independente”, mas o modo como Guia para um Final Feliz chega à verdade sobre as suas personagens, pinta as neuroses e as paixões de gente que se vê entalada pela vida, dá sempre a sensação que o filme se está a beira de desintegrar de um momento para o outro. É aparência, mas dá-lhe uma energia que não é de deitar fora e que o elenco aproveita bem. Daí, contudo, a oito nomeações para os Óscares vai um abismo que não se percebe muito bem.
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