sábado, 2 de março de 2013

Guia para um Final Feliz


"Guia para um Final Feliz" parece ser uma espécie de “declinação” em tom de comédia romântica truculenta do filme anterior de David O. Russell, "The Fighter - Último Round" (2010). Mesmo meio de classe trabalhadora apaixonada por desportos (antes o boxe nos arrabaldes de Boston, aqui o futebol americano em Filadélfia), mesma história de um homem em luta para se libertar dos traumas do passado e das expectativas familiares - como se este fosse uma versão light do anterior. Mas isso não cai necessariamente mal; confirma que Russell é um cineasta “do sistema” a fingir-se “independente”, mas o modo como Guia para um Final Feliz chega à verdade sobre as suas personagens, pinta as neuroses e as paixões de gente que se vê entalada pela vida, dá sempre a sensação que o filme se está a beira de desintegrar de um momento para o outro. É aparência, mas dá-lhe uma energia que não é de deitar fora e que o elenco aproveita bem. Daí, contudo, a oito nomeações para os Óscares vai um abismo que não se percebe muito bem.

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