Depois de ter sido "persona non grata" na última edição do Festival de Cannes, de onde saiu banido depois das suas espectaculares (supomos que as tenha proferido para "fazer espectáculo) declarações de amor a Hitler e de ódio anti-semita, o cineasta dinamarquês Lars Von Trier vai ser "persona non grata" em Lisboa, no Espaço Nimas, que lhe dedica um ciclo já a partir de hoje.
O programa completo do ciclo, que decorre até 7 de Agosto, inclui a exibição da trilogia europeia do realizador ("O Elemento do Crime", "Epidemia", "Europa"), assim como das duas séries de "O Reino" (de 23 a 26 de Julho) e de duas raridades: "The Five Obstructions", a sessão de tortura em cinco capítulos a que submeteu o veterano Jorgen Leth e a que, chegou a noticiar-se antes do escândalo de Cannes, se preparava também para submeter Martin Scorsese (não é um inédito em Portugal, mas quase: foi filme de abertura das Curtas Vila do Conde há uns anos), e "The Boss of It All".
Também haverá curtas-metragens e outros lados B de uma obra, digamos, cada vez mais fracturante, e que muitos críticos consideram nunca mais ter-se aguentado em pé desde "Ondas de Paixão" (ou mesmo desde "O Elemento do Crime", nos casos de rejeição mais radical), mas o momento mais pedagógico deste ciclo pode mesmo ser "Tranceformer: A Portrait of Lars Von Trier", o documentário de Stig Björkman e Frederik von Krusenstjerna que talvez (não é uma promessa) explique algumas das mais insondáveis derivações da "persona" Von Trier e eventualmente o redima.
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