terça-feira, 24 de março de 2020

Bienvenue à Marly-Gomont


Filme baseado na infância do rapper francês Kamini, que pode muito bem ser definido como uma comédia dramática sobre as dificuldades do seu pai, – um zairense formado em Medicina em França – médico de uma aldeia da Picardia nos anos 70.
Kamini, a irmã e a mãe vivem bastante bem em Kinshasa, no Zaire (atual Congo), mas sonham com a Europa e viver em Paris. Quando Seyolo, o pai de Kamini,  termina o curso de medicina, faz de tudo para obter a nacionalidade francesa e evitar voltar ao seu país onde reina uma política de corrupção e instabilidade. Assim, aceita a oferta de trabalhar numa aldeia perdida no norte de França e recusa uma vida de luxo no seu país trabalhando como medico pessoal do ditador Mobutu. 
Contudo, depressa o sonho europeu se torna em pesadelo, pois chegados à pequena aldeia, vão enfrentar uma serie de dificuldades. Os habitantes, que nunca viram um negro, mostram-se resistentes e pouco afáveis, não o procurando quando têm problemas de saúde e preferindo ir a outro medico numa outra localidade. São assim explorados temas como a interioridade, o racismo, e a ambição de quem é estrangeiro e chega a um outro país para 'tentar a sua sorte'.
Não estamos perante uma grande obra do cinema, é verdade. As situações cómicas são demasiado repetitivas e tendem a tombar numa caricatura exagerada das personagens. Perde-se uma grande oportunidade de criar um filme de reflexão sobre a interioridade e a aceitação de estrangeiros num novo país e sociedade.
De destacar a prestação de Aïssa Maïga e Marc Zinga. O filme é basicamente deles.


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