segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Tallulah

Tallulah é a história de uma jovem pobre, marginalizada, delinquente e que vive com o namorado numa camionete. Após ter sido abandonada pelo namorado ela enceta uma viagem à sua procura e vê-se engolida por uma série de acontecimentos que mudam drasticamente a rotina da mesma. Tudo começa com o inconsequente e pouco malicioso rapto de uma bebé e a procura de ajuda na única pessoa adulta que conhece- a mão do seu namorado.
A relação de Tallulah com a mãe do seu namorado é porventura a base e a única coisa sustentável no meio disto tudo. Uma é órfã de mãe (que a entregou aos cuidados do pai e mais nada se sabe) e a outra é órfã de um filho que desapareceu para andar por aí na camionete da namorada. As duas protagonizam cenas interessantes de diálogos, como quando discutem a gravidade, por exemplo. Nota-se a evolução das duas personagens ao longo do filme e o ótimo enquadramento entre elas. Trabalho positivo da direção do filme e também das boas representações de Ellen Page (Tallulah) e Allison Janney (Margo). 
De resto, tudo chega a ser insustentável. A mãe da bebé raptada é estereótipo desenquadrado de tudo o mais, os polícias são ridiculamente ineficazes e ridicularizados, quase figuras sempre enganadas de banda desenhada, e as outras personagens são secundarizadas ao ponto de não fluírem sequer ao ritmo do filme, e acabando por serem abandonadas ao não sabermos sequer o fim que lhes é destinado.  
História inusitada, divertida e até emocionante, a de Tallulah, a bebé e Margo. (Não existem vilões, somente pessoas que erram, tropeçam e desconstroem-se). História que merecia mais para ser um bom filme. Porque o resto do filme destoa e não chega aos mesmos níveis de sentimentalismo, suspense e reflexão do trio feminista. 


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