quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa


Autor de obras como "Conversa na Catedral", "Pantaleão e as visitadoras", "A festa do bode" e "Travessuras da menina má", Llosa, de 74 anos, foi o vencedor do Prémio Cervantes, o mais importante da literatura em língua espanhola, em 1994. Isto para além de outras distinções de que foi alvo ao longo da sua carreira. 
O escritor peruano foi distinguido por uma escrita que faz a "cartografia das estruturas do poder", justificou hoje a Academia Sueca. O organismo elogiou ainda um autor cuja obra revela "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo". É a 11.ª vez que o  Nobel da Literatura é atribuído a um autor em língua espanhola, com Vargas Llosa a juntar-se a uma galeria de laureados como Camilo Jose Cela (1989), Gabriel Garcia Marquez (1982), Pablo Neruda (1971) e Gabriela Mistral (1945).
No ano passado, a escritora romena Herta Muller, de 56 anos, radicada na Alemanha, foi a vencedora do Nobel da Literatura. Em 2008 a distinção tinha sido entregue ao francês Jean-Marie Gustave Le Clézio. 
As saudações ao escritor peruano Mario Vargas Llosa multiplicaram-se hoje pela Internet assim que foi conhecida a decisão do Comité Nobel.
Dezenas de pessoas deixaram já mensagens de saudação e de parabéns na página do escritor no facebook, como nome do escritor a ser referido em milhares de mensagens na rede twitter.
A notícia domina já toda a imprensa em Espanha e nos países de língua espanhola, com vários artigos a recordar a biografia e bibliografia do escritor e comentador peruano.
O jornal espanhol El Pais, onde Vargas Llosa é colaborador regular, recordou recentes artigos e entrevistas do escritor incluindo a mais recente, por ocasião da publicação do seu último livro "El sueño del celta", em que reconstrói a vida de Roger Casement, defensor dos direitos humanos.
"O nacionalismo é a pior construção do homem", afirmava na altura Vargas Llosa que dedicou às últimas eleições na Venezuela o seu mais recente artigo no jornal.

1 comentário:

Alexandre Correia disse...

Olá Bé,

Leitor assíduo da imprensa espanhola, nomeadamente do El País e do El Mundo, tenho por hábito ler as crónicas regulares de Mário Vargas Llhosa naquele que é o maior jornal diário espanhol, com vendas quotidianas só em Espanha superiores à soma de todos os jornais portugueses, diários desportivos incluídos. Segui atentamente — e com preocupação — as recentes eleições na Venezuela e apreciei muito essa frase de Llhosa, com que a Bé termina o seu texto. Realmente, "o nacionalismo é a pior construção do homem".

Beijo,

Alexandre Correia