sábado, 9 de janeiro de 2010

Guarda-Nocturno

Lisboa adormece
Acendem-se os candeeiros de rua
O castelo lá do alto espreita cada esquina semi-iluminada de Alfama
Reconhece cada vulto e cada sombra que de noite se agitam
Mas é do Tejo que ele mais sabe
Porque é ele que lhe lava a alma sempre que Lisboa amanhece.

1 comentário:

Alexandre Correia disse...

Olá Bé,

Fala do Guarda-Nocturno, uma figura que quase desapareceu, mas que durante tantos, tantos anos me era familiar e que transmitia algum conforto aos noctívagos, pois era uma espécie de sentinela discreta, sempre alerta para qualquer incidente. Normalmente, eram homens já com uma vida longa, que não impunham respeito pela sua aparência física, mas sim pela sua presença constante. Lembro-me que verificavam se as portas dos edifícios ficavam fechadas, conheciam os nossos carros e se vissem algo de anormal não ficavam indiferentes; chegaram a tocar-me à campaínha para avisar que tinha um vidro aberto, ou que as luzes tinham ficado acesas. Depois, praticamente desapareceram. Foram banidos pela indiferença das pessoas, que só nas horas difíceis eram capazes de lhes reconhecer mérito, mas não na hora de gratificá-los, como se não soubessem que passavam noites em branco a troco dessa gratificação. A Bé fez-me lembrar isso tudo...

Beijo,

Alexandre