terça-feira, 2 de junho de 2009

Tenho saudades (Parte 1)

Tenho saudades de ti! Saudades de ver-te sem ter que ouvir-te. Saudades de ouvir-te mesmo quando não dizes nada de jeito. Por vezes tu não dizes nada de jeito. Mas eu gosto de ouvir-te mesmo assim. Mesmo assim, sem dizeres nada que faça sentido. Porque afinal não sei mais o que faz sentido. Fará sentido dizeres algo com jeito se eu gosto de ouvir-te a dizer nada de jeito? Penso que não. Que não fará sentido algum. Até porque a minha avó agora com estas coisas da idade e das doenças diz por vezes coisas sem jeito. Alguns riem, outros ficam preocupados e há ainda alguns que tentam que ela repita palavras que digam algo de jeito. Eu prefiro escuta-la em silencio. Porque não sei o que é dizer algo de jeito. As pessoas esforçam-se por ouvir algo de jeito vindo da boca de outra pessoa. Porque as pessoas sentem-se bem a ouvir algo que faça sentido. Porque se não fizer sentido é maluquice. Mas sentido é uma palavra que me causa alguma confusão. Confusão , receio e medo. Odeio aquelas frases semi feitas, semi fabricadas, que são ditas de uma forma tão certa que parecem trazer a verdade com elas e que te subjugam à verdadeira incerteza e insegurança que sentes. “Mas o que estás para aí a dizer? Isso não faz sentido nenhum.” Ai! Como odeio ouvir isto. Sentido? Qual sentido? Sentido proibído? Obrigatório? Sentidos. Eu conheço pelos menos cinco. Olfacto, tacto, visão, paladar e audição. Cinco sentidos e nenhum deles proibído ou obrigatório. Sentir é o verbo que o exprime. E eu gosto de sentir o que quero e bem me apetece. Por isso não fazer sentido causa-me comichão. Não fazer sentido retira todo o siginficado do verdadeiro sentido da palavra “Sentido”.

2 comentários:

Né disse...

Gosto!

:)

Anónimo disse...

Bé, a escritora dos cinco sentidos... Se a etiqueta não fosse essa né? Poderia ser Anda La...

Mina :(