quarta-feira, 10 de junho de 2009

Barroco Tropical-Novo livro de Agualusa


José Eduardo Agualusa acha-se muito bem onde está, a escrever sobre o absurdo. Nascido no Huambo há 48 anos, publica romances, contos e crónicas há 20. Vive em Luanda e em Lisboa, com idas ao Rio de Janeiro. As suas edições têm crescido sistematicamente em Portugal, está a crescer no Brasil, e desde 2007 - quando ganhou o prémio do diário britânico "The Independent" para melhor romance estrangeiro - as traduções europeias explodiram. Esta popularidade permitiu-lhe recentemente negociar bem com a Dom Quixote/Leya, quando a Quetzal lhe fez uma proposta. Agualusa não se queixa da vida. Mas em Angola é polémico volta e meia. Antes das eleições de 2008 atacaram-no por ter dito que Agostinho Neto - primeiro presidente de Angola - era um "poeta medíocre". Chegaram a pedir que fosse processado por ultraje à moral. Recebeu ameaças. E teve medo, diz nesta entrevista feita ao princípio da semana no seu apartamento de Lisboa, que é onde tem a biblioteca. No seu novo livro, "Barroco Tropical" - talvez o primeiro que retrata a loucura de Luanda pós-guerra - há uma Presidente em vez de um Presidente. O protagonista escreve. Tem uma amante cantora, a mulher está a separar-se dele e ainda lhe aparece uma modelo que o vê como Salvador. Essa mulher sabe coisas sobre o poder e é morta. A partir daqui, é um cortejo de personagens, dos céus ao submundo.

1 comentário:

Né disse...

Já o tenho...