segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Festival de Cannes volta a apostar na diversidade


Cannes é uma montra da diversidade do cinema. Este ano as primeiras obras vão ser avaliadas por um júri presidido por Agnès Varda.
A abertura oficial do Festival de Cannes com O Grande Gatsby, de Baz Luhrmann, confirma que o certame continua a apostar, sem preconceitos, na exuberância do espetáculo e também nas suas grandes estrelas. Em todo o caso, importa dizer que, a partir de dia 16 e até dia 26, a atenção dos cinéfilos vai ser solicitada por uma variedade de títulos que confirma o evento da Cote D"Azur como o mais amplo e diversificado do mundo do cinema.
Aliás, convém lembrar que essa diversidade começa na própria seleção oficial, nomeadamente na secção paralela Un Certain Regard. The Bling Ring, o filme da respetiva abertura oficial, agendada para amanhã, tem assinatura de Sofia Coppola e um elenco liderado por Emma Watson, cada vez mais a tentar libertar-se da imagem juvenil da série Harry Potter. Também amanhã, inicia-se a Quinzena dos Realizadores com The Congress, realização de Ari Folman que, tal como o seu título anterior (A Valsa com Bashir), se anuncia como uma animação a partir de imagem real, com atores (Robin Wright, Harvey Keitel, Paul Giamatti, etc.).
Como sempre, em todas as zonas de programação, há um número significativo de primeiras obras. Entre os cineastas estreantes na longa-metragem incluem-se o português Basil da Cunha (Até Ver a Luz, Quinzena) e a atriz italiana Valeria Golino (Miele, Un Certain Regard). Ao todo, são mais de duas dezenas de títulos que concorrem para a Câmara de Ouro, uma das distinções simbolicamente mais importantes do festival, em 2012 atribuída a Bestas do Sul Selvagem, de Benh Zeitlin. Este ano, o júri da Câmara de Ouro é presidido por Agnès Varda, autora lendária da história do cinema francês, ligada aos tempos heroicos da Nova Vaga.
Alguns dos momentos mais marcantes do certame poderão estar nas sessões especiais, fora de competição. Claude Lanzmann, o cineasta da espantosa memória do Holocausto que é Shoah (1985) regressa com mais um documentário, Le Dernier des Injustes, sobre os judeus presos em Theresienstadt. J. C. Chandor, que conhecemos através de O Dia antes do Fim (2011), filmou Robert Redford, solitário, em All Is Lost, uma odisseia de sobrevivência no alto mar.
Enfim, Jerry Lewis, personalidade mítica da história da comédia em Hollywood, estará de volta a Cannes para apresentar Max Rose, filme em que, sob a direção de Daniel Noah, interpreta um velho pianista de jazz levado a reavaliar o seu casamento de muitas décadas.

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