domingo, 13 de janeiro de 2013

Django


Esse é o mais recente projeto de Tarantino, um filme que considero o mais agradável de se acompanhar da sua filmografia, porém instável em alguns momentos. O filme tem ótimas cenas de ação e um bom desempenho das personagens, boas atuações e sangue para todo o lado.  Jamie Foxx está bem Django, Christoph Waltz surpreende novamente, desta vez interpretando Dr. Schultz e o ator Leonardo DiCaprio entrega-se bem ao seu vilão cruel, numa atuação bem equilibrada e elogiada.
No filme, o escravo liberto Django acompanha um caçador de recompensas alemão, Dr. Schultz, do Texas ao Mississippi e vai atrás da sua esposa Broomhilda, escrava do cruel e sádico fazendeiro Calvin Candie. Mais uma vez o diretor extrapola e traz para a narrativa elementos diversos. Até mesmo a Grécia Antiga é citada em determinado momento. A mitologia nórdica, por exemplo, é referenciada quando Dr. Schultz conta o mito de Brunhilda,  a heroína que inspira o nome da  esposa de Django e que é presa por seu pai e é resgatada do fogo por seu amado Siegfried.  E tal qual o herói nórdico, Django enfrenta tudo e todos para resgatar a sua amada.

Alguns aspectos técnicos destacam-se no filme. A fotografia, por exemplo, passeia por vários estilos do gênero Western. Às vezes a paisagem é retratada em toda a sua grandeza, em outros momentos o foco é muito mais intimista. Os cortes e o som têm suas transições muito bem executadas, trazendo emoção e exibindo detalhes e suscitando emoções pertinentes a cada cena. Mas Tarantino exagera em alguns momentos. E claro, há muito sangue espirrando, cabeças e membros cortados e explodidos.
Mas o melhor do filme são os diálogos. Frases de efeito, mas bem construídas e encaixadas numa cadência quase rítmica. O Dr. Schultz, de Christoph Waltz, é eficiente nas armas, mas destaca-se também em suas frases e diálogos que os livram de enrascadas e criam um embate muito bom entre ele e Calvin Candie, de DiCaprio. Até mesmo o caricato Stephen, de Samuel L. Jackson, tem seus  momentos.

Porém é possível detectar alguns pontos negativos. No meio do filme, que aliás é bem longo (2 horas e 45 minutos de duração) há uma quebra de ritmo. É sabido que houve vários problemas na produção e pós-produção do filme, inclusive sobre a duração da obra. Mas não é nada que estrague ou comprometa a obra.
Resumindo, Django Livre não é, a meu ver, o melhor filme de Tarantino como muitos afirmam,  mas é um dos mais prazerosos de assistir. Tem falhas em alguns cortes, falta de sincronia em alguns momentos e às vezes se torna excessivo, mas nada que estrague a diversão.


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