quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Design e Cenografia do Brasil, no MUDE


Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.’
As palavras foram recolhidas da mão de Oscar Oscar Niemeyer. este fim de semana quando fui à inauguração da exposição ‘Design Brasileiro – Mobiliário Moderno e Contemporâneo’ . Uma das exposições que celebram a Abertura do Ano do Brasil em Portugal que apresenta uma selecção de mais de 80 peças de mobiliário e luminária, da colecção de Raul Schimdt, da autoria de 17 artistas, desde os anos 40 do século XX até aos nossos dias.
As peças oferecem uma leitura da evolução do design no Brasil, sublinhando dois grandes momentos: o período moderno, dos anos 40 e 50, com peças de Joaquim Tenreiro, José Zanine Caldas, Sérgio Rodrigues, Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha e Oscar Niemeyer; a contemporaneidade, marcada pela diversidade, irreverência e sustentabilidade, com nomes como os Irmãos Campana, Brunno Jahara, Zanini de Zanine, Sergio Matos, Carlos Motta, Ovo, Maneco Quinderé e Domingos Tótora.
Em paralelo , o Ano do Brasil em Portugal no MUDE  conta ainda com a Mostra Nacional Brasileira na 12ª Quadrienal de Praga: Espaço e Design Cénico – PQ´11: Personagens e Fronteiras: Território Cenográfico Brasileiro, comissariada por Aby Cohen e Ronald Teixeira.
Apresentada como uma instalação,  a mostra organiza-se em quatro secções (memória, lugares, acção e transposição) para oferecer um retrato dos projectos cenográficos realizados no Brasil durante os últimos anos. São cerca de 25 produções de cenógrafos e figurinistas expostos em diferentes suportes – instalações, vídeos, croquis, objetos e fotografias – realizados para produções cénicas, performances televisivas e ainda instalações artísticas.
Esta exposição integrou a ‘Representação Brasileira na 12ª Quadrienal de Praga (2011)’, tendo sido distinguida com o importante prémio da ‘Triga de Ouro’ que distingue a melhor representação nacional. A  instalação recorda a importância da cenografia e do design cénico, compreendendo o papel do desenho de figurinos e adereços, sonoplastia, imagem e luz para a plasticidade final de qualquer espectáculo.
E já que está no MUDE não deixe de ver a sala dedicada aos ‘Tesouros da feira da Ladra, a beleza do design anonimo’. A ‘Colecção David Usborne’, acervo constituído na Feira da Ladra e em outros mercados de rua, testemunha o gosto ancestral pelo coleccionismo, ao mesmo tempo que evidencia a diversidade das colecções de design que diferem entre si pelas intenções, conceitos e propósitos.’ A não perder pois encerra este Domingo.

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