quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mariana Gomes Gonçalves



A Fotografia é um meio de criação de memórias. Ao registar determinado momento, o utilizador pretende recorda-lo, e como tal, esta é uma ação consciente. Assim, a imagem fotográfica entra no seio familiar, o álbum enquanto registo dos momentos a recordar. Assiste-se desta forma a uma criação de arquétipos, como a atitude; a pose; a expressão; no fundo a encenação para o momento a ser registado para a posterioridade, como uma forma de prestígio e de estatuto. A tradição das longas exposições, inicialmente como uma necessidade técnica, na sua tentativa de registo máximo da realidade, como um desejo insaciável, parece poder assumir o efeito contrário. Este trabalho pretende explorar o paradoxo das imagens íntimas de uma família, questionando o modo como estas podem revelar uma carência de identidade, a mística que envolve o que, no ato de revelação que a fotografia pretende representar, permanece irreversivelmente velado.


Até 18 Maio 2012 no Arquivo Fotográfico de Lisboa

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