Não causará surpresa que a actriz que já interpretou as personagens de Adèle H. (no filme homónimo de François Truffaut, de 1975), filha de Victor Hugo, e de Camille Claudel (dirigida por Bruno Nuytten, em 1988), irmã de Paul Claudel e discípula, modelo e amante de Auguste Rodin, queira agora regressar a essas décadas loucas do final do século XIX francês, quando um grupo de artistas de diferentes disciplinas mudou os paradigmas da arte.
Desta vez, não será, contudo, na qualidade de intérprete, mas na de realizadora, que Isabelle Adjani vai voltar a viajar até esse tempo, recriando para o grande ecrã a vida e a obra de Berthe Morisot, a pintora que integrou o núcleo fundador do movimento impressionista, mas que ficaria para a História mais conhecida como uma das modelos de Edouard Manet. Será a adaptação do romance biográfico de Dominique Bona, "Berthe Morisot, le Secret de la Femme en Noir" (edição Grasset). A notícia foi avançada pela AFP, que cita a produtora Louisa Maurin dizendo que o projecto está ainda em fase de pré-produção e que a rodagem deverá começar até final do ano.
Adjani confessou que desde sempre se sentiu apaixonada por Berthe Morisot, "como artista e como mulher", e que a possibilidade de concretizar este projecto a "enche de felicidade". Ao título do livro de Dominique Bona não é certamente estranha a imagem que temos de Berthe Morisot (1841-1895) principalmente como modelo de Manet - "a mulher de preto" de "Berthe Morisot au bouquet de violettes" (1872), pintura que faz a capa de um dos catálogos da exposição "Manet, Inventor do Moderno", actualmente visitável no Museu de Orsay, em Paris.
O preto é, de facto, a cor dominante da imagem desta mulher de beleza secreta, que acabaria por casar com o irmão de pintor, Eugène Manet. Mas Berthe Morisot foi também a única mulher a integrar o núcleo dos pintores - Jacob Pissaro, Edgar Degas, Paul Cézanne, Claude Monet e Pierre- Auguste Renoir, para citar só os que ficaram consagrados na História da Arte - que a certa altura se cansaram de ser sucessivamente excluídos do Salão da Academia de Belas Artes de Paris e decidiram correr por conta própria, organizando uma exposição autónoma no atelier do pioneiro da fotografia Felix Nadar.
Essa exposição foi inaugurada no dia 25 de Abril de 1874, que ficaria para a História como a data do nascimento do Impressionismo. Nos anos seguintes, Berthe Morisot continuou a pintar e a expor com os seus amigos. Mas a sua obra ficaria quase sempre na sombra da sua própria beleza, e da aura de secretismo que lhe foi concedida pela pintura de Manet. S.C.A.
Desta vez, não será, contudo, na qualidade de intérprete, mas na de realizadora, que Isabelle Adjani vai voltar a viajar até esse tempo, recriando para o grande ecrã a vida e a obra de Berthe Morisot, a pintora que integrou o núcleo fundador do movimento impressionista, mas que ficaria para a História mais conhecida como uma das modelos de Edouard Manet. Será a adaptação do romance biográfico de Dominique Bona, "Berthe Morisot, le Secret de la Femme en Noir" (edição Grasset). A notícia foi avançada pela AFP, que cita a produtora Louisa Maurin dizendo que o projecto está ainda em fase de pré-produção e que a rodagem deverá começar até final do ano.
Adjani confessou que desde sempre se sentiu apaixonada por Berthe Morisot, "como artista e como mulher", e que a possibilidade de concretizar este projecto a "enche de felicidade". Ao título do livro de Dominique Bona não é certamente estranha a imagem que temos de Berthe Morisot (1841-1895) principalmente como modelo de Manet - "a mulher de preto" de "Berthe Morisot au bouquet de violettes" (1872), pintura que faz a capa de um dos catálogos da exposição "Manet, Inventor do Moderno", actualmente visitável no Museu de Orsay, em Paris.
O preto é, de facto, a cor dominante da imagem desta mulher de beleza secreta, que acabaria por casar com o irmão de pintor, Eugène Manet. Mas Berthe Morisot foi também a única mulher a integrar o núcleo dos pintores - Jacob Pissaro, Edgar Degas, Paul Cézanne, Claude Monet e Pierre- Auguste Renoir, para citar só os que ficaram consagrados na História da Arte - que a certa altura se cansaram de ser sucessivamente excluídos do Salão da Academia de Belas Artes de Paris e decidiram correr por conta própria, organizando uma exposição autónoma no atelier do pioneiro da fotografia Felix Nadar.
Essa exposição foi inaugurada no dia 25 de Abril de 1874, que ficaria para a História como a data do nascimento do Impressionismo. Nos anos seguintes, Berthe Morisot continuou a pintar e a expor com os seus amigos. Mas a sua obra ficaria quase sempre na sombra da sua própria beleza, e da aura de secretismo que lhe foi concedida pela pintura de Manet. S.C.A.
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