No centro de tudo está Nina (Natalie Portman), uma jovem bailarina perturbada e insegura que luta para ser a estrela de "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovski.
Nina é uma dançarina perfeccionista e fria. É capaz de interpretar o cisne branco com perfeição, mas falta-lhe a volúpia e a sensualidade necessárias para encarnar o oposto, o cisne negro.
O filme explora esta dualidade do bem e do mal. Nina precisa encontrar seu lado negro para ganhar o papel.
Assim como em "O Lutador" (2008), em que Mickey Rourke interpretava um decadente campeão de luta livre, o director Darren Aronofsky cria também aqui um personagem que precisa de ir ao limite das suas capacidades para se redescobrir.
"Cisne Negro" começa como um drama que vai ganhando proporções de delírio à medida que Nina vai desenvolvendo cada vez mais o seu papel.
"Cisne Negro" tem personagens riquíssimas, como o director do ballet (Vincent Cassel), um tirano sexualmente agressivo que seduz as dançarinas e tenta arrancar de Nina a paixão necessária para o papel;
Ou a sombria mãe de Nina (Barbara Hershey), uma ex-dançarina que projecta na filha as glórias que lhe escaparam; Ou ainda a sedutora Lily (Mila Kunis), a rival de Nina.
"Cisne Negro" seduz pelo jogo psicológico e sensorial de glória em busca da glória. Uma visão fantástica e surreal de dois prismas sobre acções e atitudes divergentes, mas acima de tudo, com um objectivo em comum. No entanto há uma generalizada obsessão entre branco e preto, entre o bem e o mal.
Criei demasiadas expectativas. Realmente é um dos melhores filmes dos últimos anos mas não deixo de achar que Cisne Negro vive demasiado das obsessões de Darren Aronofsky ao tentar recriar "arte" e "profundidade", ao tentar infinitamente explorar o bem e o mal com o conflito entre as duas partes de Nina que culminam no 'suicídio' final.
O Óscar será bem entregue a Natalie Portman.O brilhantismo da sua actuação pode finalmente premia-la. Cisne Negro é de Natalie.
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