quinta-feira, 30 de julho de 2009

Lars Von Trier


A dias da estreia no Reino Unido, o novo filme de Lars Von Trier, "Antichrist", recheia os jornais britânicos que atiram o realizador para o divã e voltam a querer saber que bicho lhe mordeu na infância para ele ser incapaz de fazer um filme em que as personagens femininas não sejam massacradas sem misericórdia (no caso de "Antichrist": violência sexual, mutilação genital, morte).
Num artigo intitulado "Antichrist or just anti-women?", o "Daily Telegraph", por exemplo, reviu alguma da filmografia de von Trier (casos de estudo: a Emily Watson que se prostitui até à morte de "Ondas de Paixão", a Björk cega e condenada à forca de "Dancer in the Dark" e a Nicole Kidman comunitariamente violada de "Dogville") e comparou os métodos com outros cineastas, digamos, suspeitos, lembrando como Hitchcock fechou Tippi Hedren num quarto escuro para fazer "Os Pássaros" e como David Lynch "humilhou" Isabella Rossellini em algumas cenas de "Veludo Azul". O "Times", por seu lado, questiona qual será a verdadeira agenda de von Trier, enquanto o "Guardian" foi perguntar a várias mulheres o que acharam do filme. A resposta foi (mas não unanimemente): misógino. O cineasta continua a dizer que trata pior os homens do que as mulheres: "Os protagonistas masculinos dos meus filmes são basicamente idiotas que não percebem nada, enquanto as mulheres são muito mais humanas, e muito mais reais. É com as mulheres que eu me identifico em todos os meus filmes, e especialmente com a rapariga deste 'Antichrist'".

1 comentário:

lumadian disse...

Os jornalistas continuam a tentar entender o que vai na mente dos realizadores de cinema.
Se fosse possível entendê-los, jamais seriam realizadores de cinema!