quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cinco novos filmes portugueses na 63ª Berlinale


Há dois anos Berlim deixou uma cadeira vazia para o iraniano Jafar Panahi . Foi durante a conferência de apresentação do júri da competição oficial da 61ª edição da Berlinale, na qual o realizador deveria tomar o seu lugar entre os demais jurados. Acusado de exercer atividades de propaganda contra o regime, foi preso pelas autoridades do seu país em 2010 e condenado a uma pena de seis anos de prisão e a 20 anos de interdição de fazer cinema. Estava então sob prisão domiciliária, tendo conseguido pouco depois fazer chegar a Cannes o documentário Isto Não É Um Filme. Mas este ano Jafar Panahi estará "presente" Berlim. Não ainda em pessoa, mas na forma de um novo filme. Co-assinado por Kambuzia Partovi (que já trabalhara com Panahi como argumentista), Pardé (que tem o título internacional Closed Curtain) é um dos títulos que integram a lista dos filmes da seleção oficial da edição deste ano.
Confirmando as palavras do também iraniano Abbas Kiarostami, que em outubro do ano passado dera em primeira mão notícia de um novo filme de Jafar Panahi, Pardé é assim um dos títulos numa competição que, entre outros nomes, junta novos filmes de Gus Van Sant, Steven Soderbergh, Bruno Dumont ou Denis Cotè (ver lista completa em baixo). Também integrando a Seleção Oficial, mas fora de competição o festival verá ainda filmes como Comboio Noturno para Lisboa, de Bille August, uma coprodução com participação portuguesa (parcialmente rodado em Lisboa e com Jeremy Irons como protagonista) e Dark Blood, filme de George Sluizer que corresponde à última obra do ator River Phoenix, que morreu antes de concluídos os trabalhos. Rodado em 1993 (o ator morreu a 31 de outubro desse ano), o filme só no ano passado teve a sua primeira exibição pública, num festival em Utrecht.
O júri internacional que terá a cargo a escolha do vencedor do Urso de Ouro, o principal troféu do festival, é presidido por Wong Kar Wai (de quem o novo The Grandmasters é exibido hoje como filme de abertura) e junta ainda as presenças dos realizadores Andreas Dresen (Alemanha ), Susanne Bier (Dinamarca), Athina Rachel Tsangari (Grécia) e Shirin Neshat (de origem iraniana), a diretorade fotografia Ellen Kuras (EUA) e o ator Tim Robbins (EUA).
Além dos prémios Alfred Bauer e Fipresci que Tabu, de Miguel Gomes arrebatou em 2012, há um ano o filme português Rafa, de João Salaviza, venceu o Urso de Ouro para Melhor Curta Metragem. Portugal tem este ano uma outra curta na seleção oficial. Trata-se de Tabatô, de João Viana, que terá ainda em exibição, na secção Forum, a longa A Batalha de Tabatô. A representação portuguesa nesta edição da Berlinale inclui também Terra de Ninguém, de Salomé Lamas (Forum), Um Fim do Mundo, de Pedro Pinho (Generation 14plus) e Cuba, de Filipa César (Forum Expanded). Há contudo mais um filme português no programa. Trata-se de Gado Bravo, de António Lopes Ribeiro (1934), que surge no quadro de um ciclo retrospetivo - sob o título "The Weimar Touch" - que integra obras de Douglas Sirk, John Ford, Fritz Lang. Jacques Tourneur e Max Ophüls.

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