Produção Teatro A Barraca, com texto de Sam Shepard, direcção de Rita Lello, interpretação de Paulo Curado, Pedro Borges, Ruben Garcia, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso e Vânia Naia, música original de Paulo Curado (saxofone), Ricardo Santos e Pedro Freixo (electrónica), desenho de luz de Fernando Belo, desenho de som de Ricardo Santos, stage fighting de Nuno Constantino, figurinos de Inna Siryk, adereços pela A Barraca.
À porta fechada, numa sala com vista sobre a cidade, guionistas, produtores e secretarias, em frenesim criativo procuram uma catástrofe, um êxito incontornável que conduza as massas ao delírio. Lá fora a pressão do público, do orçamento, do lucro, do resultado, da poluição. Infalibilidade é o que se pretende. Sam Shepard situa as suas personagens em Clover City, mas também podiam estar num armazém em Vialonga. A sala é uma penthouse mas podia ser um subterrâneo. O carácter Absurdo do texto de Shepard permite transpôr esta realidade e conferir-lhe uma radical universalidade. Em Parábola, o fim da espécie, o inevitável desembocar num beco sem saída a que sucessivas escolhas falhadas conduziram um grupo de gente, amostra de uma sociedade voraz e autofágica, condenada ao inevitável fim. Uma comédia negra sobre o valor de mercado da criatividade.
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