sábado, 20 de novembro de 2010

Comer, Orar, Amar

Hollywood, como sempre, está atenta aos fenómenos literários e rapidamente anunciou a intenção de passar a obra literária "Comer,Orar e Amar"  a filme. O elenco, com Julia Roberts no papel principal, é de luxo. A realização foi entregue a Ryan Murphy. Brad Pitt é um dos produtores desta película cujas filmagens (que a autora acompanhou a par e passo) foram rodadas nos locais da obra (a título de curiosidade a casa do xamã Ketut, em Bali, é real).
O filme exagera no drama e o bom humor patente no livro de Gilbert — onde a autora, muitas vezes, troça de si própria — pouco transparece no filme. Por outro lado embora Julia Roberts esteja bem no papel (a actriz até se converteu ao hinduísmo após as filmagens) falta profundidade às restantes personagens. As transições das cenas de um cenário para o seguinte, fazem-se de forma abrupta, impedindo o espectador de se sentir na pele das personagens (algo que Elizabeth fez tão bem no livro). Pelo contrário há cenas que se arrastam demais.
O filme também comete erros primários. Os italianos estão indignados com a forma caricata como são retratados no filme. Os mais furiosos são os adeptos da Lazio dado que no filme a personagem Luca Spaghetti surge erradamente como apoiante do clube rival (Roma). Outra gaffe monumental está ligada à personagem Felipe (que na vida real não é propriamente um homem sedutor), interpretada pelo galã espanhol Javier Bardem. O actor bem se esforça por imitar o sotaque brasileiro 
e por trautear as músicas 
de João Gilberto, mas o seu 
ar de “macho latino” não convence quem já leu o livro. 
O filme vale por Julia Roberts, pela fotografia com paisagens deslumbrantes e pela qualidade da banda sonora.

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