sábado, 1 de junho de 2019

La vie d'une autre

Juliette Binoche é a protagonista de "La Vie d'une Autre", que inexplicavelmente acorda de um dia para o outro sem se lembrar dos últimos quinze anos da vida dela. Inexplicavelmente para ela e para nós, o público, que ficamos sem nunca perceber o porquê de tal lapso de memória. E mesmo sem se saber tal razão, somos encaminhados e embalados por ali dentro, já que é este lapso de memória o ponto fulcral do enredo. Resumindo, Marie, a personagem,  acorda e ao ver-se ao espelho encontra uma mulher de 40 anos e não de 25. Ao sair do quarto depara-se com um filho que não conhece, uma casa de luxo que não conhece, um cargo de diretora empresarial que nunca sequer sonhou e um marido que conhece de um romance de umas férias de verão.
Há uma busca incessante pelo humor para descrever o drama inerente à aflição da personagem. Creio que o objetivo é criar toda a dinâmica de uma história romântica mas o resultado final deambula entre o ridículo e o bem intencionado. Somente.  Até porque o motivo da falha de memória nunca é revelado. E tão pouco existe o desvendar dessa falha de memória de Marie para os seus mais próximos. O filme explora única e exclusivamente a adaptação de Marie às novidades em que vai tropeçando diariamente para daí tirar o máximo de humor possível como se só isso bastasse. Só que não. 
"La Vie d'une Autre" vagueia entre o romance, a comédia e o drama, perdendo-se por ali fora nas suas próprias temáticas sub-exploradas. Vale-lhe uma atriz como Juliette Binoche e um ator como Mathieu Kassovitz que exploram muito bem as suas inquietações e salvam o filme de males maiores.

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