segunda-feira, 12 de maio de 2014

A loja dos Suicídios

O trailer do filme convida o espectador para algo louco e diferente. Numa cidade em que a vida se tornou tão triste que as pessoas já não têm gosto em viver, há uma família que encontra nisso uma oportunidade de negócio, abrindo uma loja dos suicídios. Nesta loja, onde o lema é “ajudá-lo a morrer é a nossa felicidade”, é disponibilizado todo o material para por fim à própria vida. Tudo corre como esperado até nascer Alen, o terceiro filho do casal Tuvache, que nunca ri. Alen é uma criança que ri, contaminando, com as suas gargalhadas e energia positiva, um mundo absolutamente avesso à felicidade. Este sentimento positivo leva a que alguns clientes da loja comecem a evitar suicidarem-se, ao dar-lhes motivos para olharem o mundo de uma outra maneira. 
Nesta cidade é proibido por lei as pessoas suicidarem-se em público, pelo que a família Tuvache, que nunca se ri, aproveita-se do desespero dos outros para ganharem dinheiro.  Contudo, a morte é algo que a própria família não consegue lidar muito bem, quando assistem a suicídios de alguns clientes. Com o tempo, o desespero em querer morrer conquistará também alguns membros da família, pois não conseguem lidar mais com todos os problemas da vida. Há no entanto uma criança, Alen, que tenta transmitir às pessoas o prazer da vida e da felicidade, em particular às crianças da cidade, pois elas representam o futuro e o mundo lhes pertence. “De que adianta estarmos vivos se só pensamos no suicídio?” cantava Alen no autocarro.
 “A Loja dos Suicídios” não é propriamente um filme aconselhável aos mais novos, quer pela própria temática aqui tratada, quer pela linguagem de algumas personagens. O humor aqui usado é bastante negro e arriscado para o público mais jovem. O tema não é, no entanto, bem explorado. Muito menos as razões apresentadas para todas aquelas personagens serem felizes. No final, a vitória da ‘vida’ sobre a ‘morte’ foi bastante fácil. A resolução encontrada para a intriga foi deveras simples e banal. Podia ter-se ido mais longe no conceito da morte e da vida. Daí o argumento ser medíocre e o filme peca muito com isso. O que é pena, pois o desenho dos cenários e das personagens e os números musicais possuem um interessante estilo e um humor negro muito francês.
O fraco argumento e a abordagem que o realizador adotou não conseguem encontrar um equilíbrio, tornando o filme demasiado infantil para os adultos e macabro para as crianças.

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