quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Orfanato

 Depois do reconhecimento mundial com O Labirinto do Fauno (indicado a seis Oscares), Guillermo Del Toro passou de cineasta a produtor requisitado, e O Orfanato é justamente a prova disso.
O roteiro, escrito pelo espanhol Sergio Sánchez resume-se a: Laura (Belén Rueda) vive numa casa que foi o seu antigo orfanato. Ali ela planeia, ao lado do noivo e do filho adoptado, construir uma espécie de retiro para crianças com necessidades especiais. Os problemas começam quando o filho de Laura, Simón (Roger Príncep), começa a dialogar frequentemente com amigos imaginários. Certo dia, Laura, cansada das invenções de Simón, não lhe dá ouvidos sobre os tais amigos. O menino então desaparece. Laura entra em desespero - principalmente porque Simón, seropositivo, precisa tomar remédios diariamente para controlar o HIV. Passam-se meses e nada de notícias - resta à mãe investigar o desaparecimento sozinha, o que a leva a descobrir coisas temíveis sobre o orfanato.
Em entrevistas, Del Toro diz-se orgulhoso de ter produzido o filme com apenas 4,5 milhões de euros e reitera o facto de que boa parte da equipa é composta por estreantes. 
O Orfanato abusa, em boa parte por causa do esquematismo do roteiro, de diversas situações que já vimos antes, e vimos muito: o retorno à casa mal-assombrada, o filho que vê fantasmas, os macabros desenhos infantis, o personagem mascarado que deve virar action-figure, o noivo céptico que não acredita no que a mulher crê, etc. O que O Orfanato tem de bom - e que é uma qualidade difícil de traduzir em palavras - é o approach e arrojo visual que colmatam as falhas do roteiro.




Sem comentários: