domingo, 20 de maio de 2012

Alkantara Festival



De 23 de Maio a 10 de Junho, Lisboa vai receber 21 espectáculos, fora manifestações paralelas (apresentações informais, conferências, debates e lançamentos), de alguns dos mais interessantes nomes internacionais do teatro e da dança. 

Logo a abrir (São Luiz, 23 e 24 Maio), o encontro entre o sul-africano Boyzie Cekwana e o moçambicano Panaíbra Canda que apresentam, em estreia europeia, The Inkomati (dis)cord, partindo do incumprimento do pacto de não-agressão assinado em 1984 entre Moçambique e África do Sul. O tom fica dado para um festival que nos traz também, de Marrocos, Madame Plaza, de uma coreógrafa, Bouchra Ouizguen, assombrosa pela sua fé nas tradições (São Luiz, 2 e 3 de Junho); e, de França, o criador Phillipe Quesne, de regresso à Culturgest com Big Bang (25 e 26 de Maio), depois de aí ter mostrado, em 2009, L'Effet de Serge e La Mélancolie des Dragons. Lugar ainda para novas peças de Meg Stuart (The fault lines, Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, 26 e 27 de Maio) e dos colectivos Dood Paard, com uma variação sobre o Otelo, de Shakespeare (Othelo (bye bye), Maria Matos, 3 e 4 Junho), e Stan, que se atiram a Mademoiselle Else, de Schnitzler (São Luiz, 8 de Junho). E aponte-se este nome: Schwalbe, jovem colectivo, nova coqueluche holandesa que experimenta a resistência física como se não houvesse amanhã.

Num registo mais pessoal, o Alkantara vai sair dos teatros e ocupar a sala de leitura da Biblioteca Nacional (aí haverá uma peça de Tim Etchells, dos Forced Entertainment, para duas pessoas de cada vez), e acabar o dia a ver o pôr-do-sol na praia das Avencas, onde Ana Borralho e João Galante criarão uma instalação para 20 espectadores. Da presença nacional, destaque ainda para Três dedos abaixo do joelho, que o encenador Tiago Rodrigues prepara a partir dos registos deixados pela Comissão de Censura (D. Maria II, 29 de Maio a 3 de Junho) para o regresso de João Fiadeiro à Culturgest com Secalharidade (1 a 3 de Junho), e para a estreia da nova peça da dupla de coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz que, com Fora de qualquer presente (Centro Cultural de Belém, 1 e 2 de Junho), mostram o resultado do Prix Jardin d'Europe, que no ano passado os destacou. E Marlene Monteiro Freitas traz a Lisboa (M)imosas, co-assinado com Trajal Harrell, François Chaignaud e Cecilia Bengolea, a partir da dança vogging tão comum no submundo nova-iorquino dos anos 60 (CCB, 4 e 5 de Junho).

Anne Teresa de Keersmaeker fecha o festival com o díptico En Attendant (Culturgest, 5 e 6 Junho) e Cesena(CCB, 8 e 9), em mais uma das etapas da presença da coreógrafa belga na cidade. E os bailarinos da Rosas e os músicos do Graindelavoix juntar-se-ão no dia 10 para um concerto a partir de Cesena, em local a determinar.

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