O Arte Institute de Nova Iorque promove quinta e sexta-feira o primeiro Festival de Curtas-Metragens Portuguesas, exibindo 20 filmes feitos por portugueses residentes em Portugal e no estrangeiro.
Segundo um comunicado do recém-criado instituto, dirigido por Ana Ventura Miranda, "esta é a primeira vez que um evento deste tipo, envolvendo o cinema português, acontece nos Estados Unidos".
As exibições do Festival de Curtas-Metragens Portuguesas decorrerão em simultâneo em Nova Iorque, nos Anthology Film Archives na quinta-feira, às 18h00, e no Union Square Park (North Pavilion), na sexta-feira, às 19h30. Em Lisboa acontece no Auditório Carlos Paredes, às 22h30, com uma actuação de Noiserv, e no Auditório da Universidade Lusófona, às 21h30.
As curtas-metragens são maioritariamente da autoria de "jovens realizadores já galardoados com prémios europeus importantes ou seleccionados para festivais como Cannes e ÉCU -- Festival de Cinema Independente Europeu (o Sundance europeu)", refere o comunicado do Arte Institute.
Na quinta-feira serão exibidos, simultaneamente em Nova Iorque e em Lisboa, os filmes "A Viagem", de Simão Cayatte, "Vicky and Sam", de Nuno Rocha, "Viagem a Cabo Verde", de José Miguel Ribeiro, "Fotograma 23", de Victor Santos, "Tejo", de Henrique Pina Francisco Baptista, "Quando os monstros vão embora", de Bernardo Gramaxo, "Broken Clouds", de Yuri Alves, e "M.I.R.I.A.M", de Vhils x Orelha Negra Collaboration.
Na sexta-feira vão passar "Alegoria dos Sentidos", de Nelson de Castro e Wilson Pereira, "Dream Factory" e "Muzar", de Pedro Pinto, "A Corrida", de Rui Madruga e Catarina Carrola, "Sinfonia dos Loucos", de Vasco Mendes, "Smolik", de Cristiano Mourato, "O Risco", de José Pedro Lopes, "Cada mulher é um filme de amor", de Henrique Bento, "Algo de bom", de Rui Vieira, "DOC Film", de Cristovão Peças, "Comando", de Patrício Faísca e Sonat Duyar, e "Momentos", de Nuno Rocha.
A actriz Benedita Pereira é a cara deste festival, estando responsável pela sua apresentação em Nova Iorque. A portuguesa está em Nova Iorque a trabalhar e a viver já há muito tempo.
Fundado a 11 de Abril de 2011, o Arte Institute é uma organização sem fins lucrativos que pretende promover a arte e a cultura portuguesas.
Em entrevista à agência Lusa a 27 de Abril, Ana Miranda explicou que decidiu criar esta "espécie de Instituto Camões" para responder à invisibilidade da arte portuguesa nos Estados Unidos e à falta de apoios oficiais.
"Durante dois anos tentei de todas as formas chamar a atenção das autoridades e todas diziam que era uma complicação, era muito difícil de fazer, um projecto megalómano", disse a actriz, produtora, cineasta, jornalista e, mais recentemente, empreendedora cultural.
Assumindo-se como uma montra online para os artistas portugueses, o Arte Institute quer promover "todas as formas" artísticas, resume Ana Miranda, lamentando o "desconhecimento geral" sobre Portugal no seu país de adopção e na cidade pela qual diz estar apaixonada.
"Quando dizem que o Carnaval na tua terra é muito bonito ou [perguntam] de que parte de Espanha é que és, tem graça algum tempo. Ao fim de cinco anos, começa a ter pouca graça", referiu.
A jovem de 33 anos quer mostrar o Portugal "para além do fado" e a qualidade dos artistas portugueses. "Não é que seja muito patriota, tenho é um grande amor aos artistas e às formas de arte. (...) Quero que se veja que podemos ser um país muito pequenino, mas temos muita dinâmica, temos coisas que os outros não têm", considerou na altura.
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