domingo, 8 de julho de 2018

Lion

O filme Lion reune todos os atributos que justificaram a sua nomeação ao Oscar de 2016: história dramática baseada em factos reais, interpretações credíveis, banda sonora e fotografia escolhidas a rigor. A narrativa é baseada, como disse, numa história verídica e registada também em livro. O assunto é de interesse público e pretende alertar sobre o desaparecimento de milhares de crianças por ano na Índia.  Portanto, atributos não lhe faltam, e a estes mais se lhe acrescentam quando o elenco conta com interpretações de gabarito tanto de Dev Patel como de  Nicole Kidman. Garth Davis, o diretor, opta por contar a história dividida em três partes e numa espécie de cronologia linear em forma de diário:  Saroo (Sunny Pawar) cresceu num município indiano do interior. Um dia, sai com Guddu (Abhishek Bharate), irmão mais velho, para arranjarem comida nos comboios da estação da cidade e perde-se. Acaba por entrar num comboio que o leva a Calcutá onde acaba por mendigar durante longos meses. Depois de ser levado para um orfanato tem a sorte de ser adoptado por um casal australiano. Mais velho e perturbado com as memórias que guarda da Índia, decide regressar para reencontrar a família. O filme é todo ele alimentado por um cruzamento entre passado e presente através das próprias memórias de Saroo. Com tanto de genuíno para ser um filme de excelência, eram escusados todos os excessos para realçar o dramatismo. E não penso que fosse necessário criar e insistir num cenário amorosos para o personagem principal quando o foco do filme é deveras algo bem mais profundo que um namorico de universidade. 

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