sexta-feira, 10 de abril de 2015

Dois dias, Uma noite

A ideia do filme é boa e atual: o desemprego e suas consequências. A história é a luta de Sandra (Marion Cotillard) pela manutenção do seu posto de trabalho. Depois de uma temporada de baixa e no regresso ao trabalho, Sandra confronta-se com o súbito despedimento submetido a eleição aos seus 16 colegas de trabalho. Os colegas têm de decidir se votam para que Sandra regresse ou se preferem os prémios de produtividade em detrimento do seu despedimento-porque o patrão ou paga os prémios de produtividade ou despede uma pessoa. E a partir daqui, seguimos em linha contínua, ao encontro de Sandra com os seus colegas. Ela visita cada um em prol de uma campanha moral e sensata para conseguir os votos a seu favor. Mas os argumentos dela para não perder o trabalho são também idênticos a quem não quer recusar um aumento salarial em detrimento das dificuldades económicas.
A narrativa não escorrega para o melodrama mas também não atinge qualquer intensidade. Há um 'engolir para dentro' de toda a frustação e desespero que quase torna a narrativa morna. Marion Cotillard com todo o seu talento rasga de vez em quando este arrefecimento em três ou quatro situações muito bem conseguidas. Mas não chega. Resta a mensagem clara de justiça social e moral facilmente reconhecida.

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