sábado, 24 de janeiro de 2015

Boyhood

Boyhood é esse projecto de cápsula de tempo, agora em filme: 12 anos da vida de um miúdo e da sua família, da vida da América, Bush, o Iraque, Britney Spears, o facebook e o iPod, Obama e Lady Gaga, a caçadeira e a Bíblia. (Portanto, a vida de todos nós a desfilar perante nós.) Em três horas, filmadas de forma esporádica entre 2002 e 2013: alguns dias por ano, o equivalente a 39, de encontro com os actores, actualizando o crescimento, o envelhecimento, o “agora” a ser o resultado de rasura, desgaste, aquilo de que o tempo se aproveitou. Ellar, o miúdo, começou a ser filmado aos seis anos. Quando acabou a rodagem era adolescente, tinha 18.
É um filme singular que acompanha o crescimento e o envelhecimento de personagens banais( não há nada de heróico nelas) e das suas dificuldades (batalhas diárias e reais) e vivências (iguais às nossas). A beleza está em destacar o que é vulgar sem ter que inventar nada. Podia ser a nossa história ou a do nosso vizinho e isso aproxima-nos do filme. Não há exageros, apenas simplicidade. Eu preferia que o filme durasse menos e que a narrativa fosse mais complexa. Contudo e preferências à parte, é um óptimo filme. 

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