quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A Rapariga Que Roubava Livros

A adaptação cinematográfica do best-seller A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak é ambientada na II Guerra Mundial. A história gira em torno do drama de Liesel Meminger (Sophie Nélisse). Ela é enviada pela mãe, perseguida pelo nazismo, para o subúrbio pobre de uma cidade próxima a Munique, onde passa a viver com pais adotivos, Hans e Rosa Hubermann. O filme é focado na relação de Liesel com um jovem judeu que vive escondido na casa da família Hubermann, outra potencial vítima do nazismo, e com o pai adotivo, que se dá ao trabalho de alfabetizá-la. A proximidade da menina com os dois estimula-a a ler e a roubar livros, numa época em que obras consideradas contrárias aos ideais do regime de Hitler eram queimadas. Dirigido por Brian Percival, A Menina que Roubava Livros conta com Geoffrey Rush (O Discurso do Rei) e Emily Watson (Ondas do Destino) no papel dos pais adotivos de Liesel. Compreendido entre poucos cenários, Percival consegue manter a narrativa fluida mesmo sem sair dos mesmos lugares, e a direção de arte também merece atenção por isso. A Rua Paraíso, onde boa parte da história acontece, é um importante elemento do filme e surge com uma beleza peculiar graças também à bela fotografia. O local, praticamente quase personagem, ganha vida no ecrã graças ao trabalho da produção. Além disso, A Menina que Roubava Livro é beneficiado por um John Williams inspirado, nem tão melodramático nem tão sério como em trabalhos anteriores, ainda que exagerando na música em alguns momentos. Mas nem tudo funciona. A passagem de tempo, por exemplo, soa artificial e forçada por não mostrar mudanças consideráveis nas personagens e nos lugares. O  Drama avança e o tempo também, mas a impressão que temos é que a história poderia ficar no mesmo lugar, sem pular de ano em ano. Essas transições abruptas ocasionam acontecimentos abruptos, com personagens chegando e partindo sem grandes explicações, surgindo novamente tempos depois como se não houvessem desaparecido. Os minutos finais também apresentam problemas justamente na passagem de tempo e na explicação dos fatos. De todo o modo, A Menina que Roubava Livros tem boa direção e personagens bem desenvolvidas. De qualquer forma, é um bom filme, que funciona sendo apenas isso, independente de sua origem.

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