sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Nyad

 

Diana Nyad nadou 177 km, entre Cuba e a Flórida, passando mais de dois dias inteiros em alto mar. Ninguém acreditava que a antiga nadadora de competição conseguiria tal feito. Entretanto, após quatro tentativas falhadas, tornou-se a primeira pessoa a atingir este objetivo em toda a história. Hoje, faz aparições na televisão e em eventos, encorajando as pessoas a acreditarem nos seus sonhos, e a nunca desistirem. O filme em jeito de documentário, disponível na Netflix, é dedicado a este grande feito e à protagonista do mesmo.  O retrato do feito, da vida e obra desta mulher é alicerçado numa certa falta de compromisso. Refiro-me a temáticas no domínio da ética e da moralidade. A referência à  homossexualidade de Nyad é ténue. Existe, mas é simplista. A referência à pedofilia e aos abusos sexuais de que Nyad foi vitima, säo ténues. Existem, mas säo simplistas.  A explicação de como se conseguiu o dinheiro para patrocinar a travessia, é ténue. Existe, mas é simplista. Por ventura, há um certo receio de se ficar de um dos lados da historia. Agradam-se os homossexuais, aplaude-se a punição da pedofilia e de atos violentos e  é-se fiel aos factos reais. Mas também se agradam da mesma forma os mais conservadores, os que não encaram a verdade e a violência e os que pretendem só glorificar o feito da nadadora. Porque há um equilíbrio perturbador em agradar todo o tipo de publico. De louvar, säo as imagens reais de Nyad que embelezam este filme biográfico. Säo poucos os filmes biográficos que caminham de mãos dadas com o material real de arquivo. Annette Bening e Jodie Foster dão vida às suas personagens, representadas de uma forma bastante confortável, muito pelo facto do excelente desempenho de ambas. 

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