sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

The hand of God

 

Sorrentino, o realizador, com este filme biográfico, apresenta-nos a sua infância em Nápoles. Infância essa marcada pela chegada de Maradona ao clube da cidade e a morte dos pais. Dotado de grande técnica e estilo, Sorrentino tem aqui as mãos amarradas à nostalgia e aos sentimentos. Talvez por isso, o filme é vazio de contextualização política e social que confunde o espetador, obrigado a mergulhar num drama e humor instáveis e intimistas, próprios dos exercícios de memoria do próprio Sorrentino.  O filme é um puzzle da juventude de Sorrentino, uma espécie de coleção de episódios soltos em que a narrativa nunca se sente firme. Apesar disso, o filme é competente para gerar múltiplas sensações e estados de espírito. Passamos facilmente de uma gargalhada às lágrimas. Mas é um filme longe do delírio visual e criativo a que Sorrentino nos habituou. 

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