domingo, 13 de outubro de 2019

Le chat du Rabbin


Após o seu bem sucedido 'Gainsbourg, vie heroïque', Joann Sfar apresenta-nos Le chat du Rabbin, uma espécie de viagem ao passado e ao seu primeiro grande amor: a banda desenhada. E eis que assim conhecemos o espírito rebelde de um gato falante que vive na Argélia cosmopolita da década de 1920. Rebelde, persistente e perspicaz,  o gato é o ponto de ligação entre uma simples historia de banda desenhada e a sua mensagem político- social, abrangendo um publico bastante amplo e diverso. O gato tem aqui o papel de perturbar o homem, de questiona-lo, critica-lo, de expor os medos e superstições humanas.  O gato é por si só a consciência humana. 
é claro que há sempre algo de burlesco e excêntrico nas histórias de gatos falantes, e a escolha do 3D é demasiado arriscada para planos tão invertidos e sem profundidade real. Mas Sfar quis ser fiel à imagem dos quadradinhos de banda desenhada. Daì a 'ausência de volume' das imagens. 
Por fim, o autor mantém a maioria dos pontos fortes e fracos de sua obra original, permanecendo as mesmas ambiguidades, inclusive o público em questão: com a sua mensagem de extrema clareza, o gato do rabino poderia falar perfeitamente com as crianças... isto se a natureza erótica e às vezes violenta nao falasse mais alto.

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