segunda-feira, 28 de maio de 2018

CIDADE DE DEUS - 10 ANOS DEPOIS

Cidade de Deus foi seguramente um dos melhores filmes brasileiros de sempre e até hoje o único indicado a quatro categorias para o Oscar. É ainda hoje uma referência quando abordamos temáticas das e nas favelas.  Por tudo isto, o documentário Cidade de Deus- 10 Anos Depois, que deambula pelo presente de muitos dos atores (a maioria, não profissionais) de Cidade de Deus, é lógico mas incompleto. Sabe a muito pouco. 

À pergunta: 'Será que uma obra de arte pode mudar a vida de alguém?', surgem inúmeras respostas após a visualização deste filme-reportagem. Para alguns a resposta foi positiva, como são exemplo Seu Jorge e Alice Braga, que seguiram a sua carreira e conseguiram mesmo um maior impacto na mesma. Para outros o sucesso foi passageiro, mas contudo permitiu a continuidade no mundo do espetáculo, como são exemplo Douglas Silva e Alexandre Rodrigues. Entretanto, boa parte voltou à estaca zero, a vida continuou após a fama e sem essa mesma fama e já sem o dinheiro ganho. Ou seja, a Cidade de Deus acabou por ser uma promessa de um futuro risonho que não se concretizou. O filme é interessante pela curiosidade em saber o que aconteceu a todo aquele elenco. Mas faltou falar do impacto do filme no próprio cinema brasileiro. A parceria com o Nós do Morro, essencial para a realização do filme, é citada brevemente, assim como o Nós do Cinema apenas é mencionado no fim do filme. Há uma série de ausências significativas entre os entrevistados, que vão desde Matheus Nachtergaele ao diretor Fernando Meirelles, além de Katia Lund e Fátima Toledo, que poderiam acrescentar bastante sobre esta importante questão de trabalhar com atores pouco conhecidos que despontaram e, em alguns casos, depois voltaram ao anonimato.

Por tudo isto, Cidade de Deus – 10 Anos Depois é um documentário bem intencionado, mas bastante superficial. Poderia até ser uma excelente introspeção de estudo sobre um marco importante no cinema brasileiro e sobre as implicações sociais das pessoas envolvidas. Mas assim, trata-se apenas de mera curiosidade sobre a vida (dos intervenientes) alheia. 

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